Para sempre, Juliet

Capítulo 8

O resto daquele dia havia sido incrível. Você, novamente, havia me livrado de todas as inseguranças que eu tinha, e me dado esperanças de um futuro com você.

Lembro-me que você também comentou sobre namoro, mas eu lhe respondi que não estava pronta, não ainda.

E apesar das pessoas terem continuado zombando de mim, eu não liguei.

Eu achei que o amor era capaz de vencer tudo e todos.

Eu estava enganada.

Dois dias já haviam passado desde o ocorrido.

Enfim era quarta-feira.

Amanheci super disposta, com muita vontade de lhe ver na faculdade. Digo, eu nunca fui tão ansiosa para nada.

No dia que cheguei em casa na terça, eu contei as horas para que chegasse quarta-feira, e eu novamente pudesse lhe ver.

Naquele ponto, eu podia constatar que estava completamente apaixonada. Apesar de que eu ainda tentava esconder isso da melhor maneira que podia, não que adiantasse.

Vesti um vestido simples, com tons de bege pêssego. Deixei o cabelo solto, extremamente bem penteado, e as unhas bem feitas.

Desde que você havia começado a me notar, eu passei a me sentir mais bela.

Peguei o carro, e fiz o caminho habitual.

Enfim cheguei à faculdade. Os olhares não se direcionavam mais a mim, pelo visto os rumores já haviam sido abafados. E eu estava feliz por isso.

Se bem que, é sempre assim. Surge um boato, todos comentam sobre ele, e logo em seguida eles esquecem, ou deixam de comentar sobre.

Aber é o primeiro a me recepcionar.

— Tem jogo de seu namorado hoje. — ele anunciou, sorrindo.

— Vamos! — afirmei, entusiasmada.

— Sério que não vou precisar te convencer durante uma hora seguida para fazer você ir? Sério que não vou precisar te chantagear emocionalmente das formas mais inimagináveis possíveis? — ele sorriu. — Caraca, quem é você? Pois a Juliet você não é. — Se bem que, eu gosto dessa sua nova forma.

Ele estava certo.

Como eu disse na carta anterior, após aquele beijo, eu havia deixado de ser a Juliet habitual, e passei a ser a sua Juliet.

— Sim! Dessa vez você pode poupar uma hora preciosa do seu dia. — dei risada.

— O jogo começa agora. Vamos! — afirmou ele.

— Não... Agora eu tenho aula. — falei.

— Deixa de ser careta, Ju. Você não perde uma aula sequer, não vai ser um dia que vai matar. Pegue o assunto depois na mão de alguém, sei lá. — pediu ele.

Aber conseguia ser convincente na arte de pedir as coisas. Os olhos negros dele brilhavam quando ele pedia algo, e era difícil dizer não a alguém com cara de anjo, ainda mais com esse cabelo encaracolado loiro.

— Ok, ok… Tudo bem, vamos. — afirmei.

Aber me levou até a quadra, logo em seguida me acomodei na arquibancada. Me sentei onde eu pudesse ver todos os seus lances.

E como sempre, você se destacava.

A arquibancada estava repleto de "fãs" suas. Algumas me olharam de forma indiferente, mas eu apenas ignorei.

Logo, tu percebestes que eu te observava, então sorristes. Continuou correndo pelo gramado, só que após você perceber que eu te olhava, você marcou vários gols.

E em cada um deles, você corria até a rede do campo mais próxima de mim, e soltava um beijo. Eu sorria feito uma garota boba apaixonada.

Nosso romance foi intenso enquanto as coisas boas duraram, nossa chama era ardente. Quando nós nos aquecíamos, era para se queimar. Quando nós passávamos frio, era para se congelar.

Afinal, conosco sempre foi assim, Evan. A intensidade, a química, e a física, eram inigualáveis.

Logo, o jogo acabou.

Eu estava na esperança de que você viesse falar comigo assim que terminasse, e era o que você ia fazer. Pois você estava vindo em minha direção.

Até que você foi interrompido pela pessoa que eu mais tenho nojo no mundo: Bryce.

Ele tocou em seu ombro, e falou algo, que eu não era capaz de ouvir por conta da distância.

Então, logo você mudou de caminho, e foi pra minha esquerda. Continuo andando, indo em direção a algumas fãs histéricas suas.

Mas, mesmo de longe, eu fui capaz de reconhecer duas das garotas que estavam ali. As mesmas meninas que mostraram parte do seio, pedindo para que você autografasse lá.

Bryce falou algo, e apontou para os seios das duas garotas.

Elas levantaram a blusa, e a mesma cena me veio a cabeça.

Bryce lhe deu uma caneta.

E eu simplesmente não podia ficar lá para ver isso, eu não queria, e nem deveria. Simplesmente me levantei, e saí as pressas de lá.

Aber ficou, provavelmente para ver o que ia acontecer e logo me contar.

Lágrimas estavam querendo escorrer de meu rosto. Logo, fui ao banheiro, para chorar onde ninguém me visse.

Afinal, que merda eu estava pensando em achar que podia namorar com um cara como você sem que coisas assim acontecessem?

Você nem sequer era um jogador super famoso. Não havia necessidade das meninas ficarem dessa forma.

Logo, saí do banheiro. Me esbarrando com você, na porta me esperando.

Apenas parei em sua frente. E deixei que você visse o estado que eu tava, por sua culpa.

— Juliet… Eu não encostei no peito delas, eu recusei novamente. E eu recusarei para sempre. — você tentou se explicar.

— Que merda você foi fazer lá, com o Bryce? — perguntei, num tom mais alto — Olha, eu não namoro com você. Você não me deve satisfações, e eu não sei porque ainda estou aqui.

Quando eu estava indo embora, você correu, no intuito de parar na minha frente, me impedindo de continuar andando.

— Eu entendo a sua revolta. E Juliet, mesmo que não estejamos namorando ainda, eu sou seu desde o momento em que nossos lábios se tocaram. Para oficializar isso, só basta você querer. — você falou. — E sobre o Bryce, ele é o capitão do meu time, eu ainda não sou nada, mas realmente quero ser um jogador profissional. E para isso, eu tenho que fazer o que ele pedir. Obviamente, com limites, pois eu não fiz, e pode perguntar ao seu amigo. Eu não faria nada que ele pedisse que fosse de certa forma nos prejudicar. — Tenha certeza disso.

Você novamente, havia conseguido me acalmar após um turbilhão de catástrofes.

Você sempre conseguia isso.

Evan, eis aqui o quarto motivo pelo qual eu te amei.

Em milhões de incertezas, você era minha única certeza.

E apesar de isso ser algo que eu apenas pensava na época. De uma coisa, eu sempre terei certeza: Eu nunca deixarei de te amar.

E esse amor, Evan, você pode ter certeza que não é apagado por nada.

Nem mesmo o tempo seria capaz de desfazer um nó que a própria vida lançou.

E é por isso, que te levarei comigo.

Para sempre.

Juliet.