Capítulo XIII

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Bernard Sliver

Que dor de cabeça!

Olho em volta e percebo que estou em algum tipo de galpão velho.

Sentado em uma cadeira, sinto que estou amarrado nela. Braços e pernas. O que querem comigo? Vingança por termos pego aquele cara naquela hora? Pode ser que sim.

Vejo uma luz saindo por uma brecha em cima de mim, e parece a luz da lua. Estamos de noite já. Não deve ter se passado mais de um dia desde que me trouxeram até aqui.

Com a ajuda da luz vinda da brecha e de uma luz acessa logo no que presumo ser o começo do galpão, aproveito para olhar o local. Nada tão grandioso, apenas um lugar velho que, provavelmente, esses caras guardam os mantimentos roubados, ou não. Pode ser que seja apenas um galpão abandonado mesmo. No decorrer do ambiente, há diversos tipos de coisas em cima de mesas, bancadas etc.

Tento me soltar usando meus poderes. Penso que, se eu consigo ultrapassar paredes tornando meu corpo intangível, eu posso fazer meus braços ficarem assim e as cordas saírem deles. Sem sucesso.

Grito para alguém me tirar daqui, mas ninguém vem ao meu socorro.

Isso me faz lembrar do dia em que cheguei a OCRV, da angústia que senti, e que agora está se repetindo. Mas nesse caso é diferente, pois agora posso contar com várias pessoas que podem me ajudar a sair daqui, e elas ainda tem habilidades, e devem estar preocupadas comigo neste momento.

Penso na Sophia, e em como seria se ela estivesse na minha situação. Ela poderia criar um clone e soltar os nós das cordas e fugir. Ou até mesmo a Aisha, que podeira queimar as cordas.

Por que não tenho habilidades ofensivas? Seria melhor para mim. Mas só de pensar que consigo atravessar paredes é uma surpresa. Quem diria?

Me lembro da Malika. Onde será que ela está? A última vez que a vi foi quando estávamos lutando contra os rebeldes. E agora estou aqui. Preso. E ela? Será que fugiu? Ou pior. Será que morreu?

Tento não pensar nisso, afinal, ela não iria morrer assim. Ou iria?

Ouço um barulho de porta se abrindo e avisto um homem entrando. Ele usa um chapéu daqueles estilo cowboy, roupas surradas e tem uma aparência de quem já sofreu muito na vida.

Ele retira o chapéu da cabeça e põe em cima de uma mesa perto da porta e fala:

- Então, confortável? - pergunta sarcástico. Não respondo. Ele fica furioso, mas tenta se acalmar, provavelmente por eu não ter respondido sua pergunta, e continua. - Não? Que pena. O meu irmão deve estar na mesma situação que você agora. Digo o mesmo da vida dos outros que você e seus amigos tiraram.

Verdade. Matamos vários deles. Não sou a favor disso e, aliás, ainda não matei nenhum. Não quero fazer isso.

Ele olha com uma cara de nojo para mim e me encara.

Finalmente palavras saem da minha boca.

- Quem é o seu irmão? - pergunta tola. Só pode ser o cara que capturamos. Mas vou tentar enrolá-lo. Pensei em um plano, mas preciso confirmar algo antes de executá-lo.

- É o homem que vocês abordaram ontem lá na floresta. - ele fala aumentando o tom de voz.

- Ah sim, aquele homem. Ele disse que iria morrer daqui a uns dias, mas pediu para que o matassemos ali mesmo e... - tomo um susto com o soco que ele deu na parede. Que cara forte. Ele conseguiu quebrar a parede que me parece ser de concreto. Ele tenta se acalmar novamente e fala:

- Vocês não o mataram, né? Já não basta matar os outros?

- Não, não iriamos fazer isso com uma pessoa que não pode se defender. - ele fica mais calmo, e continuo. - E outra, nós só matamos os outros por estarem roubando comida dos que precisam e, aliás, por que vocês roubam a comida que deveria ser entregue as pessoas que merecem-nas?

InfectedWhere stories live. Discover now