Prologue

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Past

Elias observava de longe enquanto Joan treinava com alguma outra colega do clube. Acompanhava atentamente o quanto a morena era ágil e não parecia saber o que era errar, mas precisava confessar que se perdia nas curvas do seu corpo muito fácil. Ele analisava atento cada movimento e em poucos minutos se achava o entendedor de tênis.

– Ela é muito boa no que faz. – Uma mulher se sentou ao lado dele e ele apenas acenou em concordância. – Você é o namorado? – perguntou e o loiro olhou para ela tentando adivinhar quem era a mulher. – Sou a treinadora.

– Ah – ele limpou a garganta. – Não sou o namorado... Ainda.

– Ainda? – A treinadora cerrou os olhos e ele só pode responder com outra pergunta.

– Por que?

– Do jeito que ela fala de você, parece que já são namorados – esclareceu.

Elias olhou novamente para Joan, já tinha perdido a conta da pontuação, mas ela continuava no mesmo ritmo, como se não cansasse. Passou a língua sobre os lábios, logo voltando a sua atenção para a mulher ao seu lado.

– Na verdade já somos um casal, mas sem os rótulos. Eu sei que ela aceitaria se eu a pedisse em namoro, só que... E se as coisas mudarem? – terminou de falar e por um instante se surpreendeu por estar confessando seus pensamentos a uma pessoa que mal conhecia.

– Acredito que não vá mudar – ela disse, olhando para o relógio de pulso e se levantou em seguida. – Como você disse, é só um rótulo.

Era só um rótulo, porém quando se entra em um relacionamento as coisas realmente mudam e Elias não sabia direito o que mudaria, já que nunca esteve em um. Gostava da sua liberdade, gostava de fazer o que lhe desse na cabeça sem precisar dar satisfação a mais ninguém, mas também gostava de ter alguém que se importava com ele e gostava do carinho que recebia. Elias gostava muito de Joan e tinha medo de entrar em um relacionamento, não por ele, mas por ela. Tinha medo de acabar decepcionando-a de alguma forma e não estava pronto para aquilo, talvez nunca estivesse.

Observou enquanto a adversária de Joan se jogou no chão sujo da quadra e a outra comemorava, até que a mais velha chegou e ficou alguns minutos conversando com a morena. Vez ou outra Joan piscava para ele e sorria, mas teve certeza que ele era o assunto principal quando as duas olharam em sua direção e a garota riu alto, saindo da quadra e se aproximando dele.

– Você veio mesmo – alegou ao chegar mais perto e ele a surpreendeu lhe cumprimentando com um beijo inesperado, que a fez sorrir em seguida. – Eu tô toda suada.

– Eu não ligo – Elias disse, abraçando a cintura dela e lhe dando outro beijo, dessa vez um mais demorado.

– Gayle falou que achou curioso a forma como você coloca a língua de lado e eu expliquei que isso acontece quando você está concentrado demais – Joan contou assim que se separaram com vários selinhos.

Elias pegou a sua mochila e ela foi caminhando ao lado dele até a saída do clube com as suas mãos entrelaçadas, tomaria seu banho em casa.

– Curioso? – Ele franziu a testa. – Engraçado como todo mundo cisma com isso.

– Ah, eu brinquei falando que a sua língua ficava muito melhor na minha boca e ela só disse "jovens" – a garota imitou a voz da mais velha e Elias riu.

– Minha língua fica melhor só dentro da sua boca? – se ela podia brincar com aquilo, ele também podia.

Jovens. – Joan revirou os olhos e ele se inclinou para dar um beijo na bochecha dela.

HurricaneWhere stories live. Discover now