ATO 26

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O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada.

O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada

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— Mavis... sua ordinária, você conseguiu! — sussurrei a ela, de sorriso largo.

     — Logico que consegui. Só menti para ver a sua cara de derrota — caçoou.

     — O que está acontecendo, afinal? — perguntou Gabriel, o novo Alfa.

     — Aonde estamos? — questionou Dayse, a bailarina. Os murmúrios dominaram o lugar. Cochichos de todas as partes, misturando com as diversas expressões ali. A sala era pequena para tanta gente em um só lugar. Entrei no meio da multidão e andei em direção à porta de saída.

     As crianças me acompanharam para fora, onde flocos de neve caíam sobre nossas cabeças. Dançavam no ar, sem pressa de se misturarem com o resto do solo forrado por gelo. O quintal era amplo e limpo, em volta algumas arvores secas dominadas por neves em seus galhos magros. Fumaças saiam de nossas bocas. A maioria tremia o maxilar ou passavam a mão sobe os braços rapidamente para se aquecer.

     — Eu esperei muito tempo para isso — comecei. Meu coração acelerava, o corpo apesar de gelado, fervia por dentro — Vocês estão em um lugar seguro. Conectamos todos presentes em um só sonho. Algo parecido como uma reunião secreta.

     — Isso é contra as regras, não? — perguntou Gabriel.

     — E se for? Qual o problema? Pisei em incontáveis delas para conseguir estar aqui, com vocês. Já passou da hora de saberem as coisas que estão acontecendo.

     — Você é louca! — exclamou uma menina baixa, que eu não sabia o nome. Os murmúrios aumentavam.

     — Desde que pisei os pés nesse lugar, percebi que algo estava muito estranho — continuei ignorando os demais comentários, aumentando o tom de voz para retomar a atenção — Algo que até hoje eu questiono.

     "Notei que temos receio o tempo todo. Receio de ser quem somos de verdade. Sentimos medo de aceitar os fatos, usamos os drenadores como desculpas para ocultar esses fatos. Deixamos os adultos nos manipular para o que bem entendem.''

     "E o pior, nós somos manipulados mesmo quando não sabemos. Somos crianças estupidas, alienadas a este lugar repleto de segredos. Mas hoje vou contar a vocês o que sonho nenhum jamais contou'' — me virei contra eles e estendi os braços para frente. O local entrou na penumbra, fazendo toda a paisagem desaparecer. Apenas nós continuávamos visíveis. Em seguida algumas cenas em nossa volta começaram a aparecer. Mavis manipulava cada ação do ocorrido. 

     Diversas lembranças nos rodeavam. Uma delas mostrou o momento em que Pompoo segurava Luna nos braços, ensanguentada. Isso arrancou algumas expressões assustadas. Em outra cena Pompoo aparecia arrancando a peruca de Petúnia e ateando fogo. Estava ali também o dia em que ela me acertara com um tapa no rosto e a hora em que deparamos com o lobo de Rumpel pela primeira vez no pátio principal. Uma das crianças gritou de susto ao vê-lo na cena.

II - Rebelião dos IrrecuperáveisWhere stories live. Discover now