Contanto que você me ame.

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Senti o gosto de sangue na boca e a minha respiração pesar. Abri os olhos lentamente e uma luz fraca iluminava o ambiente. Tentei me mexer, mas minhas mãos estavam amarradas com uma corda suja e piniquenta.

- Vai machucar suas mãos desse jeito, docinho. – Uma voz surgiu do além. – Se contente só com a minha voz.

- Por que ? – Respondi em um fio.

- Não entendi.

- Por que estou aqui ?

- Bem, alguém precisa pagar pelas coisas que fazem.

- Não entendi.  – Disse mexendo meus dedos.

- Pra uma médica você está sendo muito burra.

- Vai precisar mais do que isso pra me ofender. – Olhei o vazio.

- Sabe quem realmente é o seu cônjuge? – Abaixei os olhos. – Sabe com quem você dorme todas as noites?

- Oh não, na verdade eu sou uma prostituta de Anglewood, e de vez em quando finjo ser médica. – Respondi dando um riso irônico.

Eu não sabia o que aquela resposta poderia resultar. Estava em desvantagem, completa. Não sabia onde estava, o motivo de estar amarrada e de ter apanhado, e muito menos quem estava no mesmo quarto que eu.

- Bem, gosta de gracinhas ? Você tem um tempo, não é ? – Ouvi o barulho de uma cadeira de metal, logo depois um par de pernas aparecer, mas ainda sem rosto. – Então vamos conversar.

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Pov, Hank. Algumas horas depois.

Joguei o quinto copo descartável de café no lixo, suspirando pesadamente. Aquilo parecia um pesadelo, um inferno. Eu verdadeiramente estava a mercê de um suspeito que não conhecia. Bem, a curto prazo.
Ter saído das rédeas das leis algumas vezes estavam custando momentos como esses. Eu estava angustiado, não conseguia pensar na possibilidade de perder Louise nem nos meus piores pesadelos.

Depois que a mãe de Justin morreu tinha prometido que não iria me envolver com nenhuma mulher. Nenhum caso sério, mas Louise brilhou pra mim, brilhou para as crianças. As conquistou, a elas e principalmente a mim.

Suspirei e apertei as têmporas vendo Jay entrar na minha sala.

- Me diz que tem alguma pista, Jay. – Respondi sem o olhar.

- Você brigou com o Woods ?

- Não é da sua conta.

- Na verdade sim. – Apertei os lábios e levantei encarando o homem a minha frente.

- O que isso tem relação com o sequestro de Louise, Jay ? – Disse tentando manter a minha calma.

- Por que ele foi visto no mesmo parque segundos depois da Lou sumir. – Respondeu mostrando a tela do notebook para mim.

Peguei minha jaqueta e sai correndo até o prédio da superintendência. Sem ao menos notar que Jay me seguia.

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- Senhor não pode entrar sem autorização. – A secretaria levantou correndo até mim.

- CADÊ A MINHA MULHER WOODS!  – Gritei apontando meu dedo pra ele.

- Pode deixar Sheila. – Ouvi a porta bater o Jay segurar meus ombros.

- Sargento, se controla. – Jay sussurrou.

- Preciso lembrar com que está se dirigindo, Sargento ?

- Eu sei com quem estou me dirigindo e tô pouco me fudendo pra isso. Onde a Louise está? – Respirei fundo. Apertando meus olhos.

- Eu não sei da sua companheira, Hank, ela é médica não é ? Deveria ver no hospital, a menos que ela esteja tendo um caso com um jovem enfermeiro. – Riu debochado.

Todo pingo de paciência que eu tinha se esgotou assim que vi um sorriso presunçoso no rosto do homem a minha frente.

Joguei tudo o que tinha em cima da sua mesa no chão, me apoiando sobre os braços na sua frente.

- Se eu não descobrir pelo bem, vai ser pelo mal, Woods. – Encarei o homem que mantinha a carranca furiosa em seu rosto. – Você está velho demais pros seus joguinhos sujos, Danny, cansado e desleixado. Eu juro por Deus, se você tiver relação com isso, você me paga.

- Está ameaçando um oficial superior ?

- ESTOU – Gritei furioso. – É A MINHA MULHER.

- Sargento, se controla. – Jay sussurrou assustado.

- Eu vi as imagens do parque, sei que esteve com Louise. – Woods arregalou os olhos e engoliu seco. – Eu vou voltar.

- Sabe o que isso vai te custar.

- Eu não ligo, Woods, estou me lixando. – Apontei em seu rosto. – Eu posso perder meu cargo, ir preso, perder meu distintivo. Mas se eu cair, eu te levo junto.

Deixei a sala com Jay no meu calcanhar e segui rumo a inteligência. Ao menos eu tinha uma pista.

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Pov, Louise

- Eu não sei do que está falando. – Respondi encarando os pés com sapatos marrom escuro.

- Hank é um miliciano safado Louise. Um policial corrupto, recebe dinheiro e faz uns servicinhos sujos. Foi assim, com esse jeito corrupto que saiu da prisão. – Terminou de falar enquanto eu mantinha minha cabeça baixa. – Você é conveniente com isso, porque está do lado dele durante todo esse tempo.

- Você também é policial, não ? – Perguntei ainda baixo.

- Garota, você é burra ? – Disse alto. – Seu namorado é SUJO, Louise. Se você aceita, concorda com ele.

- Se ficou desesperado, é por que eu estou certa. Você também é policial. – Ri fraco. – Tão sujo quanto Hank.

A mão apertou meu queixo forte erguendo meu queixo. – Tão inteligente e tão burra ao mesmo tempo.

- Eu não acredito em você. – Respondi ainda olhando o vazio.

- Tudo bem, quando você ver o que Hank vai fazer pra te tirar daqui, vai ver que eu estou certo. Eu sei que eu plantei uma semente na sua cabeça.

Ri fraco e senti meu rosto sendo jogado pro lado.

- Do que está rindo, vadia ? – Perguntou irritado.

- Acho que eu plantei uma semente em você, se acha que o Hank faz um bom trabalho, então você tem pouco tempo comigo aqui, gracinha. 

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Um mini capítulo pra deixar o coraçãozinho de vocês feliz 💝

The Power of LoveWhere stories live. Discover now