Fyra • Beauty and the Beast

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Joan Brant adorava as comparações que eram feitas sobre o namorado, a última que tinha descoberto era que, após o dia 16 de março, ele passou a ser chamado carinhosamente pelas fãs de swedish beast.

O jogo contra Minnesota Wild na PNC Arena proporcionou algumas cenas maravilhosas que foram muito bem aproveitadas tanto pela Joan, que assistia ao jogo, quanto pelas caniacs, que foram rápidas em compartilhar os gifs na internet.

Elias Lindholm com o cabelo um pouco maior e muito bagunçado, depois de se meter em uma briga e ter o capacete arrancado, a barba um pouco maior e a respiração ofegante, foi uma cena muito propícia para a legenda "a fera sueca deu alguns rugidos".

E foi inevitável as risadas quando a tenista mostrou os gifs para o jogador na próxima noite que passaram juntos no apartamento dele, o que desencadeou a lembrança de um certo filme estar em cartaz.

– Eli, seu filme tá em cartaz e a gente precisa assistir – Joan intimou o namorado e ele fechou os olhos lentamente, colocando a mão nas pálpebras.

Ele estava jogado na cama só com o short de dormir e dentre as coisas que gostaria de fazer aquela semana, ir ao cinema não estava ali.

– Você vai ficar me chamando de Fera, não vai? – perguntou, mesmo sabendo que era uma pergunta retórica.

– Mas é claro, e acho que é até mais fácil te manipular agora. – Soltou uma risada quase maldosa e Elias fez uma cara de sofrido.

– Droga.

– Vamos lá, o filme não é tão ruim, é um clássico!

– Tem cantoria, Jo, então automaticamente é insuportável – falou e a namorada riu, erguendo a mão e apertando as bochechas dele, vendo um biquinho se formar.

– Eu ainda vou te convencer – ela concluiu determinada –, mas vai ser de outra forma.

– Ah, não – expressou quando ela soltou o seu rosto e desceu os dedos pelo seu abdome. – Joan...

A mão dela continuou descendo e parou exatamente onde ele não queria que parasse, ou talvez queria, e muito. E Joan continuaria, continuaria porque sabia que uma hora ele diria sim. Ah, sim.

...

Hockey estava no sangue de Elias Lindholm. Era filho de Mikael Lindholm, jogador aposentado com o histórico dentro da NHL que se resumia a 18 partidas pelos Los Angeles Kings. Talvez tenha sido seu pai que sempre apoiou os filhos – ele e Oliver – a se dedicar ao esporte. E o amor foi passado por genética, era o sonho de Elias um dia chegar a NHL e no Draft de 2013 seu sonho finalmente se tornou realidade: ele foi adquirido pelo Carolina Hurricanes.

Aos 18 anos chegar a um país com uma língua e cultura diferente foi realmente o seu principal e primeiríssimo desafio, precisava se adaptar a aquela realidade e aprender a jogar hockey como os americanos faziam. De início quebrou muito a cara, como tirar a carteira de motorista, mas teve o apoio de alguns amigos que foram essenciais: Jeff Skinner e Ryan Murphy. Ou como eram chamados na época de "o futuro dos Hurricanes" por serem os jogadores mais jovens.

Além de conquistar o sonho de entrar na NHL, pouco tempo depois veio a sua primeira conquista: o mais jovem sueco a fazer um gol dentro da liga. Desde cedo o jovem sueco sempre dava um jeito de se destacar, seja fazendo os gols mais criativos que o time já tinha visto ou trabalhando para se tornar um jogador de destaque. Aparentemente um jovem prodígio. Mas tudo o que era bom durava pouco, no início da sua carreira era bom porque marcava gols, perdeu um pouco a sua essência como jogador na temporada de 2015-16, ele mesmo se sentia perdido com a forma que jogava, porém fez por si mesmo quando fez jus ao nome do time e se encontrou na temporada que estava acontecendo. Então ele pôde confirmar com todas as letras que finalmente tinha conquistado o seu espaço no time, depois de muito trabalho, e estava liderando o número de assistências. Mandou em forma de atitudes todos os críticos engolirem as suas críticas negativas e rótulos precipitados, não existiam mais dúvidas sobre ele. Até porque seu nome era Elias Lindholm, o número 16 do Carolina Hurricanes, o orgulho da família.

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