Cap 29

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Depois de uma longa discussão fui embora daquele chalé, já era noite e eu estava cansada da vida do Eduardo, eu precisava de paz e nunca teria isso com ele.

No meio do caminho lembrei que esqueci meu celular no chalé e voltei. Se eu soubesse o que me esperava lá nunca teria voltado.

- Eduardo? Eu vim buscar meu celular que eu esqueci. - Gritei pegando o aparelho emcima do sofá, mas ele não estava na sala.

Olhei rapidamente na cozinha, mas ele também não estava, mas o que chamou mesmo atenção foi a garrafa do meu vinho quebrada no chão sem o líquido dentro.

Continuei o procurando no banheiro não estava, no quarto também não. Pensei que ele pudesse ter saído para comprar drogas, foi quando decidi ligar para ele. Ouvi o toque do seu celular no quintal dos fundos da casa. Caminhei até lá e foi quando me deparei com a cena que ficaria fixada na minha cabeça nos próximos meses.

~.~

Ponto de vista: Lucas

- Ele estava enforcado no quintal? - Perguntei a ela que chorava sentada emcima da cama e confirmou com a cabeça. - Mas quem matou ele então?

- O traficante. Na verdade não sei se foi ele ou os caras que trabalham para ele.

- Mas como você tem tanta certeza?

- Quando eu voltei eles ainda estavam lá. Por isso eu fugi, e fujo até hoje. Eles ainda estão atrás de mim porque eu sou a única que sei a verdade. Foi por isso que eu saí do trabalho, por isso que me mudei três vezes.

- Mas porquê fingir que estava trabalhando?

- Pra ninguém desconfiar de mim. Eu mentia que ia trabalhar e ficava escondida no meu carro.

- E a família dele? Eles não estão atrás de você?

- Estão, mas eles são o de menos. Eles não sabem que o Eduardo usava drogas, não sabem da dívida, não sabem de nada.

- E porque você não conta? Quem sabe assim eles te ajudam?

- Eles não acreditariam em mim.

- Por isso que o irmão do seu ex disse que você tinha um caso com seu chefe. Ele estava te ajudando, era o único que sabia da história. - Eu disse sentando ao seu lado da cama.

- Você entende agora? Ele é um fracassado, machista e não aceitava que eu era competente. Que eu não nasci em berço de ouro, que eu precisei construir o meu. - Ela disse secando as lágrimas.

- Ele disse que você matou a sua mãe. - Eu disse e então sua expressão mudou totalmente.

- Que merda ele disse? Lucas, a minha mãe morreu de câncer. Ok, foi um câncer agressivo que levou ela muito cedo, mas eu não tive nada haver com isso, pelo contrário cuidei dela até o último momento de vida. - Ela disse gritando. - Se eu não precisasse fugir eu juro que eu iria até aquela empresa falida deles e quebraria a cara daquele babaca.

- Por que você não vai na polícia? Não é possível que você tenha que viver a vida inteira fugindo de um traficante, Manuela.

- Lucas, acorda. Você acha que qualquer traficante consegue esconder a morte de alguém, ainda mais de família rica como o Eduardo? Tem policial trabalhando com ele. - Ela disse e eu lembrei do policial que foi até o meu apartamento no outro dia. - O quê foi? Que cara é essa?

- Um policial teve no meu apartamento ontem. Queria falar do possível assassinato que você cometeu. - Respondi.

- Que merda, Lucas. Eles devem estar atrás de você. - Ela disse, levantou da cama rapidamente e trancou a porta. Ela fechou as janelas também. - Você notou alguém te seguindo?

- Não, não vi nada suspeito.

- Por isso que eu sumi. Por isso não te liguei. - Ela disse e sentou ao meu lado. - Eles iriam atrás de você, da sua família. Você acredita em mim agora?

- Eu não sei. - Disse e levantei da cama que estava sentado. - Você tem como provar o que você está dizendo?

- Claro. Tenho prints de conversa com o Eduardo, fotos dele drogado, tenho vários laudos que ele era usuário das vezes que tentei interna-lo, tenho prontuários das vezes que ele precisou ir ao hospital. - Ela disse apontando para alguma direção.

- E o que você vai fazer agora?

- Eu preciso da sua ajuda.

- Eu não posso me envolver nisso, Manuela. Eu tenho a minha família. Você não tem ninguém, eu tenho várias pessoas comigo.

- Você tem razão, mas eu tô sozinha. - Ela disse com os olhos cheios de lágrimas.

Vizinha - T3ddyWhere stories live. Discover now