Capítulo 7

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Mavis


Eu entrei em uma casa com decoração simples mas rústica, era bonita e pela primeira vez senti aconchego.

— Não é aquele luxo da casa do rio.. -Cassian começa.

Eu o cortei.

— Já morei em casa de taipa, Cassian, sabe o que é?

Ele nega.

— É uma casa de barro com troncos de madeira para segurar, um teto não muito seguro mas era um teto. —olho para ele— o chão de terra, eu não me importo com luxos.

— Sua posição era baixa em seu mundo? -ele pergunta como não uma pessoa que quisesse ofender, e sim porque estava curiosa.

— Não faltou comida, algumas vezes sim. —maneio a cabeça— quando eu era criança mas isso não me tirava o sorriso, o pouquíssimo que tínhamos para mim era muito e eu fui feliz, atualmente estamos melhor do que antes, muito melhor.

Eu suspiro.

— Eles estão, eu estou aqui. -murmuro.

Ele assentiu devagar.

— Está com fome? Aviso que não sei cozinhar mas tem algo na dispensa. -fala passando por mim.

— Eu sei cozinhar. -digo.

— Bom... acho que terei comida de verdade hoje e não besteiras que compro. -fala.

Observo ele se livrar da armadura com uma batida de sifão, estava em uma camisa normal agora, aberta até o peito, mostrando um pouco do corpo altamente musculoso.

Eu pisco algumas vezes, caramba.

— Admirando minha beleza...

— Como faz para ter tantos músculos? —surgi na sua frente o cutucando— já fiz academia por alguns meses mas não mudei nada, é um tipo de treinamento, olha.

Ergo meu humilde muque e ele piscou.

— Tem alguns músculos aqui. -ele toca o meu braço.

— É de arrancar macaxeira. -falei.

— Maca o que? -pergunta.

— É algo de comer que cresce embaixo do solo, no meu mundo nós arrancamos com as mãos, e é difícil pra caramba. -falo.

Ele assentiu.

— Se a minha avó te visse e visse esse braço, iria te pôr para arrancar um campo todo. —falo— se bem que você arrancaria dois sem esforço...

— Você é engraçada, e acelerada, sabia? -ele vai caminhando e eu o seguindo.

— Ah, isso é normal. -eu digo.

Ele entrou em uma espécie de cozinha.

Eu olho para o fogão, é... bem diferente.

— Diferente do seu mundo? -pergunta.

Eu assenti olhando para aquilo. Eu abri uma pequena portinha que eu vi onde havia um pouco de carvão.

— Já cozinhei a lenha várias vezes, sabe? Feijoada fica mais gostosa em fogão a lenha do que nos normais. -falo.

— Eu acendo para você. -ele disse.

Eu ergo a cabeça e ele apontou para um dispensa.

— Vou ajudar a cortar carne para que você não faça tudo sozinha. —ele disse— tenho que mostrar o pouco de dignidade que me resta.

— Bem... esses braços fortes de quem usou a espada milhares de vezes... você deve ter um corte muito limpo para carne. -falo.

Ele me olhou de relance pegando uma faca extremamente afiada da gaveta, a qual soltou um assobio.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde histórias criam vida. Descubra agora