Capítulo 4

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Quinze minutos.

Quinze minutos numa ligação foi o suficiente para fazer com que eu passasse o resto da semana pensando em você.

Não rolou nenhum clima romântico na ligação, em todos os momentos você foi um rapaz gentil, mas não romântico. Mas claro, nós não tinhamos nada um com o outro, ainda.

Suas idas à faculdade estavam tornando-se cada vez mais frequentes.

O que era ótimo pra mim, pois vez ou outra eu esbarra contigo, e podia sentir o cheiro de seu perfume.

— O Evan é um gato, não é? — perguntou Pâmela.

A forma com que ela falou, e a sua expressão facial fez com que ficasse claro que ela não estava feliz com sua tentativa de aproximação de mim.

— Não tem nada de mais nele. — respondi rapidamente.

— Ah, fala sério. Ele é tudo que uma garota iniciando na vida adulta quer. Bom jogador de futebol, amado, popular, respeitado. — disse ela.

— Essas características pra mim não são nada chamativas. — falei.

E era verdade, Evan.

Um namoro com você ou com qualquer garoto com as mesmas características, colocaria um alvo de inveja em minhas costas.

— Fala sério, Juliet! Eu percebi quando ele pediu seu número, o quanto ele estava caído por você. — disse ela. — E além do mais, se você não quiser, eu quero.

— Ele é todo seu.

Eu não tinha idade, e nem paciência, para ficar brigando por homens. Ela fazia bem mais o seu estilo. Pelo menos era o que eu achava.

Ela não esperou nem 1 minuto, e foi logo correndo pelos corredores para lhe procurar.

Mas logo, ela voltou.

— Não o achei. — afirmou ela. — Ju, já que não queres ele, bem que você poderia falar com ele sobre mim, né? — pediu.

Confesso que senti raiva. Qualquer um no meu lugar sentiria, mas eu não quis demonstrar isso.

— Ache-o, e traga ele pra cá. — falei.

— Ele deve estar no campo de futebol. — afirmei. — Vá, e se não voltar rápido eu sairei daqui.

Eu não queria ajudá-la, mas mesmo assim o fiz. Acho que talvez eu tinha esperanças que você recusasse.

Fiquei parada em pé pelos corredores, sozinha. Aber ficou em casa hoje, sua companhia me faz falta.

Não demorou para que Pâmela voltasse, junto com você.

Tu estavas com um sorriso enorme no rosto enquanto olhava para mim. Eu corei de vergonha.

— Aqui ele, Ju. — disse ela, piscando o olho.

— Eu esperei por isso. — você disse, sorrindo.

— Evan. Minha colega está desesperada pra ficar com você, e estava com vergonha de dizer isso. — falei, friamente.

Ela me beliscou. Mas eu não queria ajudá-la, então fiz isso com o maior desgosto possível. Tentei fazer com que ela parecesse desesperada, pode parecer maldoso, mas que seja.

Mas você novamente me surpreendeu, Evan.

— Então? — perguntei.

— Não. — Seu olhar frio se direcionou a ela.

— Como assim não? — perguntou ela.

— É. Não. Eu não quero ficar com você. — você respondeu. — Voce é até bonita, mas, eu pedi o número de sua amiga naquele dia, e hoje você se insinua para mim. Que tipo de pessoa é você, em?

Nossa.

Eu estava amando aquilo por dentro, mas evitei demonstrar. Eu sabia que era maldade gostar do que estava acontecendo, a forma com que falastes com ela, mas você estava certo.

Pâmela sempre conseguia o que queria, os meninos caiam aos seus pés, mas contigo foi diferente.

— Imbecil. — resmungou ela, saindo de perto de nós o mais rápido possível.

— Perdão pela forma com que tratei sua amiga, mas percebi que você estava descontente com a situação, até pela forma que falastes. E eu também não queria ela, achei sensato deixar isso claro. — você disse. — E além do mais, Pâmela é ficante de Bryce.

Bryce.

Eu não fazia a menor ideia de que eles ficavam, e ainda assim, ele se insinou daquela forma para mim.

Se bem que, homens como ele não ligam para nada disso.

— Tudo bem, Evan. Eu te entendo. — afirmei.

Evan.

Esse nome soava tão bem em minha voz. Eu amo o teu nome, não só por ser seu. É bom escrevê-lo, e é melhor ainda falá-lo.

— Você sempre é tão monossílabica comigo, por quê? — você questionou.

— Não sou. — afirmei.

— Está sendo agora. — você respondeu.

— Perdão, eu fico sem saber o que falar perto de você. — contei.

Você ia se aproximando cada vez mais. E quando me dei conta, eu estava quase prensada na parede, e você em minha frente.

— Não tem o que temer, Juliet. — você afirmou. — Juliet... Que nome lindo, espero repetir esse nome várias vezes.

Você sabia ser galante.

Sabia conquistar uma garota.

E o melhor, você sabia como deixar uma garota louca por você.

Pois eu estava à beira da loucura.

— Eu sei que não tem. Apenas não estou acostumada a falar com garotos como você, populares.

— A popularidade é consequência. Eu não a escolhi. Fiz um bom trabalho como jogador, e ganhei tudo isso.

— Hum... Tudo bem. — afirmei.

— Gostaria de lhe chamar pra sair, Juliet. Um lugar longe dessa faculdade, dessa forma você poderia conhecer o Evan normal, não o Evan jogador.

— O que lhe faz pensar que eu aceitaria? — Tentei parecer desinteressada, para que ele não achasse q-que sou como as outras.

— Sua respiração ofegante. — Você colocou os braços na parede, ficando mais perto ainda de mim.

Você sabia, Evan. E você me instigava cada vez mais.

— Por que eu? — perguntei.

— Por que não você?

— Me responda primeiro. — pedi.

— Você é especial. — você afirmou. — Agora responda minha pergunta.

— Porque tem várias meninas aos seus pés. E eu não sou como as outras.

— É isso que te faz especial.

Você sempre soube.

Eu não quero lhe deixar triste com essa carta. Portanto, irei intercalar entre os motivos pelos quais lhe amei, e pelos quais nós não demos certo.

Afinal, nosso relacionamento foi marcado por muitas coisas boas.

Evan, eis aqui o segundo motivo pelo qual te amei.

Você enxergou coisas em mim que ninguém havia enxergado.

Tu fizestes com que eu me sentisse especial, pois enquanto poderias escolher entre qualquer garota numa fila por ti, escolhestes justamente a que não estava. Eu.

E por isso, serei grata.

Para sempre.

Juliet.

Para sempre, JulietWhere stories live. Discover now