Capítulo 11 - A voz em minha Cabeça

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Ainda no escritório do senhor D, Jenne ainda continuava a debater com o deus, e depois de um bom tempo tentando acalmar os dois lados, Quíron decidiu se calar.

-... Por deus! Eu já disse que não sou mais Acácia, eu sou Jenne! J-E-N-N-E. Ponha na sua cabeça, seu nanico – diz a platina chegando ao seu limite. Não aguentava mais continuar se batendo de frente com Dionísio.

- Eu não sou tão baixo assim! Além do mais, minha altura não é a pauta principal dessa conversa e sim você nunca ter sido encontrada por milênios! – rebate o deus.

- Vou repetir mais uma vez... EU. NÃO. SEI! – exclama Jenne dando um longo suspiro e em seguida se senta ao lado de Quíron – Pelo que eu saiba, sempre fui normal. Cresci numa família rica, sempre fui a melhor da turma, me formei no colégio com honras. Isso é tudo que sei sobre mim.

- Entendemos sua frustração Jenne. Mas sabe, também queremos que nós dê algum tipo de informação que nos ajude a entender seu caso – diz Quíron num tom calmo enquanto amparava a platinada – Por hora é melhor pararmos por aqui, você deve descansar e...

- O escambaul que vai! Zeus está no limite ultimamente, e agora com o problema da burra da Hécate sua paciência está bem menor. Se ele souber que Acácia está aqui, eu já era! Ficarei para sempre nesse bendito exílio – diz senhor D. Sua irritação era tão evidente que seu rosto já estava tendo uma cor meio avermelhada.

- Está... Expulsando a mim e meus amigos? Não pode fazer isso! Aquelas... Coisas virão atrás de nós – opõe-se a platinada e senhor D dá as costas, não querendo encara-la nos olhos – Aqui é o único lugar seguro que tenho.

- Não me importo... Acácia, caso você tenha se esquecido, você é uma bomba relógio! Se continuar aqui, além de me prejudicar, poderá causa a ruína do acampamento – responde o deus ainda de costas.

- Eu não sou perigosa... – ela não acreditava que achavam que ela era perigosa. Ela mal fazia mal a uma mosca! Mas aquelas palavras a machucava, e Jenne não sabia o porquê. Ela acaba sentindo um formigamento dentro dela e de repente suas mãos começam a ter um brilho alaranjado.

- Jenne... Se acalme. Não queremos acidentes aqui – diz Quíron percebendo que ela estava começando a brilhar de raiva, e aos poucos o brilho vai sumindo – Por que não vai dar um volta? Eu terei uma conversa com Dionísio e tentaremos entrar em um acordo...

- Minha decisão já está decretada – rebate o direto e a platinada não espera uma segunda ordem e sai da sala.

"Nunca fui tratada desse jeito... Quem esse deusinho pensa que é?" pensou Jenne. Seus amigos tentam se aproximar dela, mas ela passa por eles sem dar audiência e tenta ir o mais longe que podia dentro daquele acampamento.

Ela caminha por muito tempo, prestar atenção no caminho, até que se vê perto de um bosque, e sem pensar duas vezes decide explora-lo sozinha. Depois de muito tempo ela se vê de frente a um enorme carvalho que ficava no centro dos outros carvalhos que formavam um circulo em volta da mesma. Jenne literalmente se joga de joelhos no chão e começa a chorar, mas não de tristeza, mas de raiva. Mesmo convivendo tão pouco tempo com esses seres, já sentia certa antipatia por alguns.

"Eu avisei, os deuses são insensíveis..." sussurrava uma voz no ouvido da platinada, e ela para de soluçar e tenta prestar atenção no que essa voz dizia.

"Eles não se importam com nada! Deixaram que uma semelhante fosse morta e ainda ficaram assistindo...".

- Qual... Foi seu crime? – pergunta Jenne a essa 'voz' misteriosa – Ninguém é morto sem motivo.

"Meu crime... Foi amar os mortais..." responde a voz sinceramente "Eu nunca fui uma deusa normal, nunca parava no Olimpo. Preferia viver entre os humanos... Mas sempre fui intitulada de perigosa, mesmo não fazendo mal a ninguém... Intencionalmente".

- Intencionalmente?

"Meus poderes... Na verdade, NOSSO poder... É algo incontrolável. Misterioso. Selvagem... E magnifico" dizia a voz num tom calmo, muito diferente do que a platinada havia ouvido em seu sonho, que era mais triste, e rancoroso "Os deuses tinham medo... Hades por mais que fosse indiferente, tinha um grande medo de mim. Sabe o por quê?".

- Por que tinham medo? – pergunta Jenne.

"Hades tem medo de mim porque eu sempre causava um desequilíbrio em seu reino. Um de nossos poderes é poder ressuscitar qualquer pessoa que quisermos, e se ele não tiver almas em seu mundo, ele entre em total decadência." A platinada percebe que a voz falava num tom animado, como se divertisse só com a possibilidade de Hades cai "E os deuses tinham medo de nós, pois eu sou a única que não precisava de templo algum para viver, e por mais que TENTEM me matar, não conseguem. Mas eu posso mata-los".

Quando Jenne pensava em encher mais a voz de perguntas, ela acaba sentindo uma dor de cabeça muito forte e como se fosse uma miragem rápida, ela vê Calli fugindo de algo. Seus cabelos rosa estavam meio desgrenhados e suas roupas estavam com alguns rasgos, Parecia que escorria sangue de seu rosto e braços. De repente ela vê a pequena lâmpade sendo puxada por algo e some.

- Calli? Calli! - exclama a platinada tentando alcança-la, sem sorte. Em seguida ela se volta para a voz – Ei! O que foi aquilo? Porque a Calli estava machucada? Onde ela está? Me responde!

A voz não a responde, e por mais que chamasse várias e várias vezes, ela continuava em silêncio. Ela sentia que sua estranha protetora estava em perigo e mesmo não querendo voltar a olhar na cara daquele deus, ela precisava de sua ajuda então sai correndo pela floresta tentando achar o caminho de volta para a casa grande.

★☆★

-... Quem esse idiota, medito a Manda-Chuva pensa que é por trata-la tão mal? – exclama Theo ao descobrir o motivo de sua amiga ter saído as pressas dali, bastante chateada. Leo que estava ao seu lado, tapa a boca dele –...!!

- Se você não quiser ser transformado em golfinho, não fale mais assim do senhor D – avisa Leo ao loiro que revira os olhos.

- Concordo com meu irmão, quem ele pensa que é? – resmunga Pietra. Ela nem se importava com o fato de ser expulsa, pelo contrário, ela adorou a noticia, só ficaria triste por ter que se despedir de Clovis, mas não gostou nem um pouco de saber como sua amiga foi tratada pelo deus.

- Quíron, sei que deve ser meio difícil para o senhor D rever uma pessoa bastante querida por ele no passado, mas trata-la de jeito tão rude foi desnecessário – comenta Annie ao diretor de atividades e todos concordam.

- Crianças... Digamos que esse assunto é bastante complicado para se entender – responde Quíron.

- Primeiro, eu não criança há um tempo. E mesmo sendo 'complicado' você poderia nos dizer do que REALMENTE se trata. Ai decidimos se é complicado ou não – rebate Theo se soltando do Leo e encara Quíron com irritação.

-... A única coisa que digo é que Jenne é realmente perigosa. Até hoje, seus poderes são incompreendidos – responde Quíron ainda de um jeito calmo, e antes do loiro rebater mais uma vez, Jenne volta a casa, só que dessa vez tinha uma expressão de medo em seu rosto.

- Calli está com problemas...

Phoenix: A Deusa EsquecidaDär berättelser lever. Upptäck nu