Capítulo 47

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-Sua idiota! - Ele urrou. - Não faz ideia do que fez!

-Eu sei exatamente o que eu fiz - gritei de volta.

Ódio queimava nos olhos castanhos de Robert. Ele se abaixou, e só depois de alguns instantes vi a coisa prateada que ele agora segurava nas mãos.

-Eu vou matar você, sua vadiazinha!

-Não vai encostar um dedo sequer nela, Rob!

A mão do meu pai foi de encontro às costas do meu tio, mas parou no ar antes de acertá-lo. Ele me olhou, me questionando o motivo de não conseguir se mover.

Robert se virou, encarando a mão imóvel do irmão, e me lançou uma risada sarcástica.

-Está me protegendo agora, sobrinha?

Não respondi.

-Bem, sinto muito em dizer que não agirei da mesma forma com você - Ele disse, erguendo novamente a faca. - Você e eu temos assuntos inacabados que precisamos resolver, não é mesmo? - Meu pai seguiu meu tio com os olhos assustados enquanto ele vinha em minha direção.

Eu deixei que viesse. Em passos lentos, como se não tivesse pressa para cravar aquela faca no meu peito.

Mas eu continuei parada.

Alex deu um passo à frente, pronto para confrontá-lo. Mas assim como meu pai, ele parou.

-Selena? - Ele resmungou, fazendo força para se mover, mas sem sair do lugar. - O que está fazendo?

Vocês não vão fazer isso por mim. Não preciso que me protejam a cada sinal de perigo. Sou capaz de proteger a mim mesma. Sou capaz de resolver isso sozinha. Me deixem resolver isso sozinha. Por favor.

Pensei.

Ao meu lado, Alex parou. E me olhou. E foi como se ele tivesse ouvido cada uma daquelas palavras que eu não consegui dizer em voz alta, ou simplesmente soubesse. Primeiro surpresa e choque, depois compreensão passou por seu rosto. Seus olhos encontraram os meus, e ele assentiu.

Me voltei para o que estava quase na minha frente. Meu tio não tinha pressa, não aparentava ter medo, e tinha completa certeza de que ganharia aquilo fácil. De que eu não era ameaça alguma.

-Querida - Ele parou, brincando com a faca entre os dedos. Seu sorriso fazia meu sangue ferver. - Vamos resolver isso, sim? Você mandou a lua embora, é só trazer ela de volta que eu não mato você.

Retribuí aquele mesmo sorriso frio.

-Se a lua voltar, você me mata pra quebrar a maldição. Independentemente da minha escolha, nas duas eu morro. Não é mesmo, tio? - Dizer aquela palavra me referindo a ele me causava repulsa.

-Ah, é verdade - Ele riu. - Mas pense só. Se morrer para quebrar a maldição, será por um bem maior, não é mesmo? - Ele abriu os braços e olhou em volta, para cada rosto amedrontado que permanecia ali. - Será uma heroína para todos nós.

Ergui o queixo.

-Não quero ser uma heroína pra ninguém aqui.

-Oh - Ele levou uma mão ao peito, fingindo estar emocionado. - Então escolhe morrer por nada?

Tombei a cabeça levemente para o lado.

-Se você me matar, tio, como pretende quebrar a maldição?

Ele fingiu pensar.

-Bom, podem surgir novos híbridos como você por aí, não acha?

-Pretende tentar a sorte então?

O Uivo da LuaWhere stories live. Discover now