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*Diana

Dona Helena havia chegado e estava preparando o almoço, a mais velha se recusou que eu e Cláudia a ajudasse com a seguinte frase:

"Eu cuido do almoço crianças, vão brincar."

Sim, eu com vinte anos e Cláudia com vinte e três éramos tratadas como crianças aos olhos dos pais dos meninos, aliás, todos do grupinho. Bento e Júlio apareceram uns dez minutos depois de dona Helena chegar.

- Está com calor, hein. - Dinho fala para Samuel que estava sem camisa depois que eu praticamente arranquei o vestido dele.

- Está me secando muito, Dinho. - ele retruca e meu irmão sorri.

- Eu não consigo evitar olhar pra um homão desse. - ele fala afinando a voz e eu dou risada.

- Diana, preciso falar com você. - Cláudia se levantando e me puxando em direção ao quarto dos meninos.

- Desse jeito minha pressão vai cair novamente. - falo assim que entramos e me sento na cama do Samuel, ela se senta na cama de Sérgio e cruza os braços me encarando. - O que foi?

- Vai me contar sobre o que eu vi mais cedo ou não? - ela pergunta de forma séria.

- O que você viu mais cedo? - pergunto confusa e ela bate nas pernas impaciente.

- Você e o Samuel dormindo agarrados. - ela responde e sorri de forma maliciosa. - E o Sérgio me contou que vocês chegaram juntos ontem.

- Que fofoqueiro!

- Ele sabia que você iria me contar depois, só adiantou a conversa. - ela dá de ombros. - Eu sou sua melhor amiga, garota.

- Vou te contar, só tem que prometer que não vai brigar comigo.

- Eu não vou, prometo. - ela fala e eu suspiro. Conto tudo o que aconteceu para ela, desde encontrar com Samuel na boate até acordar com ela e Sérgio no quarto. - Filha da puta. - ela dá um tapa na minha coxa.

- Aí, você disse que não ia brigar comigo. - passo a mão no lugar do tapa, afim de amenizar a dor.

- Eu não estou brigando com você, estou te batendo. - ela me dá outro tapa. - Ficou louca?

- Para de judiar de mim, sua doida. - me levanto e ela me encara de braços cruzados.

- Você saiu com aquele louco e eu te disse pra não sair com ele.

- Mas a Estela... - ela me interrompe.

- Ainda não percebeu que aquela menina só quer te ferrar? A sua sorte é que o Samuel não contou nada para o Sérgio, porque eu iria com ele te arrastar pelos cabelos até em casa.

- Para de exagero, Cláudia. - resmungo.

- Pelo menos resultou em uma coisa boa. - ela dá de ombros.

- O quê?

- Você dormiu agarradinha com o Sam. - ela sorri e eu reviro os olhos, mas não consigo evitar e acabo sorrindo também. - Quando vai contar para ele que você gosta dele?

- Deixa eu ver... Nunca.

- Que exagero, você deveria contar logo... Todo mundo já sabe.

- Esse todo mundo é só você.

- E o Sérgio, o Bento, o Júlio... Até a tia Helena sabe. - ele fala rindo, mas para de rir quando a encaro com raiva. - Você trata todos os meninos como se fossem seus irmãos, igualzinho trata o Dinho, só com o Sam que o tratamento é diferente.

- Eu não tenho com ele a mesma intimidade que eu tenho com os meninos. - explico e ela assente.

- Claro, porque ele você quer beijar na boca.

- Aí Cláudia, cala a boca. - saio do quarto e escuto ela rindo atrás de mim. - Sua namorada me irrita. - falo ao passar por Sérgio que nos encara confuso.

- Ela só diz isso porque se irrita com verdades. - ela provoca e se senta no colo do namorado.

- Que verdades? - Samuel pergunta quando eu me sento ao seu lado.

- Que ela... - jogo uma almofada na direção da mesma, afim de a interromper, mas acaba acertando Sérgio.

- Opa. - sorrio sem graça e quando vou me levantar, Samuel segura a minha cintura e me puxa novamente me prendendo. Sérgio joga a almofada na minha cara e acaba acertando o irmão também.

- Eu estou te ajudando, cara. - ele fala incrédulo e como resposta leva outra almofadada na cara. - É guerra que você quer? Guerra que você vai ter. - ele pega uma almofada e vai jogar no Sérgio, mas acerta em Bento que cai sobre Júlio.

- Que mira ruim da porra. - provoco ele e ele me olha incrédulo.

- Ruim, é? Então tá. - o mesmo me puxa me colocando em seu colo e me usando de escudo quando os meninos começam a jogar almofadas contra ele.

- Ô cambada, a tia Helena disse que... - escuto a voz de meu irmão e todos param com a zona. Arregalo os olhos ao perceber que estou no colo de Sam, Dinho nos encara de forma séria e cruza os braços. - Vocês estão fazendo uma guerra e não me chamaram?

Suspiro aliviada, pego a almofada da mão de Samuel e jogo na cara de Dinho e assim a guerra recomeça. Não sei quanto tempo ficamos jogando almofadas um nos outros, mas somos interrompidos por um som de pigarreio. Sigo o meu olhar para a porta da sala e vejo Manoel e dona Helena nos encarando.

- Bonito, hein. - tia Helena fala tentando segurar a risada.

- Depois nos perguntam porque chamamos vocês de crianças. - Manoel fala rindo.

- O almoço está pronto. - tia Helena fala e todos se levantam e correm para a cozinha, me levanto do colo de Samuel e sorrio sem graça.

- Até que vocês formam um casal bonito. - Manoel fala e segue para a cozinha com Helena, deixando só eu e Samuel na sala.

- Ahn... Vamos comer? - ele pergunta sem graça, coçando a nuca.

- Vamos sim.

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Escrito: 21.11.2023
Postado: 15.12.2023

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Where stories live. Discover now