Capítulo 25

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Mavis

— Parece tensa. -disse Nestha.

— Eu não estou tensa! -soquei o saco de pancadas.

Ela ergueu as mãos em rendição.

— Só comentei.

Eu suspiro frustrada.

— Posso pedir um conselho?

— Péssima escolha de pessoa para isso. —ela cruza os braços— mas tente.

— Se você foi torturada cortada como um queijo várias vezes e no fim descobrisse que quem fez isso é seu parceiro e ele se arrependesse e tentasse mudar... Mas mesmo assim você estar com mágoa e raiva mas sentindo algo diferente, o que você faria? -pergunto.

Ela pisca.

— Muito específico. -ela disse.

— Poisé. -acertei outro soco.

— Na minha opinião nada humilde, eu faria ele se humilhar bastante pelo meu perdão, bastante, por muito tempo, talvez anos, com certeza anos. —ela disse— e no fim diria que iria pensar no caso, sem tempo de resposta.

— Humilhar? -murmuro.

Não consigo fazer isso, minha alma e coração são bons, infelizmente.

— Faria ele rastejar por uma centelha de desculpa minha. -ela dá de ombros.

— Começando por?

— Não deixaria que me tocasse porque isso na parceria é o que traz alegria e conforto ao parceiro, se não deixar me tocar, ele sofrerá com rejeição. —ela disse— eu usaria o laço para torturá-lo.

Usar o laço.

— Obrigada. -agradeço.

— Não vai seguir meu conselho, né? -ele suspira.

— Um pouco, você me deu uma idéia brilhante. -acertei outro soco alí.

Ela assente.

Para isso eu precisaria da ajuda do...

.

— Fico surpreso de vê-la aqui, Mavis. —Rhysand disse em sua cadeira— precisa da minha ajuda para que?

— Como faz para mandar imagens na mente das pessoas? -pergunto.

Ele pisca.

— Quer saber como entro na mente delas?

— E como faz para mandar imagens, memórias para a mente delas. -assenti.

Ele se endireitou em sua cadeira, atrás dele, um grande quadro com a grã-senhora pintada alí.

— É algo bem complexo, requer treinamento mas nem sempre a pessoa é compatível para ser Daemathi. -ele me analisa.

— Eu quero tentar. —falo— pode me ensinar?

Joguei a porra do orgulho fora, não vou ter utilidade com ele aqui.

Ele pensa por alguns segundos.

— Podemos fazer uma tentativa. -ele disse.

Ele se inclina na mesa.

— Tente entrar em minha mente. -ele desafia.

Eu ergo uma sobrancelha.

— Tente entrar, pense em tudo, pense em como poderá golpear para entrar, pense no quão violenta você poder ser adentrando aqui. -um de seus dedos toca sua testa.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora