Capítulo 5 - Hospitalidade

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Após os campistas se retirarem, Quíron continuava observando o trio com curiosidade e ele se dirigindo a Jenne, esperando que ela o reconhecesse, mas isso não ocorreu.

- Vocês sabem por que foram atacados? - perguntou Quíron ainda olhando a platinada com curiosidade e o trio nega – Sabem o que são? Dê onde são?

-... Como assim? – perguntou Theo estranhando a pergunta de Quíron – Que eu saiba, somos pessoas normais.

-Bem... Quase todos – diz Pietra se voltando para Jenne – Pessoas normais não lançam fogo das mãos! Jê, desde quando você faz isso?!

- E-eu não sei... – diz a platinada encarando suas mãos com medo e murmura – Simplesmente... Saiu de mim.

- Então vocês não sabem... – murmurou o senhor e o trio o encara sem entender o que ele estava se referindo, depois Quíron se volta a eles – Isso é muito ruim... Se descobrirem que estão vivos...

- Senhor, será que pode falar para nós do que está falando? – diz Theo impaciente com Quíron, que continua em silêncio, pensando se falava ou não – Quer saber? Esqueça. Vamos embora daqui... Valeu por terem nos ajudado, mas temos que ir.

- Não podem ir. Ele está à espreita – diz o senhor – Ele descobriu a identidade de vocês. Sentiu seu cheiro... É perigoso demais.

- Por quê? Por que ele nos quer? E que papo foi aquele de que 'vocês pertencem ao mundo dos mortos'? – diz o loiro.

-... Nem sei por onde começar... – diz o senhor, gesticulando para que eles se sentassem.

Quíron explicou a eles o porquê de estarem sendo seguidos, o porquê de falarem que nem Theo nem Pietra pertencem ao mundo dos vivos, e também o porquê do cara de sobretudo chamar Jenne de Acácia. E quanto mais Quíron falava, mais assustados os irmãos ficavam.

Por algum motivo, Jenne continuava bastante tranquila, como se já soubesse de toda aquela história, e quando ele terminou a explicação, Jenne tomou a palavra.

-... Quer dizer que... Eu e meus amigos somos de outro milênio e que também somos os mais procurados do mundo inferior? – diz Jenne calmamente e Quíron confirma com um gesto – Okay... Isso é estranho.

- Isso é MUITO estranho – diz Pietra desacreditando de tudo – Deuses entre nós? Pessoas com poderes místicos? Jenne é uma encarnação de uma deusa do século 15? Isso é uma piada não é?

- Sei que é difícil aceitar, mas...

- Mas nada. Isso é uma loucura sem limites! Sou uma pessoa normal, com pais normais e tenho uma vida normal. Nunca acreditei em deuses, isso foi uma invenção que nossos antepassados inventaram para superar suas crises – opõe-se Pietra.

- Olhe senhor Quíron, o que minha irmã quer dizer é que se vocês desse acampamento acreditam que deuses são 'reais' tudo bem, afinal essa é a crença de vocês, mas não espere que acreditemos nisso – diz Theo se levantando, enquanto se dirigia até a porta junto com as garotas – Obrigada mais uma vez por nos ajudar, mas... Estamos indo.

Eles não esperam a resposta de Quíron e saíram da enfermaria, e quando saíram da enorme casa, eles se deparam com uma enorme área com chalés magníficos, cada um com uma decoração mais linda do que a outra, e admiraram as lindas construções, porém não ficaram muito tempo olhando, e voltaram a andar.

Durante o percurso até a saída, eles acabam encontrando novamente a garota indígena, Píper, conversando com Annabeth, a garota loira que havia chamado Quíron, ambas pareciam está conversando sobre algo animado, e quando avistaram o trio, foram até eles.

- Ei pessoal! Querem que mostremos o acampamento a vocês agora? Aposto que irão gostar do nosso Anfiteatro, hoje teremos uma apresentação – pergunta Píper, porém Jenne nega.

- Estamos partindo... Mas obrigado por se oferecer – diz a platinada.

- Vão... Embora? Mas não podem. E se forem atacados novamente por um cão infernal, ou por outro monstro qualquer? – diz Annabeth surpresa com a decisão deles.

- Olhe como disse a Quíron, não iremos nos opor sobre suas crenças sobre mitologia, mas... Temos mesmo que ir. Tenho um seminário muito importante daqui a dois dias na facul, e Jenne tem uma prova bimestral semana que vem, e temos que nos ocupar com isso, e não sobre papo de civilizações mortas e sobre pessoas com poderes sobre-humanos – diz Theo tentando ser o mais educado possível, e elas continuam sem entender – Será que... Podem nos ajudar a encontrar a saída? Esse lugar é enorme.

Ainda surpresas, elas concordam leva-los até o limite do acampamento, e quando cruzam a enorme entrada, se deparam com alguns quilômetros de estrada vazia, mas não desistiram de sair de lá.

- Ainda acho que deveriam ficar, é a escolha mais sensata a se fazer – diz Annabeth tentando convence-los, mas eles negam.

- Obrigado pela hospitalidade, mas não – diz Pietra se voltando para as duas, e começa, a caminhar sem olhar para trás.

★☆★

Antes mesmo de Píper e Annabeth voltarem para dentro do acampamento, o diretor de atividade, Quíron, aparece atrás delas, em sua verdadeira forma, da cintura para cima ainda conservava sua aparência humana, já da cintura para baixo, ele tinha uma forma de cavalo, e ele olhava o trio se distanciando.

- Eles... São meio estranhos não acha? – diz Píper a loira que dar de ombros.

- Nós também somos – diz Annabeth e em seguida se volta para o senhor – Quíron, eu vi o jeito como se portou ao ver eles. Por acaso os conhece?

- Digamos que eles são 'conhecidos' dos deuses – diz Quíron num tom preocupado – Meninas, quero que chamem ou o Percy ou Jason. Preciso falar com eles.

- Por quê? – pergunta as garotas ao mesmo tempo.

-... Eles terão que cumprir uma missão bastante especial – diz Quíron inexpressivo voltando a casa grande.

Ele tinha que proteger os três, pois sabia que se Zeus ou Hades notassem a presença do trio, eles iram atrás deles sem pensar duas vezes. E de algum modo, tinha que proteger do misterioso cara de sobretudo, pois se ele conseguisse colocar as mãos em Jenne, Quíron temia nas consequências.

Phoenix: A Deusa EsquecidaWhere stories live. Discover now