Capítulo 33

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Mavis

— Mavis, repense sua decisão. -Cassian implora.

— Vou ficar onde eu deveria ter vindo desde o começo. —digo— aqui quem manda sou eu, aqui ninguém fará o que seus amigos fizeram comigo.

Eu suspiro.

— Nada contra você, Cassian, mas eu não irei voltar para a corte noturna. -digo.

— Estando aqui eu não poderei proteger você! Pequena. -ele suspira com frustração.

— Como se exércitos de guerreiros, nós e um dragão não fosse proteção o suficiente. —Cresseida resmunga revirando os olhos— nunca ouvi tanta bobagem.

— Eu liberto você do acordo. -murmuro para o general.

— Não.

— Você tem a sua parceira, proteger uma fêmea que não seja ela com a própria vida pode não ser bem visto. -digo.

— Cacete, quando vai entender que o que eu e Nestha tivemos acabou há anos?? -ele xinga.

— Ela não acha isso.

— É um problema dela.

— Não torne as coisas mais difíceis, Cassian. -digo.

— Se quebrar o nosso acordo, Mavis, jamais irei perdoá-la. —ele disse— só a morte para quebrá-lo, está certo de que quer cortar conexão com todos, mas comigo?

Eu desvio o olhar.

— Pensei que fôssemos amigos.

— E nós somos.

— Então por que está agindo assim?

— Porque vocês tem alguma coisa, Cassian, eu não tenho nada, tiraram tudo de mim, tudo. —murmuro— não vou tirar nada de ninguém.

— O que poderia me tirar?

— Chega, não quero mais conversar sobre isso. -digo.

— Está fugindo.

— Só não quero remoer mais onde há feridas. -declaro.

— Se for, ficará sem a proteção da corte. -Azriel disse.

— Vocês me protegiam de quê? De vocês mesmos? —pergunto— fora o Cassian, ninguém alí se importava, sou uma moeda de troca de vocês para quando as coisas ficarem feias e sem solução..

Ergo o queixo.

— Eu saí do tabuleiro de seu grão-senhor, não sou mais um peão, eu dito o meu lugar nessa guerra. -digo.

Eu fito o tridente em minha mão.

Ouço o ronronar de algo e minha atenção vai para o vitral aberto, o qual dá a visão de nuvens escuras ao longe, uma tempestade.

— Vocês podem ficar aqui até amanhã, para que não enfrentem uma tempestade em sua jornada de volta. —digo— se quiserem ficar por mais tempo eu não me importo, desde que aquela galinha mestiça de olhos violeta não venha até aqui para conversar asneiras em meu ouvido, de forma que eu tenha que afogá-lo aqui.

Eu olho de relance para Cresseida.

— Espero que tenha acatado a minha ordem e projetado a sela de Zaleríon. -murmuro.

— Eu mesma cuidei disso. —ela me olha imediatamente— está pronta.

Eu assenti.

Duas criadas surgiram.

— Elas irão acompanhá-los até seus aposentos. -aceno com a mão.

Cassian balança a cabeça.

— Vamos conversar depois.

Corte De Trevas E Sombras | •AcotarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora