ATO 17

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  "A primeira e melhor vitória é conquistar a si mesmo."  

      As semanas seguintes foram agitadas

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      As semanas seguintes foram agitadas. Eram vários dilemas a serem discutidos e muitos segredos pendentes. Uma grande organização precisava ser feita em meio a esta bagunça. O foco estava em como introduzir novas funções aos drenadores, no entanto nenhum de nós sabíamos colocar isto em pratica. Mavis apareceu na hora certa, se propondo a ajudar, mas por alguma razão eu estava receosa.

— Como você conhece tão a fundo um sistema desses? — Perguntei a ela, saciando a dúvida de todos presentes. Mavis revirou os olhos em desprezo.

— Isso importa? — Respondeu ríspida.

— Muito. Todos aqui são transparentes e objetivos. Não sabemos nada a seu respeito. Como podemos confiar em você? A última pessoa que pensei ser gente boa matou um de nós e incriminou o próximo — Mavis parou por um momento e olhou para o resto do grupo.

— Meu pai era dono de uma empresa de computadores. Desde pequena me colocou em uma escola particular para me especializar e manter seu legado. A tal escola era rígida, mas cumpria seu objetivo.

"Eu descobri muitas vocações ali. Com onze anos já pude invadir redes e sistemas de diversos tipos. Até eu descobrir que todo esse treinamento era justamente para isso, invadir redes e roubar informações. Meu pai criou um grupo mirim só para isso. E aqui estou. Presa em um orfanato."

— Como veio parar aqui? Quem você matou? — Perguntei em seguida.

— Não posso dizer mais nada. A partir de agora ficará a seu critério confiar em mim ou não. Só entreguem a senha que impedem os drenadores de realizar as funções e deixem o resto comigo — Mavis era persuasiva e direta, não adiantaria querer mais resposta do que aquilo.

— Está na cara que seu pai quer informações sobre os drenadores. Se invadem sistemas, é a única explicação para estar aqui — Concluiu Patrick.

— Meu pai está morto. E este assunto está encerrado. Quero sair deste lugar e vocês também querem. Entramos em um acordo? — Mavis me encarou. Ela não demonstrava entusiasmo, mas notava-se um sutil interesse.

— Deixo essa decisão com você, Patrick. Você é o líder do grupo.

— Ela vai ser útil — Respondeu sem hesitar.

No dia seguinte, o grupo havia aumentado. Petúnia logo notara a inclusão de Mavis enquanto penteava seus cabelos. Fazia uma cara intrigada.

As aulas retomaram nossa rotina durante a semana. Foi quando na terça feira, durante o intervalo, Rumpel apareceu no pátio principal, segurando um papel. As crianças se aglomeravam, ansiosas pelo comunicado.

— Já sentiram medo do desconhecido? — Jogou a pergunta, ecoando por todo o lugar. Todos permaneciam em silencio — O medo é o maior inimigo do ser humano. Ele está por trás do fracasso, da doença e das relações desagradáveis.

"Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento em sua mente e você tem medo dos seus próprios pensamentos. Bem louco, né? Um menino pode ficar paralisado pelo medo quando dizem que há um monstro debaixo de sua cama, mas quando acendem a luz e mostram que não há ninguém ali, ele se liberta disso. "

"O medo na mente do menino foi tão real que é como se tivesse de fato, um monstro debaixo da cama! Ele se curou de um pensamento falso. A coisa que temia, não existia" — As crianças sequer piscavam, até mesmo Dalva, escapara do refeitório para espiar o discurso — Está aberta a disputa de classes, com um desafio inédito que vai começar nesta noite. Não haverá informações ao longo do processo. Tudo o que posso dizer a vocês é: Não tenham medo, usem a cabeça Com duas palmadas no ar, os irrecuperáveis se dispersaram aos poucos e Rumpel saiu apressado para o segundo andar.

Olhando para o rosto da maioria, estavam confusos, intrigados. A vitrola já não recebia a atenção de sempre. Ninguém interagiu com a música naquela tarde. Se meu sexto sentindo implicou com Mavis, agora está gritando com esta nova disputa.

— Quais as chances de ganharmos? — Perguntou Claire.

— Se o tema for nossos medos, então digo que não muitas — Respondi.

Nos reunimos em um canto do pátio e elaboramos algumas táticas em equipe que poderiam ser úteis na disputa. Duas cabeças sempre pensarão melhor que uma. E também tínhamos Mavis, uma garota de inteligência admirável, e que tinha ótimas ideias e estratégias.

Talvez nossas chances aumentariam com ela envolvida. Ao retornarmos para a sala de aula, Oliver notou o impacto que Rumpel causara em nós, e resolveu pausar os temas de sua aula para nos dar tempo de focarmos na disputa.

— Desejo sorte a vocês esta noite — Concluiu o professor após o termino da aula — Não se desesperem atoa. Pelas informações que tive, essa disputa será, como dizem...? Revigorante — Sorriu. Logo o sinal tocou e todos se retiraram da sala para o segundo andar. Após uma breve janta, composta de caldo de galinha e pedaços de pé de frango, caminhamos direto para os dormitórios. Os murmúrios explodiram no caminho das escadas caracóis. A noite seria longa.

— Espero que desta vez você consiga o cargo Alfa, pancada — Disse Petúnia, passando por mim, indo para seu drenador. Preferi não respondê-la. Conectei o fio em minha nuca e esperei a contagem regressiva que surgiu no monitor da máquina. Confortável em minha cama, mesmo à vontade, minha mente estaria em completo caos dentre alguns segundos.

 Confortável em minha cama, mesmo à vontade, minha mente estaria em completo caos dentre alguns segundos

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II - Rebelião dos IrrecuperáveisWhere stories live. Discover now