Capítulo 30

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Parecia que tudo havia ficado em silêncio de repente depois do que aquela senhora havia sugerido.

- Você conhecia minha mãe? - Perguntei, surpresa.

Alina abriu ainda mais seu sorriso.

- Se eu conheci sua mãe? - Ela deu um risinho como se eu não soubesse de nada. - Ora, criança. Edwina era como uma filha para mim.

Entreabri os lábios para dizer alguma coisa, mais as palavras me faltaram. Aquilo era inesperado, mas eu fiquei ainda mais feliz por encontrar alguém que conheceu minha mãe. De repente, o real motivo de eu estar ali pareceu não importar mais. Tudo o que eu queria era saber mais sobre ela. Queria fazer perguntas sobre minha mãe e descobrir coisas que eu ainda não sabia. Talvez eu simplesmente quisesse conversar com mais alguém sobre ela.

- E você cresceu muito, criança - Ela continuou, me olhando de cima a baixo. - Você era um bebê da última vez que a vi.

- A senhora já me conhecia?

Ela sorriu.

- Você não sabe de nada mesmo - Com a bengala, ela indicou a porta com miçangas no interior da loja e fez menção de que eu a seguisse. - Venha, querida! Vamos lá pra dentro. Temos muito o que conversar.

Eu a segui sem qualquer dúvida ou receio. Ironias do destino. Eu havia chegado até ali, e eu sabia que aquela mulher era tudo o que eu precisava agora.

Alina parou já próxima à porta, comigo logo atrás.

- Vocês dois e o lobo aí - Ela indicou meus três amigos com a bengala. Eu não notara que Alex e Will haviam dado um passo a frente, prontos para me seguirem. Mas pararam assim que Alina os mencionou - Não se preocupem, sua amiga está segura comigo. Podem esperá-la aqui. Fiquem à vontade, crianças. Rubi irá preparar chá de jasmim pra vocês - Então ela se virou para a neta, esperando que ela condordasse. Rubi resmungou baixinho e desapareceu porta a dentro. - Ótimo! Vamos, querida!

Ela me envolveu com seu braço livre me levando para dentro.

Aparentemente, sua casa era interligada com a loja. E lá dentro, tudo era normal e aconchegante. Alina me levou até a sala de estar, onde haviam dois sofás brancos e uma poltrona reclinável.

- Sente-se, querida.

Eu me sentei em um dos sofás, afastando uma almofada marrom para o lado. Esperei que Alina se juntasse a mim, mas ela desapareceu cozinha adentro, a qual era interligada com a sala, separadas apenas por um balcão pequeno cheio de vasos de flores.

- Vou preparar chá para a gente - Ela falou.

De onde eu estava, pude vê-la acendendo o fogo e colocando água para ferver.

- A senhora quer ajuda? - Me ofereci, pronta para me levantar e ir até ela.

- Não precisa, criança. Ainda consigo fazer isso sozinha.

Segundos depois ela retornou, a bengala fazendo um som oco sobre o chão de madeira.

- Oh céus - Se sentando ao meu lado no sofá, ela suspirou, parecendo cansada. - A idade é mesmo terrível, criança.

- Imagino que sim - Dei um sorriso gentil.

- Como está seu pai? - Ela perguntou, bastante interessada. - Também faz séculos que não o vejo.

Minha expressão mudou quando me lembrei da nossa discussão hoje cedo. Me sentia culpada agora.

- Ele está bem - Era tudo o que eu podia dizer agora.

Alina me encarou e balançou a cabeça. Algo em seu rosto me disse que ela sabia exatamente o que estava acontecendo entre nós dois.

- Entendo - Pelo visto, ela escolheu não tocar no assunto.

O Uivo da LuaWhere stories live. Discover now