Ella e suas expectativas

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   Ella ligava expectativas à falsas esperanças, daquelas que muitas vezes sabemos que não devemos criar mas mesmo assim criamos como se fosse um bebê cheio de cuidados e atenção.

   Ela sempre estava atenta, querendo diminuir gradativamente as suas expectativas, mas não tinha um plano de execução muito bom, Ella era feita de expectativas antes mesmo dela perceber.

   Cresceu esperando algo que nem ela mesma sabia o que era, e agora com anos e anos depois, Ella consegue compreender, não se pode esperar por surpresas logo ao amanhecer, não muito boas, pelo menos.

   Agora ela tentava não esperar, tentava apenas criar as famosas expectativas apenas sobre ela e esperando que a mesma não ouse se decepcionar. Ser suficiente era além de uma esperança, era algo que fazia parte dela, como uma pequena regra, uma exceção que não podia ser modificada.

Ou Ella seria suficiente, ou ela seria quase isso.

   Obviamente isso se tratava da opinião dela, o que poderia ser suficiente para você, poderia não ser para ela. O conceito disso talvez mudasse drasticamente de ti até Ella.    

   Soa como idéias similares mas conceitos diferentes, e não unificados. Não era uma mistura generalizada, era toda sua atenção posta para si, junto a um julgamento que aos olhos de outra pessoa, pode ser considerado exagerado ou até errado.

   O histórico da sua vida se resumia antigamente em falsas esperanças, e ela não queria persistir na mesma situação. De uns tempos para cá, ela se apegou à frase que é assim: O que vier é lucro, o que não vier também.
  
   Afinal de contas, nem tudo que vem é ruim mas também nem tudo que nos é extraído é bom, como se todo mal tivesse um pouco de bem, e todo bem uma pitada de mal.

   A vida talvez significava isso: um yin yang universal, no qual nunca sabemos o que de fato prevalece o bem, e o que prevalece o mal.

Inesperado Where stories live. Discover now