15. O vilão da história

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As coisas não se acalmaram com o passar do tempo

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As coisas não se acalmaram com o passar do tempo. Meu vídeo repercutiu mais que o esperado e as pessoas opinavam sobre de que lado o homem encapuzado estava. Ele realmente tentou proteger aquele casal homossexual? Ele fazia parte de uma gangue? Era um assassino? Um monstro? Um justiceiro? Tentei evitar ler os comentários sobre minha ação maluca, mas me surpreendi ao encontrar uma quantidade gigantesca de apoiadores.

Se minha consciência pesava pelo que fiz? Sim, mas não com relação aos Skinheads. A única pessoa com quem me preocupava era Yuri. Sei que não fiz bem em afastá-lo, mas acreditava que seria melhor ele morar por um tempo em outro lugar. O beijo havia mexido comigo de tal forma que não conseguia sequer manter meus olhos fixo nele quando nos encontrávamos na escola. Sinceramente não sabia o que fazer. Tinha medo de confundir ainda mais a cabeça do garoto ou, pior, a minha.

Pensava em uma maneira de lidar com isso quando ouvi o barulho da campainha e finalmente resolvi levantar da cama, vestir uma bermuda e começar o dia. Com a barba crescida, o cabelo bagunçado e o rosto ainda sujo caminhei até a porta e a destranquei, sem ânimo.

Logo me arrependi por não ter checado quem era pelo olho mágico.

— Irei viajar e retorno em três dias. – Adam falou, me encarando com seriedade. – Quando voltar, quero Yuri na minha casa. Isso se não quiser que eu envolva a polícia nessa história.

— Filho da mãe – falei, cerrando os punhos.

— Experimente encostar um dedo em mim, vamos lá. Com certeza isso vai servir de justificativa para te colocar na prisão. Facilitaria as coisas, na verdade.

Coloquei as mãos no pescoço dele e o levei para a parede do corredor.

— Seu verme! Deveria te matar. – Falei, apertando mais forte. - Ninguém sentiria falta de um lixo como você!

— Sou um verme ou um lixo? – ele perguntou, com escárnio. – Deveria tentar ser mais claro, cara. Principalmente com alguém que pode destruir a sua vida!

Quando ele abriu um sorriso aquilo me cegou completamente. Pensei em apertar mais o pescoço dele, quebrar se possível, mas a porta do apartamento ao lado se abriu e uma senhora apareceu.

Tirei as mãos de Adam e ficamos em silêncio enquanto ela passava. O pai de Yuri massageou o pescoço, mas não pareceu intimidado. Quando a porta do elevador se fechou voltamos à conversa.

— Sabe que tenho um áudio de você espancando ele, não sabe? É muita audácia se prestar ao papel de vir aqui.

— Conversei com meu advogado e sei que isso não valeria como prova. Além do mais, foi só uma pequena discussão entre pai e filho.

— Uma pequena discussão? – Grunhi. – Yuri me contou tudo o que você fez com ele! Inclusive aquela barbárie de quando ele se assumiu. Gente como você deveria queimar no inferno.

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