Corte De Trevas E Sombras | •Acotar

Capítulo 19

Mavis

— Uhuuulll, que maravilha. -digo bufando.

— Está mesmo tranquila depois do que Tarquin revelou? -Cassian me pergunta com cuidado.

Eu sorri.

— É claro que não, aquele baiacu jogou a bomba e correu com pretexto de que tinha uma corte para cuidar, e pior!!

Eles me olham.

— Não me deu nenhuma instrução sobre isso! -aponto para o pequeno dragão em cima da minha cabeça.

— Carne, bastante carne. -Rhysand fita a criatura.

— Agora eu sou mãe de família. -suspiro, olhando para o pequeno ser que mechia em meus cabelos.

Eu olho para os presentes.

— Tem bolsa família em Pythrian?

Eles piscam.

— Um auxílio?

Eu me desespero.

— CADÊ O LULA NESSAS HORAS?! SU.MIU!! -exclamo.

— Quem diabos é Lula? -Feyre murmura para o parceiro.

— O que ganhou do Bozonário, mas todos os dois não prestam, enfim. -dou de ombros.

— Alguma coisa do seu mundo?

— Políticos, espécie de ladrão enfeitado de bom moço, o mundo está cheio. -digo.

— Tem mais assim?

— No Brasil? Meu filho, tem bandido, tem corrupção, tem bandido, taxa alta da passagem, bandido, preço alto da carne, bandido. -conto nos dedos.

— Você já disse bandido. -disse Cassian.

— É porque tem muito. -contei.

Azriel tirou o dragão de cima de minha cabeça.

— Ele vai crescer, e muito. —ele observa a envergadura das pequenas asas da pequena fera— muito mesmo.

— Tem nem garagem grande aqui pra pôr o meu possante. -olho para o filhote de dragão.

Respiro fundo.

— O que eu faço agora?

— Treino. —Cassian respondeu— treino e muito mais treino, treino até cansar, treino até desmaiar.

— Quantos treinos. -observo.

— É porque são muitos. -ele disse simplesmente.

— Você vai ter que treinar o seu poder comigo ou Donavam irá matá-la antes que erga um dedo. -Amren interrompeu.

— Claro que ela iria voltar ao assunto. —resmungo— eu não sou a arma de vocês, em, meu parentesco com Tarquin já me tira dessa laranjada de ser o brinquedinho de vocês contra as forças do mal.

— Não muda o fato de que lutará pelo certo. -ele disse.

Eu gargalhei.

— De onde eu venho, lutamos até certo ponto, depois desse ponto já era, salvamos o nosso próprio pescoço. -passo o polegar na garganta indicando a morte.

— Quer dizer que nos trairia? -pergunta Morrigan.

— Não, flor, vocês facilmente ME trairiam, mas EU! Ajudaria até onde pudesse, e se não pudesse mais, eu então salvaria a mim porque não me colocaram no mundo pra ser feita de besta. -digo.

Eu olho para o espião quando o dragão começa a guinchar como uma criança chorona.

— Devolve o Francisco júnior. -estendendo a mão.