Capítulo 28

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Mavis

— Você não faz nada há dias. -Azriel disse.

Não dei ouvidos a ele.

— Você tem que comer, Mavis, tem que dormir, quando ele acordar eu mesmo aviso a você. -ele suspira.

Continuo alí, segurando a mão do general, sentada ao lado de sua cama, o  queixo apoiado no colchão.

Esse tem sido meu posto durante meses.

— Madja disse que ele pode acordar a qualquer momento. -falo.

— No mês passado. -ele fecha os olhos.

— Ele vai acordar.

— Mavis, você está magra, se não for comer agora eu vou..

— Me torturar? —pergunto sem tirar os olhos de Cassian— vá em frente, nem que arranque minha entranhas eu irei sair do lado dele.

— Zaleríon..

— Ele está perfeitamente bem. -declaro.

— Criatura teimosa. -ele rosna baixo.

Eu acaricio a mão grande do general, ele não havia acordado desde a noite que cheguei aqui, desde a noite que matei os que lhe deixaram assim.

E desde então eu permaneci aqui, cuidando dele.

Azriel pareceu ter desistido e atravessou, ou foi buscar uma frota para ajudá-lo a me arrastar até a cozinha.

— Você precisa acordar. —digo ao general— precisa voltar para casa comigo.

Como sempre nunca havia uma resposta.

Eu olho para as suas asas, ainda danificadas, Madja não conseguiu fazer muito e ela não sabia se conseguiria.

Se ele acordar e souber que não poderá mais voar...

Fecho os olhos com força.

Ou andar normalmente.

Abro os olhos, fitando suas pernas.

— Eu andei estudando, a casa sempre me traz livros da biblioteca, ou a Gwyn traz para mim. —digo a ele— andei treinando muito todos os feitiços.

Suspiro.

— Não estou treinando fisicamente e você vai me esculhambar muito quando acordar, mas eu não quero nenhum outro treinador além de você. —digo— então vou te esperar.

Eu me ergui da cadeira.

— Quando Madja desistiu de você, eu persisti em você, e venho trabalhando mesmo que devagar, tenho muito poder mas não adianta ter muito se não consigo usar direito. —suspiro— mas por você estou tentando controlar e estou usando o pouco que consigo controlar em você.

Movi minhas mãos, água luminosa flutua no ar, meus dedos se movem e ela deslizou por suas asas como uma cobra se enroscando.

— Estou tentando reestaurar seus ossos, Tarquin me disse que o poder da estival já foi muito usada por curandeiros experientes, foram chacinados na guerra onde eu do passado conquistei as terras, por Donavam, mas bem, tenho sangue daquele oceano. —digo— está sendo um processo vagaroso pois estou aprendendo, mas alguns ossos pequenos eu consegui colocar no lugar.

Não era o bastante.

Eu inspiro fundo, é para o Cassian, se cocentre.

Minhas mãos apertam devagar e a água brilhou mais forte na asa esquerda.

— Vamos lá, vamos lá..  -sussurro.

A luz se intensificou e ouvi um estalo de osso.

A asa esquerda se ergueu como uma lona e esticou antes de cair. A água foi ao chão e sumiu no mesmo instante.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora