Eu já fui no show deles.

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Voight dirigia consideravelmente rápido pelas ruas, agora frias, de Chicago. Estávamos conversando sobre nossos trabalhos, as dificuldades que a gente tinha como médica chefe e sargento.

Jeremy, do Pearl Jam tocava baixinho no rádio. A música não era nada a favor do clima agradável que tinha entre nós dois aquela noite.

- Eu já fui no show deles – Hank me olhou rápido – Eu tinha uns 20 e poucos anos na época.

- Eu conheço também foi meu irmão que me apresentou a banda, eu tenho até uma camiseta. – Dei uma risadinha.

- Além de Pearl Jam, e medicina, do que mais você gosta ? – Parou no sinal.

- Ler, cozinhar também – Respondi mexendo no cabelo – E você ?

- Poker – Respondeu – Meu pai jogava também.

- Como ele era ?

- Ah, incrível – Disse acelerando. – Foi o melhor policial que eu conheci, Eu tenho umas filmagens em casa, Justin adora assistir.

Encarei Hank por um tempo

- Deve ter sido incrível – Me mexi desconfortável pelo clima de luto que havia criado – Desculpe ter perguntado.

- Não, sem problemas, eu gosto de falar sobre ele. – Deu ombros. – Quando é a sua próxima folga ? – Perguntou.

- Preciso ver com a Sharon, por que ?

- Nada demais. – Deu um sorriso de lado.

Continuamos conversando e quando menos percebi tínhamos chegado na frente do meu apartamento, nunca desejei tão fortemente que o tempo passasse devagar.

Fiz menção a abrir a porta – Pode deixar que eu abro – Voight disse.

- Muito obrigada – Sorri em agradecimento. - Pelo jantar e pela companhia.

- Eu que agradeço – Pelo jantar e pela companhia – Repetiu minha fala – Louise eu...

 - 5021 Adam solicitando sua presença na Av. Roosevelt, 1500 – O Motorola de Hank Apitou - Repito, 5021 Adam solicitando presença na Av. Roosevelt.

- 5021 Adam, estou a caminho.

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- Eu tô é chocada – Natalie disse – Nunca imaginei que Hank seria assim.

– Eu sei, eu sei – Fiz gestos com a mão – Ninguém imaginária que o Sargento Hank seria assim, não é mesmo ?!

- Não mesmo! – Natalie riu.

Cruzei os braços e abaixei a cabeça bocejando, tinha acabado de contar a Natalie como foi a minha noite com o Hank, e estava realmente cansada, tanto por hoje ser sábado e eu estar de pé no plantão, quanto com meus pacientes. Depois que Loren foi embora, fiquei receosa com o que ela poderia fazer, era uma garota jovem que estava assustada por estar grávida tão cedo.

- Vamos ? Acabou nossa pausa – Nath disse colocando a mão no meu ombro.

- Vamos. – Concordei.

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- EU PRECISO DE AJUDA, POR FAVOR! – Uma moça loira de meia idade entrou gritando na emergência com um garotinho desacordado nos braços.

- Dra Manning, Dra Ferphi, tratamento 4 – Meggie apontou.

- O que houve Senhora.. ? – Natalie Perguntou.

- Jones, Elizabeth Jones – Respondeu gaguejando – Meu filho Michael estava brincando no parquinho e desmaiou – Disse desesperada.

- Dra Ferphi, a pressão está abaixando e oxigenação também. – Doris disse

- Tudo bem, vamos entubar, me passa o kit Doris, por favor – Pedi a enfermeira.

Fizemos todos os procedimentos para a entubação do garoto, enquanto Doris colhia as informações do garoto.

- Quero cultura, hemograma completo, ressonância magnética e um um raio-x. – Natalie pediu

- Raio-x? Para um desmaio ? – Questionou Doris.

- Algum problema, enfermeira ? – Cruzei os braços ?

- Nenhum, Dra, da licença. – Concordou abaixando a cabeça e saindo da sala.

- Hoje ela estava demais ein – Natalie disse tirando as luvas e passando álcool nas mão.  – Sra Jones, daqui a pouco voltamos, está bem ?

Concordei com Natalie enquanto via a senhora assentir e pousar a cabeça nas mãos encarando o garotinho deitado na cama.
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- Nada na cultura, nem no raio-x, muito menos a ressonância. – Nat disse mostrando o tablet e apoiando os braços no balcão.

- E o hemograma ? – A olhei. Nathalie apontou pra mim concordando e puxou a tela do computador pra si.

- Lou, olha isso aqui – Apontou para os níveis de leucócitos altíssimos. – Acho que já temos a resposta – Disse baixo.

- O garoto tem 5 anos com leucemia ? Vai acabar com a mãe dele – Coloquei apertando as a testa.

- Precisamos confirmar os outros sintomas – Assenti – Você vem comigo ?

- Vamos lá

Caminhamos em direção a mãe que estava com as mãos cruzadas a cima da cabeça.

- Sra Jones ? – Chamei sua atenção – Podemos conversar ?

- Ah, claro que sim.

- O seu filho tem apresentado outros sintomas fora o desmaio? – Perguntei.

- Bom, sim. Ele tem tido alguns enjoos, dor nas pernas e no braço e não tem comido muito bem – Explicou.

Encarei Natalie tentando procurar as palavras pra dizer aquela pobre mãe o que dizer.

- Lamentamos informar Senhora Jones, Michael está com Leucemia.

- O que ? Não, não pode ser, o meu filhinho não! – Segurei a mulher antes que ela caísse no chão.

- Calma Senhora Jones, senta aqui, fique calma – Coloquei a mulher na poltrona ao lado do filho – Vai dar tudo certo senhora – Alisei as costas dela enquanto ela chorava no meu colo.

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- Não foi um plantão fácil – Disse passando as mãos pelo rosto – Não mesmo.

- É uma coisa que não nos ensinam na faculdade – Nat concordou colocando a mão no meu ombro – Até amanhã ?

- Até amanhã – Concordei.

Vi Nath saindo pela porta dos fundos, tirei meu jaleco e o estetoscópio guardando no armário. Peguei meu celular e antes de o guardar já mochila senti vibrar, o nome  Hank Voight brilhava na tela.

- Alô?

- Lou ?

- Oi Hank – disse me sentando no sofá da sala dos médicos. – Aconteceu algo ?

- Preciso te ver.


The Power of LoveWhere stories live. Discover now