ATO 12

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Não são os grandes planos que dão certo; são os pequenos detalhes.

     Insanity Asylum apesar de excêntrico, também tinha sua hierarquia

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     Insanity Asylum apesar de excêntrico, também tinha sua hierarquia. Comecei como Delta. Não ganhei as disputas por classes da última vez, mas devido aos pontos que tive, consegui o segundo lugar, ficando em Beta.

A classe mais desejada é a Alfa, onde todas as regras do orfanato são anuladas. Você pode fazer o que bem entender por uma semana. Patrick me ajudou a invadir a biblioteca tempos atrás e isso não o prejudicou, já que foi o vitorioso das disputas, tomando o lugar de Petúnia como Alfa. Mas desta vez, ele estava correndo risco como todos nós, já que seu cobiçado cargo havia passado da validade.

E lá estávamos novamente, traçando um novo plano, mais ousado, mais bem arquitetado.

A ala hospitalar estava um breu, apenas com as tochas acesas cravadas na parede. A enfermeira Spencer não se encontrava ali como de costume. Estava no refeitório com Rumpel e Dalva. Aproveitando a oportunidade, entramos apressados.

— O remédio deve estar em um lugar de difícil acesso, os comprimidos estão em um frasco transparente — Disse a Patrick. Os Freaks estavam na biblioteca esperando voltarmos. O garoto correu em direção ao armário onde ficava os alimentos enlatados e vasculhou ali enquanto eu abria as gavetas da escrivaninha.

Fora alguns papeis e canetas, junto do abridor de latas, nada mais se via. Abaixei entre o vão onde se colocava a cadeira, e passei a mão nos cantos e em cima na tentativa de localizar algum compartimento secreto, mas nada.

— Pan, e se ela levou o remédio com ela? Não seria o mais óbvio? — Perguntou Patrick terminando de revirar as latas do armário desanimado, ao notar que aquilo seria mais complicado do que imaginavam. Não haviam muitos lugares onde procurar.

O local era composto por cinco camas ao lado de seus drenadores. Cinco no canto esquerdo e mais cinco no canto direito. De diferente, apenas o armário e a escrivaninha.

— Acredito que não. Acho que ninguém sabe desse vício que ela tem. Provavelmente não perambularia com eles por aí. Clonazepam é tarja preta, pelo que Allison nos disse. Um remédio que age contra ansiedade, depressão e é um forte relaxante muscular.

— Só sei que estamos ficando sem opções — Concluiu o garoto.

— Ela vive arrumando os lençóis dos colchões... talvez esteja por debaixo deles ou nas fronhas dos travesseiros. Vamos, se desistirmos nunca entraremos naquela sessão reservada! — Sem responder, Patrick retomou coragem e começou a ergue-los enquanto eu apalpava os travesseiros. Fomos ágeis, mas sem êxito. O frasco com as pílulas não estava em nenhum lugar dali. Cansados e com a adrenalina a flor da pele, escutamos passos vindo da entrada do cômodo.

Nossos corações dispararam.

— Ela está vindo! Se esconda, rápido! — Murmurei para ele, me jogando para baixo da cama mais próxima. Patrick copiou meu gesto e correu para a cama ao lado. O suor fazia um lento caminho da testa até meu queixo. Minhas mãos, achatadas junto de meu corpo, tremiam. Nós poderíamos ter fingindo estar doentes ao invés de nos escondermos, mas se mentíssemos, Spancer ficaria ali de plantão cuidando da gente até irmos embora. Os passos aumentavam conforme se aproximavam e não pareciam ser apenas de uma pessoa.

II - Rebelião dos IrrecuperáveisWhere stories live. Discover now