O Uivo da Lua

Capítulo 13

Alex iria passar na minha casa daqui a alguns minutos. Dei uma rápida conferida na minha aparência pelo espelho. Eu estava vestindo uma calça jeans com um suéter marrom. E nos meus pés havia um par de all star já gastos que eu gostava muito. Antes de sair, deixei um bilhete na porta da geladeira, dizendo que eu havia ido à casa de uma colega para estudar. Espero que meu pai não ache estranho, já que eu nunca ia à casa de nenhum colega. Aliás, eu não tinha nenhum amigo próximo além de Will E Taylor. E agora Agatha, que segundo a minha história, também era uma amiga. Mas eu estava saindo com Alex. E nós não éramos exatamente amigos.

Fechei a porta de casa, me certifiquei de que estava trancada, e segui pela trilha de pedras que levava da minha casa até à estrada. Logo avistei Alex em pé apoiado em sua moto. Senti um frio na barriga só de pensar em subir naquela coisa novamente.

- Oi - Ele disse assim que eu estava perto o bastante para ouvi-lo.

- Oi - Olhei para ambos os lados da estrada, imaginando para onde iríamos. - Aonde vamos?

Ele não disse nada. Apenas retirou um, de dois capacetes que estavam sobre sua moto e veio até mim. Com um olhar, ele pediu permissão para colocá-lo em minha cabeça. Eu assenti. Ele então segurou as mechas negras do meu cabelo que estavam caídas ao redor dos ombros e as jogou para trás. Não consegui desviar os olhos de seu rosto enquanto ele ajeitava o capacete na minha cabeça. Meu foco estava em seus olhos. Aqueles olhos tão familiares, mas ao mesmo tempo, tão estranhos.

- Vamos? - Ele disse, e o som de sua voz me tirou de meus pensamentos.

Confirmei com a cabeça. Alex subiu na moto e colocou o seu capacete, depois se virou para mim, esperando que eu me juntasse a ele. Com passos relutantes, fui até a moto e subi. Ainda sentia aquela onda de arrepios por todo o meu corpo. Mas eu não tinha certeza se era por medo, ou simplesmente por ter Alex tão perto de mim.

- Espero que não seja um problema.

- O que? - Perguntei, confusa, não fazendo ideia do quê ele estava falando.

Ele deu uma risada baixa e falou:

- Achei que tinha medo de motos.

- Ah - Fiquei feliz por estar usando o capacete, já que assim seria impossível ver a vermelhidão em minhas bochechas. - Não tenho medo.

- Tudo bem então - Ele riu novamente. Então segurou minhas mãos, que até então estavam soltas sobre meu colo, e enlaçou meus braços ao redor da sua cintura. Ele se virou para trás, ainda com suas mãos segurando as minhas e sorriu. - Se segure, está bem?

- Tá legal - Minha voz tremeu um pouco, e eu sabia que ainda estava nervosa.

- Prometo não ir muito rápido.

Alex falou e logo depois se virou para a frente e acelerou pela estrada plana. As árvores e casas em ambos os lados da estrada se tornando um borrão atrás de nós. Meus cabelos balançavam com o vento enquanto seguíamos por uma série de ruas movimentadas de Laguna Beach, com lojas e bares cheios de clientes buscando alguma satisfação ao fim da tarde. Continuamos a correr por aquelas ruas, até que as luzes do centro da cidade ficaram distantes, substituídas pela fraca iluminação dos últimos vestígios dos raios solares do dia. O lugar onde estávamos agora, era isolado, não havia casas ou pessoas. Entramos em uma trilha íngreme, e era tão inclinado que achei que continuaríamos subindo cada vez, até que após andarmos por mais alguns minutos, o chão se tornou plano novamente. Andamos por mais alguns metros até que Alex parou e desligou a moto. Eu não sabia onde estávamos. Nunca tinha ido ali antes, mas sabia que era muito longe de casa.

Alex retirou seu capacete, e eu fiz o mesmo, entregando-o a ele, depois, descendo da moto. Ele fez o mesmo. Passei os dedos pelos cabelos bagunçados pelo vento tentando ajeitá-los.