Eu sempre fui invisível, mas você me enxergou, Evan.
Em meio a uma multidão, você me notou, como se eu fosse um diamante, que lhe chamou atenção.
E eu sou grata por isso, pelo fato de você ter me mostrado o quão posso ser forte, pois depois de tudo...
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Após eu ter saído chorando daquela sorveteria, você veio atrás de mim.
Eu não era capaz de ver a luz da lua, muito menos das estrelas. O céu, do nada, havia se enchido de nuvens carregadas, prestes a chover. Assim estava o meu coração, o meu ser: Escuro, nublado.
"Coitada".
É, Evan. Coitada.
Foi isso que falaram de mim, simplesmente por eu ter saído com você. Antes disso, Ninguém sequer olhava para mim.
Eu sentei no chão, encostada no seu carro.
Você se abaixou em minha frente, e pousou suas mãos em meu braço.
— Juliet, eu sinto muito por isso. Não ligue para o que falaram, você é incrível. — Você acariciou minha bochecha, que estava molhada pelas lágrimas.
— Eu só queria ter uma noite normal. Mas como sempre, para mim, é tudo difícil. — afirmei.
— Eles apagaram as fotos, e virão pedir desculpas. — Você tentou me acalmar.
— Não quero desculpas falsas. Você os amedrontou para fazerem isso, apenas… deixe isso para lá. — pedi.
— Posso te levar para casa? — você perguntou.
— Tudo bem. Leve-me. — pedi.
O caminho foi silencioso. Eu apenas deixava o vento entrar pela janela, enquanto observava as gotas de chuva começarem a cair do céu.
Não demorou muito para que a chuva piorasse, deixando todo caminho à nossa frente nublado, e um engarrafamento terrível.
O trânsito parou, para esperar a chuva passar, e assim seguirem os caminhos.
Estava um frio terrível, e eu comecei a me tremer.
Você percebeu isso.
— Estás com frio, Juliet? — perguntou. — Pergunta boba a minha. Sei que está, tenho um casaco no banco do passageiro.
— Na… Não precisa — Gaguejei, pois estava trêmula.
— Está trêmula. — Você se virou, e pegou o casaco, se aproximou, e pediu para que eu abrisse os braços, para que você pudesse vesti-lo em mim.
O casaco estava com seu cheiro. O seu perfume amadeirado, o melhor cheiro de todos.
De certa forma, eu me senti segura.
Mas estava tão frio, que o casaco não foi suficiente.
E você novamente, percebeu isso.
— Vem cá. — Você abriu os braços.
E eu fui.
Você me abraçou apertado, me oferecendo seu calor.
Apesar de que se abraçar nos bancos da frente do carro não era tão confortável, mas ainda assim, foi mágico.
