Capítulo 35

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Uma risada nervosa escapou de meus lábios.

- Espera - Falei. - O que disse?

- Que você é a chave para quebrar a maldição licantrope - Alina repetiu, e eu continuei sem acreditar.

- Mas...

- O que quer dizer com isso? - Will perguntou, aparentemente, tão chocado quanto eu.

Alina se recostou na poltrona com um suspiro cansado.

- Precisam de um híbrido para quebrar a maldição. Alguém metade bruxa e metade licantrope. E você... - Ela deixou a frase no ar, mas ela não precisou completar para que entendessemos o que ela queria dizer.

- Mas por que eu? Não existem outros híbridos por aí?

Alina negou com a cabeça.

- Creio que você sabe sobre a rivalidade entre os seres sobrenaturais - Depois que eu assenti, ela continuou. - E você sabe muito bem que a união entre pessoas de diferentes grupos é proibida.

Lembrei de Alina me dizendo que a união entre minha mãe e meu pai havia sido um risco, e que não havia sido aprovada por todos.

- Não existem outros como a Selena? - Will parecia, assim como eu, desesperado para encontrar outra pessoa que servisse para o que quer que fosse necessário para quebrar essa maldição.

- Sinto muito, creio que não - Ela disse, em meio a um sorriso triste. - Mas não é só por ser uma híbrida que ela é a chave - Alina se voltou para mim. - É algo no sangue. No sangue dos seus antepassados que corre nas suas veias. Sua mãe não teve a oportunidade de me contar tudo, mas ela me disse algo uma vez - Alina massageou a testa, como se fizesse esforço para se lembrar de algo. Então seus olhos brilharam, como se tivesse conseguido - "A herança da minha família é o peso da própria maldição".

- O que ela quis dizer com isso? - Perguntei. - Acha que tiveram alguma coisa a ver com a maldição?

- Eu não sei, querida - Ela comprimiu os lábios, ressentida. - Eu não sei. Ela não me disse. Mas sua mãe guardava muitos pertences antigos da sua família. Acredito que seu pai não tenha se desfazido de tudo.

- Mas eu nunca vi nada estranho em casa. Nada que pudesse me levar a... - O resto da frase morreu em meus lábios quando percebi. É claro que meu pai não deixaria à vista nada relacionado a esse outro lado da minha vida. Da vida da minha mãe.

- Provavelmente ele tenha escondido de você. Guardado em algum lugar que você não pudesse encontrar. Um lugar que não tivesse interesse em procurar.

Pensei um pouco na minha casa, tentando me lembrar de algum lugar que tivesse passado despercebido. Mas parecia que não havia nada lá que eu já não conhecesse.

- Procure bem. Se encontrar, talvez também encontre as respostas de que precisa.

- Tudo bem - Assenti, nervosa. - Vou procurar.

- O que acontece quando quebraram a maldição? - Will perguntou. Sua voz continha um medo que de repente eu compreendi. Meu sangue gelou. - Digo, eles precisam da Selena. Mas o que vai acontecer com ela se conseguirem? Ela ficaria bem depois?

O silêncio de Alina foi o suficiente para termos nossa resposta, para confirmarmos o que já sabíamos. Cerrei os punhos, tentando fazer com que parassem de tremer. Will se remexeu no sofá, apreensivo. As mãos juntas pendendo entre as pernas abertas.

- Entendi que Selena é a chave, e isso não é uma coisa boa - Sua voz soou muito séria quando ele falou. - É por isso que falou que ela corre perigo? Acha que já estão atrás dela?

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