Capítulo VIII

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Sophia Medeiros

Assim que Mederi saiu, todos foram escoltados até suas celas. Ao entrar naquele lugar ridículo, a primeira coisa que faço é olhar o pequeno compartimento onde estão os alimentos e comer algo. Depois, me deito e fico pensando: será que a organização é boa mesmo?

Bem, amanhã penso nisso.

Acordo com um barulho estridente, que vem de um alto falante no canto superior da minha cela. Olho ao redor e descubro um pequeno relógio digital: 5 da manhã. Eles precisam mesmo nos acordar uma hora antes?

Me levanto e vejo a porta sendo aberta por um segurança, que diz para eu o seguir.

Ele me leva e, alguns metros a frente, no corredor, entro em uma pequena porta e percebo que é um banheiro bem simples, comparado a dimensão de tudo aqui, mas não acho que tenho o direito de reclamar.

Depois de tomar um banho, me sinto um pouco melhor, mas, ao colocar aquele uniforme, a sensação se esvai.

Ouço batidas na porta. Pelo jeito, estão com pressa. Saio e eles me escoltam até uma sala grande, com várias portas ao redor. No centro, vejo assentos, e alguns já estão ocupados.

Vejo Anippe com seu ar nobre e superior observando, Aisha e Akira conversando baixo, Malika olhando a todos com curiosidade, mas desviando o olhar de Anippe. Me sento e logo chegam Bernard e Vladimir.

Bernard senta ao meu lado e pergunta como passei a noite. Respondo algo como "bem, e você?", mas não presto atenção em sua resposta, pois estou observando Vladimir. Ele está concentrado em seus pensamentos, mas atento a tudo. Não tinha reparado nele antes.

Ele parece pronto para levantar e agir a qualquer momento, e imagino como ele era antes de tudo isso acontecer. Talvez fosse um rapaz feliz, mas agora, tudo que vejo é um rosto com marcas e um olhar de sofrimento.

De repente, a porta pela qual entramos se abre, e Mederi entra.

— Vejo que ninguém se atrasou. Ótimo, estão aprendendo boas maneiras. Cada um de vocês vai entrar por uma dessas portas, começar seu treinamento e desenvolver suas habilidades. Por enquanto, vão estar separados, mas antes, mostrem o que podem fazer.

Ela aponta para mim, e eu me levanto.

— Não sei o que devo fazer.

— Sophia, estivemos observando você. Quero que se concentre e apareça do outro lado da sala.

Essa mulher tem algum problema. Como vou fazer algo assim? Bem, além de um problema, ela tem uma arma, então acho melhor tentar.

Me concentro no lugar ao lado de um dos guardas que estão na porta e, de repente, tenho uma visão diferente da sala: estou atrás de Mederi e vejo todos os garotos, inclusive... eu.

Ok, acho que tenho um problema, ou um clone. O segurança ao meu lado se surpreende e tenta tocar em mim, e quando faz isso, o clone desaparece.

— Certo, Anippe. Sua vez, querida.

Anippe se levanta com um sorriso irônico e desaparece. Vejo o olhar surpreso de todos quando ela volta a aparecer e senta, lançando um olhar superior à Mederi, que vai em direção a porta e diz :

— Não tenho tempo pra isso. Mostrem um a um suas habilidades, e depois podem ir cada um para uma sala. Sua vez, Bernard.

Dizendo isso, ela e os seguranças se retiram.

Bernard se levanta, vai até uma das portas e simplesmente passa através dela. Depois volta, uns três minutos mais ou menos, e não parece muito animado com o que viu atrás da porta pela qual passou.

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