Capítulo 13

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Mavis

De fato eu me sentia mal e por três dias eu não comi direito, e como resultado e consequência disso... eu adoeci.

— Ela não come nada? -ouço a voz de Rhysand.

— Nada, ela não quer comer. -Cassian suspira.

— Ela vai morrer assim, ela tem que...

— Rhysand, sejamos francos, se um de nós soubéssemos que nunca mais iríamos nos ver ou ver nossa família de novo, ficaríamos iguais ou piores do que ela. —o general desabafa— a garota passou por muita coisa e perdeu muita coisa.

Um suspiro pesado.

— Você tem razão.

— Há outra coisa.

— Mais uma desgraça? -o grão-senhor parecia exausto.

— Escuto rosnados de madrugada, escuto móveis caindo e então roncos que se assemelham a rugidos profundos, e vem do quarto dela. —Cassian murmura— quando amanhece eu venho vê-la e ela está normal, porém... é inevitável não perceber as marcas de garras pelos lugares.

— Acha que ela está se transformando na besta a noite? -ele pergunta agora cauteloso.

— Tenho certeza, mas por mais que eu pergunte ela não lembra. -fala.

— Ela se esquece quando se destransforma... isso pode ser perigoso, para você e para ela. Se ela conseguir sair do quarto transformada...

— Eu consigo contê-la.

— Consegue conter uma besta que você ao menos sabe como é? Ou qual o tamanho da sua força ou sua altura e peso?

— Mavis não me machucaria, ela facilmente machucaria um de vocês, mas a mim não.

— Essa imagem de vilões que ela pintou sobre nós..

— Com razão.

Um suspiro.

— Só peço que tenha cuidado.

— Já vi a morte muitas vezes, se Mavis é ela, nos daremos bem até demais.

Feyre me olha do canto do quarto há mais de meia hora e me pergunto o que ela pensa.

— Você tem que comer. -ela acaba soltando.

Eu não respondo, duvido que eu consiga formar uma palavra de tão fraca que estou.

— Me desculpe. -ela solta.

Meus olhos ardem, pesados.

— Peço perdão pelo dano que causamos. —ela murmura— sei que não ameniza, mas eu espero que possamos conquistar sua confiança, que possamos não nos redimir mas fazer algo bom por você.

Minha respiração saiu fraca e ela se aproximou.

— Se tem a esperança de algum dia voltar para a sua família, mesmo que as chances sejam poucas, reaja. —ela me olha nos olhos— reaja pois não há como encontrá-los morta.

Eu não a respondi.

— Reaja, Mavis, ou não haverá mais futuro para nenhum de nós, para você principalmente. -e ela saiu do quarto.

Sinto um peso surgir em meu colo e meus olhos piscaram para o pequeno bebê ali.

Ele sorriu com três dentinhos.

— Que-lida. -ele disse sorrindo pra mim.

Um fio de voz escapou.

— O-oi, a-anjinho. -sussurro.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora