Perdão, palavras, e desculpas

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Esperei Dylan chegar para conversar com ele, já era tarde da noite quando ouvi ele chegando, então desci as escadas e fui até a sala. Assim que ele me viu parou na entrada da sala.

–Você demorou. –foi a primeira coisa que consegui dizer.

–Desculpa mamãe. –ele disse rindo, andando até o sofá. –O que foi?

–Eu preciso falar com você.

–Essa não. Você descobriu que o Papai Noel não existe?

–Cala a boca Dylan. –eu ri e ele também.

–Então o que foi?

–Eu... Não é um pouco fácil dizer isso, mas...

–Tudo bem, não precisa dizer se não quiser.

–Eu não quero. Mas eu preciso... Nós éramos tão unidos quando crianças, éramos a dupla implacável. Você não era só meu irmão mais velho, era também meu melhor amigo. Mas do nada tudo acabou. Com a morte da mamãe nós devíamos ficar mais próximos, você deveria cuidar de mim. Mas você me abandonou, acho que é por isso que eu não consigo te perdoar de verdade. Acontece que eu sinto falta, sinto falta de como nós éramos, de como você era meu melhor amigo, de como cuidava de mim e brigava com os moleques que queriam me bater na escola. É por querer isso de volta ...

–Você quer que eu volte a ser seu amigo só pra te defender dos valentões da escola? –ele disse me interrompendo. –Acho que você não precisa mais de mim pra isso. –ele riu.

–Cara, você é patético .–apesar de ter ficado meio furioso com isso, eu também ri, e voltei a falar. -É por querer ter meu irmão, meu melhor amigo de volta que eu preciso e quero te perdoar.

Ele ficou me olhando por alguns instantes, e de surpresa me abraçou.

–Obrigado. Eu também sinto sua falta irmão, desculpe por tudo.

–Okay, chega de melancolia, antes que você comece a chorar. –eu ri e ele me soltou.

–Cara, você é um idiota. –então começamos os dois a rir.

Certo, isso pode parecer meio idiota, mas era bom voltar a rir com meu irmão. Eu sinto que dessa vez eu realmente havia o perdoado, e esse sentimento era um alivio, mas eu não estava totalmente aliviado. Ainda faltava a Lara, e não ia demorar muito para mim ir atrás dela novamente, e pedir perdão, mesmo se ela não quisesse voltar comigo, pelo menos eu não sentiria tanta culpa, pelo menos eu fui atrás dela, pedi perdão e... Eu não quero pensar no ''e'. Eu preciso dela, e não importa quanto tempo passar, eu sempre vou amá-la.

–Foi atrás da sua namorada? –Dylan me perguntou.

–Sim.

–E... ?

–E ... que eu não consegui falar com ela.

–Thomas Chapman consegue instalar um áudio na casa da vizinha gostosa quando tinha apenas 10 anos, mas não consegue falar com uma garota?

–Hei... Não se esqueça que você me subornou pra fazer aquilo. Você é quem era todo apaixonadinho pela ''vizinha gostosa'', não eu.

–Subornado ou não, foi você que entrou pela janela do quarto dela, enquanto ela dormia e colocou a escuta lá.

–Que culpa eu tinha se você era feio e sem graça que nem conseguia conquistar a garota, e queria descobrir ''coisas'' pra fazer ela gostar de você?

–Feio ou sem graça. Graças a sua escuta eu consegui levar ela pra sair.

–Tanto que o namorado dela descobriu e te deu uma bela surra.

A Casa ao LadoWhere stories live. Discover now