Femton • Tre Kronor

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– Eu mandei um buquê de flores pra Joan – Elias falou, quando passou o puck para Gabriel.

A Suécia enfrentaria a Suíça aquela noite na AccorHotels Arena em Paris, nas quartas de final, e Lindholm não conseguiu resistir ao mandar flores para o hotel da namorada, já que eles não se veriam daquela vez por problemas de gestão e porque ela tinha dito que só o veria na final.

E como um bom amante de desafios, Elias acatou mais aquele.

– Essa coisa de distância tá deixando vocês muito melosos, parem – Gabe brincou.

– O pior é que a gente tá na mesma cidade e não pode nem se ver, o quão louco é isso? Ainda quero entender quais foram os planos do universo ao juntar dois atletas... – Fez drama, acertando o puck no fundo da rede.

– Acho que é um teste – o amigo respondeu.

– Um teste? – perguntou, parando e se apoiando no stick.

– Se vocês vão continuar se escolhendo no final de tudo – disse, com a voz falhada depois de acertar o seu gol. – Cara, se vocês suportarem a distância e problemas de agenda, vocês vão suportar tudo.

– Isso não parecia tão difícil nos Estados Unidos.

– Pois é, né?! Agora vocês evoluíram igual a Anitta e tão nível mundial. – Riu.

– Você, por um acaso, tem falado com a Joan? – Elias semicerrou os olhos e Gabriel ficou sério.

– Não. – Engoliu em seco e Lindholm franziu a testa. – Talvez.

Então o treinador gritou, chamando a atenção deles, porque tinha acabado o aquecimento e estava na hora da festa.

...

Era engraçado pensar no nível de intimidade que se tem com uma pessoa a ponto de conversar com ela pelo facetime enquanto toma banho, porque era assim que Elias estava com Joan aquele dia. Ela falava sem parar, enquanto ele se enfiava debaixo da ducha depois do treino pesado daquela manhã.

– Ei – Joan gritou e Elias soltou um resmungo para que ela continuasse. – Acabei de ver que o jogo amanhã é contra a Finlândia, fala pro Seabass que tô sentindo saudade do sotaque fofo dele.

Depois da vitória de 3 a 1 em cima da Suíça, a Tre Kronor estava de volta ao rinque em terras alemãs. Agora rumo as semifinais contra a Finlândia, onde Lindholm encontraria um bom colega de time, Sebastian Aho. O garoto era um prodígio, um jogador de peso e que sempre fazia a diferença, com certeza tinha um futuro brilhante no hockey e mesmo sendo um pouco mais novo que o sueco, Elias o admirava.

– Isso é sério? – Riu, tentava ser rápido debaixo do chuveiro.

– Por que não seria? – Joan tinha dito que estava no notebook, enquanto conversava com ele e Scott ao mesmo tempo.

O Roland Garros já estava batendo na porta e a equipe dela já estava lá, até Ravena não tinha resistido a uma viagem para Paris com a desculpa de que iria apoiar a prima.

– A única coisa que espero falar pra ele amanhã é "boa sorte com a medalha de bronze" – brincou e Joan gargalhou.

– Mas é muito presunçoso mesmo, hein. Aposto que ele vai responder "e você com o de prata, benzinho". – Ela fez uma careta. – Na verdade, sem o benzinho, quem te chama assim sou eu.

Elias riu, desligando o chuveiro e puxando a toalha, enrolando na cintura enquanto pegava outra para secar os longos fios loiros que já chegavam aos seus ombros. Pegou o celular e sentou no vaso.

HurricaneWhere stories live. Discover now