Véspera do baile

18 1 0
                                    

–Oi? –diz Dean atrás de mim assim que entro na sala.

–Oi. –digo seco, e com um tom de raiva em minha voz.

–Ahm.. Lara, eu quero te pedir desculpas, eu sei que agi mal, mas sinto muito .

–Deixa pra lá. –digo e vou me sentar em meu lugar, tento não olhar para ele que continua me encarando.

Presto o máximo de atenção na aula, e saio da sala antes que Dean possa me alcançar. Vou para minha próxima aula, de geometria. Na hora do almoço eu espero para ver se Thomas vai aparecer,mas nada. O tempo muda, fico mais nublado mas não chove. De repente percebo que alguém senta ao meu lado, levanto os olhos e vejo Dean. Não era a pessoa que eu esperava ver..

–Eu queria me desculpar com você de novo. Você não me deixou falar direito, eu sei que está brava comigo, mas eu não quero que fique.

–É, você tem razão, você pisou na bola Dean, eu não quero falar com você agora, ainda estou muito brava. Aconteceu, mas espero que não se repita, você foi rude, eu não esperava uma atitude dessas de você. –me levanto, pego minhas coisas, e saio deixando ele sozinho.

Depois que acaba as aulas, resolvo voltar para casa caminhando, para pensar um pouco, essas coisas que andam acontecendo desde que me mudei tem sido inesperadamente bizarras, não estou acostumada com isso, já que na minha antiga "vida" não acontecia absolutamente nada. De repente vejo um carro parando, ele para alguns metros a minha frente, eu fico parada no mesmo lugar, depois de alguns segundos ele da a ré, para ao meu lado e abaixa o vidro. Olho para dentro, e vejo Dylan ao volante.

–Quer uma carona?

–Não obrigada.

–Tem certeza, eu acho que vai chover, e você tem que andar mais km. –o tempo realmente estava muito fechado.

–Sim, tudo bem, eu vou andando. –digo sendo educada.

–Okay. –ele diz e então caminha com o carro, mas não vai muito rápido.

No mesmo instante em que ele anda com o carro, começa a chover, eu fecho os olhos, -que ótimo chove exatamente agora- quando abro vejo o carro do Dylan parado, então corro até a porta e entro. A chuva está muito forte, em poucos segundos que fiquei lá fora já estava encharcada.

–E sua avó, como está? –pergunto quebrando o silêncio.

–Está muito melhor, mas o médico disse que ela deveria ficar em repouso, ela já não é mais tão jovem assim. –ele diz rindo um pouco.

–Quantos anos ela tem?

– Setenta.

–Sério? Não parece, eu diria que ela tem uns sessenta.

–Pois é, a Dona Elise é um uma mulher muito forte, mesmo depois de tantas perdas, e tantos problemas, ala continua lá, firme e forte, cuidando de mim e do meu irmão.

–Eu pensei que você não morasse mais com eles.

–Eu morava, mas me mudei para fazer faculdade. Mas agora eu já terminei, e estou de volta.

–Fez faculdade de quê?

–Psicologia. É fascinante o estudo do comportamento, e ainda mais, da mente.

–Que legal, eu também pretendo cursar o mesmo.

–Te garanto que você vai amar. –diz me olhando e sorrindo, mas logo volta a fitar a rua, que está toda molhada pela chuva.

–Ahm.. e Thomas, como está?

–Ele ficou em casa cuidando da vovó, se ela ficar sozinha vai querer fazer as coisas, e então já viu né. –ele termina a frase, parando em frente a minha casa.

A Casa ao LadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora