Capítulo 10 - Deus do Vinho

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Havia se passado dois dias e Pietra percebera que seu irmão e sua amiga estavam um pouco distantes. Eles se falavam, mas ao mesmo tempo pareciam meio desconfortáveis, mas quando ela perguntou para eles o que estava acontecendo, eles não disseram nada.

Nesses dois dias, ela viu também que ambos estavam se enturmando bem rápido, mas ela nem tanto. A única pessoa que havia conquistado sua confiança ali era o filho de Hypnos, o tal de Clovis. Ela achava ele meio engraçado pelo fato de sempre viver dormindo pelos cantos. Quíron havia comunicado a eles que o diretor do acampamento, o senhor D –Dionísio- estava em conselho com outros deuses para ajudar Hécate com um problema que estava enfrentando, mas no final ele voltou ao acampamento, e Pietra o viu chegando.

- Aff... Até que enfim consegui me livrar dessa tarefa, pelo amor dos deuses, Hécate só inventa... – murmurou senhor D ao subir as escadas da varanda e ele encara a garota – Quem é você? Não é nenhum dos meus campistas.

Ele era um homem na casa dos 40, meio baixinho, rechonchudo, de pele clara, cabelos negros cacheados, olhos purpuras e vestia uma camiseta com estampa de tigre, bermudão e sandálias. Apesar de parecer um turista qualquer, ele tinha um jeito autoritário e mal humorado. Atrás dele tinha três caras, metade bode, que vestiam blusas do acampamento.

- S-sou Pietra... E-eu... Ããh...

- Pare de gaguejar menina! Isso é irritante – diz senhor D adentrando a casa grande - Provavelmente é novata, hoje à noite peço para Quíron fazer a cerimonia da fogueira e toda essa baboseira... Bem-vinda Pamela.

- É Pietra, não Pamela! – diz a loira ao diretor, mas ele não a ouve. Ela decide ir à cabana de Clovis. Era a cabana 15, e tinha uma arquitetura um pouco antiquada, com um tom claro, na porta havia pendurada uma cora de flores e quando passava perto dela podíamos ouvir um som de violino tocando suavemente, mesmo que não houvesse ninguém tocando. Ao entrar nela, além das camas, havia uma lareira e sobre as colunas, pendia ramos de arvores, que pingava algum tipo de liquido branco sobre vasos.

Quando ela adentra o local, ela vê os campistas da residiam ali continuavam dormindo, mesmo que se passasse de meio-dia, e o único que parecia mais ou menos acordado era Clovis que quando vê ela, caminha lentamente apara recebe-la.

- Boa noite Pietra... O que faz aqui? – diz o loiro esfregando os olhos.

- Clovis... Já são 12:00 horas. E vim aqui porque queria alguém para conversar – diz a garota meio acanhada e ambos se sentam no pé da escada e o garoto tenta se manter desperto – Meu irmão e minha amiga estão por ai conhecendo todos e mal estão falando comigo... E detesto ficar de lado.

- Por que... Não tenta conversar com eles? – sugere o garoto pendendo a cabeça para o lado voltando a dormi, mas logo acorda – Acho que entenderiam...

- Humph... Não sei...

- Talvez eles estejam querendo conhecer melhor o acampamento antes do senhor D chegar... Ele é meio ranzinza sabe? – dizia o garoto fazendo uma imitação meio sem jeito do diretor – Ele é bem gordinho, e usa umas roupas bem chamativas... E tem uma cara de mal-humorado... Nem parece que ele é o deus das festas.

- Se não vivesse com sono você poderia ser comediante – comenta a garota rindo do garoto, alguns minutos depois os dois vê o tal de senhor D passar por eles indo em direção ao anfiteatro, com uma cara nada amigável, e atrás dele os mesmos menino-bodes o acompanhava com medo – Nossa... O que será que aconteceu?

- Aquele ali era o senhor D? – diz Clovis apontando para o senhor que andava rapidamente – Quando ele voltou?

- Vem Clovis! Vamos ver o que está acontecendo – diz Pietra pegando pela mão do amigo e começam a seguir o diretor de acampamento.

Phoenix: A Deusa EsquecidaWhere stories live. Discover now