- Lou amor. – Hank tocou meu braço.- Que horas são ? – Perguntei me mexendo na cama.
- 5h17 – Me olhou acendendo o abajur.
- O que foi, querido ? – Coloquei a mão em seu rosto.
- Prendemos ele, Lou.
- O que ?
- Era o professor de artes, ele abusava dela depois das aulas. Acabou Lou.
- Não acabou não. – Neguei encostando. – Ela nunca mais vai ser a mesma criança.
- A Goodwin ofereceu tratamento pra família. – Ele disse baixinho se sentando na beirada da cama. – Disse também pra você pegar uma folga hoje.
- De verdade ? Não está falando isso pra eu ficar em casa, não é ?
- De verdade, gracinha, eu não estou mentindo pra você. – Riu fraco apertando meu nariz.
- Vai ficar em casa hoje ? – Perguntei me deitando de novo e aproveitando minha mais nova folga.
- Eu vou. – Concordou indo no banheiro e voltando com uma calça de flanela e a camiseta preta. – Até alguém me ligar, você sabe, não ?!
- Contanto que esteja aqui, tudo bem. Murmurei me aconchegando na cama. O quarto ainda estava escuro, e só por uma brecha da cortina aparecia a luz amarelada do poste.
Meus olhos começaram a ficar pesados assim que senti o colchão se afundando ao meu lado. Hank me abraçou e suspirou fundo, antes de apagar o abajur ao seu lado._________________________________________
Terminava de misturar a farinha de trigo na massa do bolo de chocolate que eu fazia para as crianças, como tinha prometido a Justin.
Hank tinha saído para ir ao mercado, e depois para a unidade, e eu estava sozinha na cozinha, se considerar, conseguia ouvir o cheiro da minha própria respiração.
- Mãe! – Erin gritou da sala. – Onde você está ?
- Cozinha!
- Uma amiga da escola pode vir aqui hoje ? – Perguntou chegando perto da onde eu estava.
- Claro, que horas ? – A olhei rápido
- Ah, acho que depois do almoço. – Deu ombros.
- Tudo bem. – Concordei. – Depois que esse bolo assar eu vou deixar esfriando e fazer uma caminhada. – A olhei. – Queria aproveitar um pouco esse sol antes de começar a nevar.
- Obrigada mamãe, vou avisar a Lola. – Concordei e fechei o forno com a assadeira lá dentro.
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Dava a minha segunda volta no parque perto do bairro de Hank, sentia minha respiração pesada e resolvo parar pra comprar uma garrafinha de água.
Minhas pernas tremiam através da legging preta da Nike e sentia as gotas de suor molharem as minhas roupas.Paguei o vendedor e sentei em um banquinho de madeira enquanto mexia no meu celular. Um arrepio esquisito soprou em minha nuca, tentei ignorar e quando me virei pra trás, um homem alto de terno e sobretudo me encarava.
- Posso ajudar ? – Perguntei encarando ele.
- Ah, sim. – Concordou. – Você é a Doutora Louise, não ?
- Novamente, posso ajudar ?
A figura riu fraco e se moveu até parar na minha frente.
- Não sabia que o sargento Hank Voight deixava uma jóia dessa preciosidade solta por aí.
- O que é que você quer comigo ?
- Sabe, Hank anda me devendo algumas coisas. – Pressionou os lábios em uma linha fina.
- E o que eu tenho a ver com isso.
- É que agora eu que vou dever uma pra ele. – Acenou pra frente e a última coisa que eu lembro foi de ver o homem seguir pra frente e minha visão escurecer.
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Pov. Hank, algumas horas depois.
- Ficamos entendidos então Hank ? – Woods me encara e quando cruzo meus braços. – Você sabe o quanto me deve por deixar essa cidade em suas mãos e seu cargo de pé. Não vai querer que nada aconteça, não é ?
- Se não se importa, minha unidade tem um caso pra resolver. – Apontei pra porta.
- É claro que tem. – Riu fraco se levantando sem ao menos se despedir. Desgraçado.
Woods me infernizava desde que conseguiu o cargo de superintendente. Eu salvei a filha dele tão rápido quanto a consideração que ele tinha por mim descia pelo ralo.
Woods não dava pontos sem nó. Ele não iria sair daqui sem que nada tivesse ao seu controle, e essa calmaria estranha me deixava com uma pulga atrás da orelha.
- Sargento, visita pra você. – Kevin bateu na minha porta, com Justin e Erin atrás dele.
- O que vocês estão fazendo aqui ? – Perguntei endireitando minha postura, vendo Kevin se afastar.
- Fala Erin. – Justin cutucou a irmã.
- A mamãe não voltou pra casa. – Disse baixo.
- O que ?
- Ela foi correr no parque perto de casa e não voltou, fazem duas horas pai. A gente tentou o celular e nada. – Justin disse.
Os pelos da minha nuca se arrepiaram com a possibilidade de algo ruim ter acontecido com a Lou. Peguei meu celular em cima da mesa e disquei seu número. Uma, duas, três vezes e nada.
- Como vocês vieram pra cá ? – Perguntei olhando para os dois.
- Uber.
- Certo, fiquei aqui, eu já volto.
Andei para fora da minha sala fechando a porta vendo os depois sentarem no sofá que tinha ali.
- Atenção. – Chamei os agentes que grudaram os olhos em mim. Caminhava de um lado para o outro tentando fazer minha cabeça funcionar sem pirar. Não por mim, pelas crianças. Pela Louise.
- Justin acabou de me falar que a Lou saiu de casa para correr e não voltou. Pela primeira vez. Eu preciso da ajuda de vocês.
Encarava o rosto da minha equipe que prestava atenção em mim. – Eu não pediria se não fosse import..
- Sargento, sua família é a nossa família. – Burgess me interrompeu com a mesma fala que disse a ela quando sua irmã corria perigo. Não suportando que a mesma coisa poderia acontecer com Lou.
Apertei meus olhos respirando fundo. – A Lou não foi trabalhar hoje, ficou em casa, eu ia vir aqui e depois passar no mercado, ela ficou em casa fazendo um bolo e Erin disse que ela ia sair pra correr um pouco depois de tantas horas presa dentro de um hospital. – Encerrei sentindo meu celular vibrar com um vídeo.
A luz baixa acima da cabeça da Lou, vi um rastro de sangue no lábio dela. A pessoa bateu mais uma vez no rosto dela e empurrou seu rosto pra cima, conseguia bem ver os olhos marejados e o rosto machucado.
- O que foi sargento ? – Mouse perguntou pegando meu celular e reproduzindo o vídeo que eu não consegui ver até o fim. – Vou colocar isso pra todos verem, está bem ?
A sala em silêncio foi preenchida com os sons dos tapas que Louise recebia. – "Tudo bem gracinha, agora pode falar, olhando pra câmera tá ? Não se esqueça"
Louise olhou para câmera e respirou fundo. "-Hank, por favor, me ajuda"
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Vou nem dizer nada 😵
Ahh, e pra vocês que gostam de escrever, me chamem no chat, tenho umas ideias e preciso de uma parceira ❤️🩹
Capítulo totalmente dedicado a minha leitora que me ajudou, eu também sou sua fã. ❤️🩹
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The Power of Love
ChickLitLouise Ferphi não teve uma vida fácil. Criada por uma família simples de São Paulo, teve que dar o dobro de si para conseguir tudo o que sempre quis, agora, depois de ser convidada por Sharon Goodwin para comandar o trauma do Chicago Med, vai descob...