ATO 13

4.4K 627 131
                                    

O mundo está um caos, vamos ser a paz que lhe falta?

  Eram vários motivos que me induziam a continuar nessa jornada perigosa

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

  Eram vários motivos que me induziam a continuar nessa jornada perigosa. Mas o que mais me motivava era o prazer de se arriscar. Passei esse tempo todo correndo riscos sem precedentes. E é através desses riscos que estou aqui, neste exato momento encarando o zelador, desconfiado, mas disposto a escutar.

— Que fim deu o Dante, afinal? — Perguntei inquieta.

— Continua preso nas masmorras. A diferença é que meu lobo não foi muito receptivo quanto foi com você. Não quero imaginar caso tente fugir dali.

— E vai deixa-lo lá por quanto tempo? — O zelador ergueu a sobrancelha esquerda e apertou os olhos como se estivesse focado em uma só visão.

— Está me perguntando coisas suspeitas novamente, Pandora.

— Qual o problema em querer saber isso? — Questionei.

— O problema é que você é uma criança. E existem coisas que não são da conta de crianças. Não mudará nada descobrir se Dante sairá daquela cela, ou quando sairá. Já te avisei, se continuar com atitudes fora do padrão, não poderei fazer nada para te proteger de Pompoo — Eu não estava prestando muita atenção no que Rumpel dizia. Minha mente estava agitada demais para qualquer outra informação. Aguardava ansiosamente o próximo passo do plano. Por sorte a porta do escritório emitiu um barulho de toc do outro lado. Na sequência uma voz masculina o chamou antes de abrir.

— Rumpel? Sou eu, Joshua. Preciso que venha até a biblioteca para sanar as dúvidas de um pessoal sobre as disputas por classes — Meu coração voltara a bater forte. Pelo visto, Patrick conseguira cumprir com o combinado. O zelador se levantou e caminhou para a saída de seu escritório, onde Joshua permanecia à espera.

— Bom. Vamos adiar essa conversa para um outro dia, então — Disse ao abrir a porta, esticando seu braço para fora para que eu me retirasse. Aquilo foi imprevisto. O esperado era que Rumpel pedisse para que eu esperasse ali até ele voltar — É bom você ir andando. O toque de recolher vai tocar em alguns minutos — Concluiu.

— Sim, claro. Me desculpe pelas perguntas, eu só queria conversar com alguém. Obrigado pela atenção, Rumpel — Respondi decepcionada e irritada. De passos pesados saí da sala junto com ele.

Antes de chegar no fim do corredor, onde havia as escadas para o térreo, esperei Rumpel entrar na biblioteca para dar meia volta e arriscar entrar no escritório mais uma vez. Não havia mais trajeto. Teria que ser tudo no improviso mesmo.

Ao escutar as vozes abafadas do Joshua e do zelador dentro da biblioteca, andei apressada e entrei na sala do Rumpel mais uma vez. Peguei a cadeira de frente à sua mesa e arrastei até a estante de livros onde o medicamento repousava.

Nunca tive tanta raiva de meus batimentos cardíacos quanto naquela hora. Chegava a incomodar o resto do corpo. Algumas gotas de suor escorriam conforme eu subia na cadeira e apoiava meu corpo na ponta dos pés. Estiquei minha mão esquerda o máximo que pude para tentar alcançar o objeto, mas ainda era alto.

A estante possuía 7 prateleiras carregadas de livros pesados e grossos onde nem mesmo a cadeira poderia ajudar mais do que isso. Felizmente eu não estava disposta a desistir.

Deixei de apoiar nela e subi em uma das prateleiras. Minhas pernas pareciam defeituosas de tanto que tremiam. O suor invadiu até minhas mãos, deixando-as oleosas. Levantei a perna e subi mais uma prateleira como se escalasse uma montanha.

Respirei fundo e dei continuidade.

Pior é ter visto Rumpel esticando os braços com facilidade e deixando o remédio ali. Agora já não era mais necessário a escalada. O frasco estava ao meu alcance, mas quando fui apanha-lo, o inevitável aconteceu.

A outra mão que segurava firme a prateleira de baixo, escorregou, me desequilibrando. Me espatifei de costas no chão, batendo a perna na cadeira e deixando o frasco cair, esparramando todos os comprimidos no tapete. Metade de meu corpo foi amortecido pelo macio tapete felpudo, mas da cintura para baixo foi em parte solida. De fato, eu ficaria com alguns hematomas.

— Que inferno! — Murmurei, levantando apressada, ainda com o ombro pulsando de dor. Rumpel poderia abrir aquela porta a qualquer momento, isso se já não tivesse escutado o estrondo da queda. Os comprimidos brancos que mais pareciam balas de menta desapareciam entre os pelos do tapete, dificultando ainda mais a caçada.

Levantei o tapete devagar e o chacoalhei de leve até cair todos os comprimidos escondidos.

A sala de Rumpel não era tão grande e ainda por cima estava quente. No momento que fui abaixar para pegar o ultimo comprimido, esbarrei com as costas em uma cômoda ao lado, fazendo uma bola de vidro que enfeitava o local balançar, ameaçando ir de encontro com o chão.

Não teria como Rumpel não ouvir desta vez. O estrago seria irreparável. Rapidamente estiquei o braço na mesma hora em que a bola ia cair e evitei a catástrofe.

Com o frasco em uma mão, e a bola na outra, ambos os braços esticados em direções diferentes, senti como se estivesse brincando de equilibrista. Com cautela coloquei a bola de vidro em seu devido lugar enquanto ao frasco, furtei alguns comprimidos, levantei a cadeira, subi na estante e também o devolvi.

Apesar da dor no braço fiquei mais aliviada. Após uma última análise para certificar de que não havia nada fora do lugar, sai do escritório e aguardei os demais perto das escadas para o térreo.

As vozes no corredor ganharam forma quando percebi que Rumpel havia saído da biblioteca e voltado para sua sala. Na sequência, Patrick e os Freaks também saíram, caminhando em minha direção.

— Pan. Me diga que deu tudo certo — Cochichou Patrick em meu ouvido. Acenei com a cabeça, descendo os degraus junto com os demais. O sinal rasgou o silencio do pátio principal, fazendo os irrecuperáveis se e irem todos para a entrada do subterrâneo. Avistei Mavis de longe, com seu vídeo game quase colado com o rosto. As vezes andava distraída esbarrando nas outras crianças.

Enquanto descíamos as escadas caracóis, Alisson se pronunciou:

— Temos o principal. Oito comprimidos será o suficiente para dopar o bibliotecário. Colocaremos em sua bebida, aí teremos tempo suficiente para entrarmos na sessão reservada e pegarmos o manual dos drenadores.

— É, amanhã será um longo dia — Concluí.

— É, amanhã será um longo dia — Concluí

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
II - Rebelião dos IrrecuperáveisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora