Cap 6

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Os dias seguintes foram engraçados, todos os dias a Manu me trazia algo que ela cozinhava aqui. Já recebi vários presentes, pudim, risoto, lasanha, brigadeiro. Não sei porque ela faz isso, mas é divertido. Ela entrega na minha porta, toca a campainha e vai embora. Um dia desses até comprei umas flores para presentea-la e fiz o mesmo.

Já estava perto do horário do jantar e eu estava esperando a minha campainha tocar, é engraçado, mas isso se tornou rotina para mim e eu nunca mais precisei comprar comida, muito menos cozinhar que eu particularmente não gosto.

Eu estava sentado no sofá jogando um jogo qualquer quando a campainha tocou, contei até 30 como sempre fazia para dar tempo dela entrar no elevador e fui até a porta. Abri a mesma mas para minha surpresa não tinha nenhuma caixa hoje, apenas um envelope. Peguei o mesmo em mãos e entrei dentro do meu apartamento.

Meio curioso, meio confuso abri o mesmo. Tinha um recadinho dentro.

"Vem aqui no meu apartamento. Agora."

Pensei que ela pudesse estar com algum problema, então não pensei duas vezes. Fechei a porta e desci rápido para o seu apartamento. Quando estava prestes a bater na porta percebi que a mesma estava entreaberta, pedi licença e então entrei.

- Boa noite vizinho. - Ouvi sua voz vindo da cozinha.

- Oi Manu, está tudo bem? - Perguntei me aproximando de onde ela estava e me surpreendendo ao ver ela temperando um peixe.

- Sim, eu só não queria jantar sozinha hoje. Você se importa de jantar comigo? - Ela perguntou e me olhou sorrindo.

Suspirei aliviado.

- Nossa que susto. Pensei que fosse algo sério. - Disse com a mão sob o peito.

- Desculpa, não foi minha intenção te assustar. - Ela disse.

- Tudo bem. Mas o que vai ter de jantar? - Perguntei.

- Você aceita então? - Ela questionou e seus olhos brilharam.

- Eu ia jantar sozinho também. - Dei de ombros e ela sorriu.

Ela me explicou o que teria para jantar, mas basicamente era um peixe e uma salada chique. Eu me sentia elegante aqui com ela.

- Você bebe? - Ela disse servindo uma taça de vinho branco.

- Um pouquinho sim. -  Disse sentado próximo a bancada onde ela  cozinhava.

- Que ótimo. Eu comprei esse vinho especialmente para você. Já que eu vou precisar ficar na água com gás por conta dos meus remédios. - Ela disse me dando a taça.

- Você comprou um vinho para mim mesmo sem saber se eu viria ou não? - Perguntei sorrindo.

- Se você não viesse eu colocaria na sua porta amanhã. Então sim. - Ela disse concentrada no peixe.

Eu mal conheço a Manuela, mas sei que ela tem um jeito de fazer eu me sentir especial. O simples ato de lembrar de mim todos os dias quando leva uma fatia de bolo, ou comprando um vinho para mim, faz eu me sentir importante. Gosto muito disso.

Vizinha - T3ddyWhere stories live. Discover now