Capítulo 27

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Mavis

Meus pés descalços tocaram o úmido da lama da terra illyria.

Eu só enxergava vermelho, ódio, puro ódio.

Um trovão rugiu no céu da madrugada junto com a luminosidade de um raio dentro das nuvens.

A luz iluminando a silhueta dos pinheiros que balançavam com o vento forte.

Eu inspirei fundo, fechando os olhos.

Até captar aquele cheiro rústico e amadeirado, cheiro de pinho e madeira e canela.

Meus pés agiram, aquela velocidade metamorfa, às árvores não passam de um vulto, eu não passava de um vulto dentro daquela floresta, os cabelos voavam, a respiração era perfeitamente controlada.

Caçar, caçar, matar.

Rosnei, a seda da camisola esvoaçando com meus movimentos. Corra, corra.

Trovões ronronaram e eu saltei um enorme tronco, com uma facilidade tremenda.

Eu cheguei a uma clareira, galhos quebrados acima dos pinheiros, demonstrando que alguém havia sido derrubado do céu.

Uma grande confusão de terra por onde essa pessoa caiu, como se derrapasse, o cheiro estava aqui.

Foi aqui que Cassian caiu, e aqui que começou.

Sinto cheiro de sangue seco.

Eu me agachei, tocando a lama, sangue do general. O ódio apenas crescia.

Pego mais cheiros no ar, havia sentido eles uma vez... Quando estava com Azriel.

Renegados, e aquele outro cheiro.. diferente, não sabia de quem era.

Ainda está fresco, o rastro ainda posso pegar.

Norte.

E eu mergulhei mata a dentro, andarilhos, não se dariam ao luxo de voar se não fosse necessário, para não serem pegos.

E mesmo que voassem, não fugiriam de mim, gatos gostam de pegar pássaros.

Eu paro no meio do caminho, olhando em volta, a floresta parecia se inclinar em minha direção para me consumir.

Fecho os olhos, minha audição se aguçando e se estendendo pelas folhas e vento, pelo chão, por cada grão de terra.

Ouço risadas e meus olhos se abriram, sinto cheiro de fumaça, uma fogueira.

Eu segui na direção que aquilo apontava como uma flecha, minha visão capitando o brilho alaranjado do fogo ao longe, cinco silhuetas com asas sentadas em torno da fogueira.

— O general mais poderoso.

Eles gargalham.

Os trovões ronronaram e sinto pingos de chuva fina tocarem meus ombros.

Observo um dos machos que está de pé erguer algo como troféu.

— Parece que não era tanto assim. -ele balança algo na mão, uma grande quantidade de cabelos escuros ondulados.

Cortaram.os.cabelos.dele.

— Deve estar morto, acabamos com ele. -outro que estava sentado disse.

Eles gargalham e um rosnado irrompeu baixo na mata.

— Ouviram isso? -um pergunta.

— Algum animal. —ele atirou uma quantidade do cabelo no fogo— queime, desgraçado.

Aquele que ouviu se ergueu, se aproximando de onde a luz da fogueira não alcançava, onde estava escuro. Afastado dos outros.

Meus olhos acenderam e ele travou.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora