Capítulo 40

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Mavis

— Há feéricos estivais presos naqueles covis das vadias. -Tarquin bateu com os punhos na mesa.

— Quantos? -pergunto.

— Eu não sei, da última vez que informantes viram, eram seis. -ele nega.

— Mas estão sumindo com frequência, o número deve ter aumentado. -Cresseida argumenta.

— Isso se não tiverem sido mortos. -ele rebateu.

— Somente estivais? -pergunto.

— Há de outras cortes, noturna, primaveril, invernal, outonal, diurna e crepuscular, mas o maior número é dos nossos, por motivos que sabemos bem.

Donavam.

Meu olhar escureceu da cadeira mestra onde estou na grande mesa. A mesa é uma espécie de vidro com água do mar dentro dela, os territórios se formam conforme a mesa é acesa com poder, e quando eu toco, o território a qual toquei, ilha ou qualquer coisa, brilha e a água começa a ondular nela onde há mar.

— Já tentaram fazer um resgate? -questiono.

— São muitos. —Tarquin suspira— muitas pessoas para trazermos na travessia, só se fosse um de cada vez ou dois, mas até lá, quando voltássemos todo o restante estaria morto.

Eu refleti.

— Já tem a localização? -pergunto.

— Nas terras humanas, mas... Obviamente não é tão fácil ou visível, fica na encosta de montanhas da praia, lá é extremamente fechado e violente, mar revolto e as proteções são imensas.  -ele disse.

— Navios naufragam com frequência, há carcaça deles nas pedras abaixo no mar em grande quantidade.

— Deixam lá de aviso. -o platinado rosna.

Olho de relance para Azriel que está do meu lado, está quieto, suas sombras sussurrando devagar em seus ombros. Algumas ocultando seu rosto do nariz para baixo.

— Na guerra aquilo estará sem proteção, alguém deverá ser designado para libertar o povo aprisionado enquanto estamos em campo de batalha. -falei.

Eles assentiram.

Eu me ergui, o tridente em minha mão.

Cassian havia voltado para a corte noturna ontem a tarde, e agora éramos apenas eu e Azriel alí.

Uma dupla não muito cômica como eu e o general que fazemos piadas até do vento, mas, era tranquilo.

Azriel no mesmo instante marcou meu passo, me seguindo como se fosse a minha sombra.

— Como estão os guerreiros? Estandartes prontos para tudo? -pergunto.

— Estão sempre a postos.

— Amanhã visitarei a praia do meio onde eles estão treinando, quero ver de perto.

— Sim, senhora.

Eu saí da sala, sendo acompanhada pelo espião.

— Está muito quieta. -ele sussurra.

— O que? -pisco.

— Você está pensativa demais, quieta demais, não é do seu fetil ficar em silêncio.

— Às vezes acho que falo demais. -murmuro.

— Não, você agracia o ambiente com a sua voz, ele se torna triste e vazio quando está calada. -ele intervém.

Eu o olho de relance.

— Acha isso?

— Até mesmo um cego perceberia que você rouba o lugar do Sol onde chega, pois ilumina até os lugares mais escuros com sua presença e espírito. —ele me olhou— não se cale, privará nós? De tamanho deleite que alegra os corações.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora