Capítulo XXVI

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Bernard Sliver

E de novo a sensação estranha de não conseguir me ver. Como a Anippe aguenta ficar assim direto? Não entendo. Essa é uma das piores sensações do mundo.

Como da outra vez, tenho dificuldades em andar, mas logo me acostumo. Apanho minha mochila, o rádio e saio do quarto seguido de Anippe.

Paro em frente a porta e ela se esbarra comigo.

- Cuidado, garoto. É você quem consegue atravessar as coisas, não eu. - resmunga Anippe.

- Não consigo atravessar coisas. Só paredes. - brinco e ela faz uma careta.

- Daqui em diante vamos nos separar. Qualquer coisa chama no rádio. - ela me avisa e segue o caminho para o lado oposto do meu.

Eu posso fazer isso. Meus amigos acreditam em mim. Consegui roubar um notebook dessa organização sem ser pego, mas foi junto com Anippe, que é mestra nessas coisas. Espero conseguir liberar o acesso ao helicóptero e sair da sala de controle rapidamente antes que me descubram, o que vai ser difícil, já que estou camuflado, mas não sei se vai funcionar com Anippe longe de mim. Ela ajudou com minha auto estima.

Viro para ela e grito seu nome antes de perdê-la de vista. Ela para e olha para trás. Logo falo:

- Obrigado por acreditar em mim. - Ela sorrir e segue seu rumo, e eu o meu.

Saio do prédio onde fica os quartos e volto para o lugar onde Anippe e eu passamos o sufoco. A mesma sala onde tem toda a tecnologia necessária para viver tranquilamente, mas tento não pensar muito nisso. O meu futuro e de meus amigos depende dessa tarefa que irei realizar.

Me concentro ao máximo e tento ser responsável.

No decorrer do caminho até a sala de controle me deparo com alguns guardas fazendo a ronda. Tento fazer o mínimo barulho possível ao passar por eles. Mesmo estando invisível, eles podem desconfiar.

Ouço um barulho vindo do rádio que está na mochila e tento pegá-lo.

Tiro a mochila das costas, que está camuflada, e o procuro. É um pouco complicado achar algo que não está visível, mas seu formato é inconfundível, e logo estou com ele na mão.

Ponho a mochila nas costas e ouço novamente o ruído vindo dele.

- Bernard, já entrou na sala? - Anippe fala e, logo em seguida, a respondo falando que estou perto. - Ótimo. Já estamos saindo do prédio, indo para o heliporto. Danny disse para a Malika que tem um galpão lá perto, onde poderemos ficar escondidos. Ficarei esperando seu contato.

- Certo. Quando eu estiver na sala, aviso. - digo feliz. - Boa sorte!

- Boa sorte também, Bernerd. - depois disso não ouço mais nada. Não sei porque ela insiste em errar meu nome. Mas não tem importância. Guardo o rádio na mochila e sigo o caminho.

Dois minutos depois chego a sala. Tenho que ser cauteloso dessa vez, já que não tenho a Anippe ao meu lado para me ajudar.

Retiro novamente o rádio da minha mochila e pressiono o número 3.

- Anippe, consegui chegar a sala de controle. Agora só basta eu acessar o computador central e liberar o acesso para vocês. - falo um pouco cansado. Ouço os outros atrás comemorando um pouco. - Já chegaram ao lugar onde se encontram os helicópteros?

- Já estamos no galpão do heliporto. Anda rápido aí, gatinho.

- Ok. Vou tentar fazer isso mais rápido possível. - desligo e coloco-o novamente na mochila. Tiro o cartão de acesso da mesma e atravesso a parede para dentro da sala.

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