Capítulo 26

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Odeio sentir frio. 

   É assim desde que eu era jovem. Por estar incomumente frio, costumava dormir com um cobertor grosso cobrindo todo o pescoço, mesmo que a temperatura caísse um pouco. No entanto, o frio não ia embora facilmente. Mesmo se eu usasse roupas grossas e bebesse chá quente, era difícil suportar o frio que impregnava meus ossos. Portanto, mesmo que eu estendesse minhas mãos para pedir a ajuda de alguém, havia apenas adultos ao meu redor que eram mais frios do que o próprio gelo.

   Acordei sentindo o ar frio tocando meu rosto durante o sono. Ontem à noite, misturei meu corpo com Cha Hyun, e depois de gozar dentro dele pela terceira vez, acabei adormecendo abraçado ao seu corpo magro.

   Quando eu gentilmente estendi a mão, não havia ninguém onde Cha Hyun deveria estar. Com meu cabelo bagunçado e despenteado caindo para trás, empurrei o cobertor grosso que estava enrolado em volta do meu corpo e me levantei da cama.

   Depois de vestir um roupão de banho branco que estava pendurado em um cabide próxima, olhei em volta e encontrei uma porta de vidro ligeiramente aberta para a varanda.

   Entrando na varanda empurrando a porta aberta muito lentamente, encontrei Cha Hyun sentado em uma cadeira de um lado com um cigarro na boca e olhando para o céu ao amanhecer. Como se não estivesse frio, ele estava sentado vestindo apenas uma calça de treino cinza e uma camisetinha de manga curta.

   Cha Hyun, que estava com os olhos semicerrados para o horizonte que logo traria o dia, segurou o cigarro na mão e soltou uma fumaça branca. Sentado ao lado dele, peguei o cigarro de sua mão, coloquei entre meus lábios e traguei fundo. Então cuspi, sentindo o gosto pungente de cigarro se espalhando por minha boca.

   — Tem gosto de hortelã. É o seu cigarro?

   —... Não roube o cigarro de outra pessoa e fume o seu próprio. Vamos, me dê logo.

   — Está frio. Vá para dentro.

   — Apenas me deixe em paz.

   — Você vai pegar um resfriado.

   — Se eu pegar, estará feito.

   — Me escute. Vamos para dentro. 

   — Me dê logo o meu ciga...

   Eu coloquei o cigarro fino na boca e chupei profundamente, então subitamente agarrei o queixo de Cha Hyun e o beijei enquanto ele olhava para mim com olhos ressentidos. Passei a fumaça do cigarro em minha boca pela abertura de seus lábios ligeiramente abertos, e Cha Hyun acabou tossindo com minha ação repentina. Cuspiu enquanto evitava meus lábios.

   — Cof, cof, cof... O que você pensa que está fazendo...!

   — Este será o seu último cigarro.

   —…

   — Pare de fumar. Eu vou parar também. Você tem que parar de fumar para ter um filho saudável.

   —...está falando sério?

   — O que?

   — Você e eu...

   — Se realmente vamos fazer uma criança? Claro. Talvez você já até esteja grávido. O nó foi feito em Taiwan, assim como ontem. Eu gostaria que desse tudo certo, e você ficasse grávido logo.

   — Você é louco. 

   — Eu sei. Vamos. Está frio.

   Depois de esfregar o pitoco do cigarro contra o cinzeiro da mesa da varanda, puxei o braço de Cha Hyun, que estava olhando para mim com uma expressão vazia.

Sou o Ômega do meu paiWhere stories live. Discover now