Lar.

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O time da Justin ganhou por 42 a 39 do time rival. Justin fez a última cesta e estava incrivelmente feliz, mas não só por isso, mas sim pelo sorriso grande de Hank que estava sentando do meu lado. Esse curto período de tempo, e eu tinha visto Voight sorrir assim duas vezes.

Erin balançava animada ao meu lado com um pacote de pipoca no colo.
A comemoração ainda rolava enquanto algumas pessoas da arquibancada atrás da gente iam saindo pra fora do ginásio.

Justin caminhou em nossa direção com uma medalha pendurada no peito.

- Queria poder levar o troféu, mas vai ficar aqui na escola - Deu ombros apontando pra onde o troféu ficaria.

- Aí quando você for mais velho, as pessoas vão saber que você ganhou ele, garoto. - Hank passou a mão no cabelo suado de Justin. - Você precisa de um banho, e depois vamos comemorar.

- Pizza ? - Erin perguntou animada.

- Pizza. - Voight me olhou rindo fraco.

- Espera, quero uma foto com o astro da noite. - Disse arrumando meu cabelo e entregando o celular a Voight. Justin abraçou minha cintura e eu seu ombro. Ouvi o clique do iPhone e me separei olhando a foto. - Uau, ficou linda, a gente vai ter que revelar. - Mostrei pra ele que assentiu.

- Pai, eu queria te perguntar uma coisa depois. - Justin olhou pro pai, depois a mim e Erin. Entendi o recado e encarei Erin que estava entretida com a pipoca.

- Erin, você sabe aonde é o banheiro ? - Vi a garota me olhar e assentir. - Pode me levar lá ?

- Claro - Deu ombros - Eu preciso lavar as mãos também.

Pisquei para Voight que começou a tão misteriosa conversa com Justin.

Erin e eu caminhávamos pelos corredores do colégio dos dois. Era estranho estar em uma escola tão diferente das que tinham no Brasil. Bem, faz alguns anos que não moro mais lá, e minhas sobrinhas estudam em escola particular. Por isso, a última vez que estudei em uma escola foi a mais de 20 anos atrás. Credo, pareço velha.

- Lou, nós podemos ir no shopping ? - Me olhou enquanto a gente encaminhava.

- Claro, mas eu tenho plantão amanhã, então pode ser domingo ?

- Pode ser - Concordou. - Eu tenho uma apresentação de dança.

- Erin! - Encarei ela - Porque não avisou ?

- A professora contou essa semana. - Deu ombros. - Você vai ir ?

- É claro que eu vou. - Assenti empurrando a porta do banheiro feminino.

- Você vai ficar junto com as outras mães - Erin disse com a voz abafada por uma das cabines azuis. - É um problema ?

Encarei a minha imagem pelo espelho com bordas iluminadas. Nos meus sonhos mais distantes eu me imaginei sendo mãe. Teria um cachorro e ainda moraria no Brasil. Não passaria dos três filhos e seria casada com um médico, por que vocês sabem, é mais fácil com quem já trabalha.

Hoje, eu era chefe de um departamento inteiro de medicina, estava em um relacionamento incrível com um Sargento que grande parte de Chicago ou odeia, ou quer mata-lo. Acredite, já pesquisei sobre Hank, e isso não faz eu estar menos apaixonada por ele. Duas crianças que agora fazem parte da minha vida, e que eu não me vejo mais sem elas, em nenhum momento.

- Não é. - Respondi puxando algumas folhas de papel do dispenser.

- Vai ser legal pela primeira vez.

- Como assim, pela primeira vez ? - Perguntei sentando em uma banqueta de madeira longa que tinha ali.

Os barulhos do salto scarpin fazendo toc toc me alegrava. Erin saiu da cabine e lavou as mãos rapidinho.

The Power of LoveWhere stories live. Discover now