Capítulo 7

1.6K 354 230
                                    

Dois dias se passaram desde o nosso encontro, e mais uma semana estava para começar.

Segunda-feira.

Todos detestavam este dia, mas eu não. Na verdade, deixei de detestá-lo naquele fim de semana, pois eu estava muito ansiosa para lhe ver.

Mas, por outro lado, eu estava com medo dos rumores.

Após nos verem juntos na sorveteria, eu tinha certeza que minha vida não seria mais a mesma.

E confesso que essa ideia não me parecia desagradável, eu estava realmente disposta a enfrentar tudo, e todos.

Pela primeira vez na vida, eu estava me sentindo realmente corajosa.

Mas eu não sabia o que estava por vir.

Pois com certeza, se eu soubesse o tamanho da humilhação que eu passaria, eu não teria colocado meus pés na faculdade naquele dia.

Vesti a melhor calça que eu tinha, com uma blusa solta. Eu estava me sentindo incrível, e a roupa tinha que fazer jus a isso.

Peguei o carro, e dirigi rumo à faculdade. O caminho foi rápido, e nem sequer deu tempo de pensar em muita coisa.
Apenas desci do carro e caminhei até os portões.

Mal eu sabia que estava prestes a entrar no inferno.

Ao dar o primeiro passo para dentro, percebi que estavam me olhando de forma estranha. Algumas pessoas estavam rindo.

Tentei ignorar, e continuei andando. Ao chegar no salão principal, o que eu vi me chocou.

Fotos do dia que eu estava na sorveteria com você, impressas e grudadas nas paredes. Na foto, havia uma legenda.

"Evan e sua nova namorada, a rata de biblioteca."

Todos estavam rindo, olhando para mim.

O meu primeiro impulso foi procurar Aber, o achei andando pelos corredores, também me procurando.

— Ju… Eu sinto muito pelo que está acontecendo. — disse Aber.

— Eu… — Puxei Aber para um lugar que estava vazio. — Eu estou destruída. Eu sabia que isso me traria consequências, mas não imaginava que seria extremo.

— As pessoas que estão fazendo isso são "fãs" dele. Ju, isso acontece com todos os artistas, normalmente as fãs odeiam as namoradas deles.

— Mas eu nem sequer namoro com o Evan. Droga, eu realmente não devia ter me metido nessa.

Eu me arrependi de tudo naquele momento.

Mas o pior, Evan, é que eu não consegui ficar longe de você, mesmo diante de todos os sinais que estavam na minha frente, os sinais de que eu deveria esquecer você completamente e seguir em frente com minha vida.

Mas naquele momento, isso já não era mais possível.

Eu havia me tornado dependente de seu cheiro, de você.

Só que eu ainda não sabia disso.

— Se os outros estão invejando, isso significa que você é magnífica, Juliet. Ninguém inveja o fraco, lembre-se disso. O que estão fazendo é uma tentativa de acabar contigo, e te fazer desistir do Evan. — afirmou. — Não dê esse gostinho a eles.

— Será? — perguntei, ainda insegura.

— Você é tão inocente, Ju. Com certeza é.

E Aber estava certo, como sempre.

Não passava de inveja. Mas pessoas com inveja, podem ir até o inferno para aterrorizar alguém.

Esse sentimento, talvez seja um dos piores. A inveja incita o ódio.

Inveja

Um sentimento completamente ridículo.

Aber teve de voltar para a aula, porém eu não tinha condições para isso. Então fui até o pátio, onde havia uma bela paisagem. Árvores que criavam uma sombra, protegendo-me do sol.
Me sentei no chão, encostada no tronco da árvore.

Eu pensava que estava sozinha, mas não, você estava lá, e quando percebeu que eu também estava, logo veio em minha direção, e se sentou ao meu lado.

— Tem algo que eu possa dizer para melhorar seu dia? — Você perguntou.

— Infelizmente não. — respondi.

Na verdade tinha. Mas nada que eu tivesse coragem de pedir para que você dissesse.

— Apenas saiba que nada disso é culpa sua. — Você disse.

— Eu sei que não é. E nem sua. Mas não estou disposta a pagar o preço por uma relação que nem sequer temos. — afirmei.

— Ainda não temos. — Você disse, sorrindo.

— E nem teremos, Evan. — enfatizei. — Essas coisas que estão acontecendo são sinais para eu cair fora.

Uma folha caiu da árvore, em cima de meu cabelo.

Você dirigiu sua mão até meu cabelo, e tirou a folha lentamente. Jogou-a fora, e pousou suas mãos sob meu rosto.

O incrível é que você sempre conseguiu fazer momentos ruins, se tornarem bons.

Nos encaramos por alguns segundos, com sua mão ainda sob meu rosto. Você estava cada vez mais chegando perto de minha boca, e eu apenas permiti.

Fechei os olhos, e a magia aconteceu. Sua boca encostou na minha, selando um beijo apaixonado e magnífico. O beijo durou apenas alguns segundos, mas cada segundo pareceu uma eternidade.

Uma eternidade da qual eu quero viver para sempre.

O seu beijo irradiou todo meu ser, preencheu meu estômago com as famigeradas borboletas.

Naquele momento, eu deixei de ser a Juliet tímida, e passei a ser a sua Juliet.

A Juliet que deseja cada parte de seu corpo, a Juliet que te olha e pensa como cada momento daquele é especial. A Juliet que te ama, amou, e sempre amará.

— Sei que o sensato seria nós acabarmos com isso aqui e agora. Mas eu não quero isso, eu quero lutar. — Você afirmou, sorrindo para mim, enquanto nossas testas ainda estavam grudadas, fazendo com que eu pudesse sentir sua respiração. — Por favor, Juliet, permita que eu lute por você.

— Então que seja. Lutaremos. — afirmei, sorrindo de volta.

Após aquele beijo, eu fiquei completamente cega de amor. Nunca havia sentido nada parecido em um beijo.

Evan, eis aqui o quarto motivo pelo qual nós não demos certo.

A nossa luta foi em vão.

Nós prometemos que lutaríamos, mas morremos na praia.

Afinal, um barco remando sozinho nunca vai para frente, não é, Evan?

E eu te amei tanto… Mas nem tudo é definido apenas pelo amor, ainda mais quando se tem olhares indedejados ao redor.

Mas o pior, é que eu ainda amo.

Eu ainda te amo, Evan.

Notas da autora: O que vocês estão achando da história até aqui?
O que acham que vai acontecer?
Por favor, votem e comentem. Gosto de interagir com os leitores, fora que o voto e o comentário são de muita ajuda para que outros conheçam essa história.

Para sempre, JulietWhere stories live. Discover now