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*Narrador

Já estávamos em casa e Diana seguia deitada desde o momento em que chegamos. Dinho andava impaciente de um lado para o outro, até Valéria se levantar e segurar ele pelos ombros.

- Você precisa se acalmar. - ela pede e ele nega.

- Ela sempre dá sinais... Como eu não percebi? - ele pergunta mais para si mesmo.

- Estávamos longe, Dinho. - Bento fala tentando consolar o amigo.

- Mas ela não estava. - Dinho fuzila Cláudia com o olhar.

- A Cláudia não é babá de ninguém, Dinho. - Sérgio fala defendendo a namorada.

- Não, não é... Mas e a cumplicidade? - Dinho pergunta e Cláudia suspira. - Quando você teve aquela briga gigante com os seus pais e teve uma crise depressiva, quem cuidou de você? A Diana! Não foi o Sérgio, não foi a Aninha, não foi nenhuma outra pessoa... FOI A DIANA.

- Dinho... - Cláudia começa, mas ele a interrompe.

- Você não conseguia levantar e mesmo assim ela passou dias cuidando de você, faltou a semana inteira na escola para não te deixar sozinha, te dava banho, te alimentava... Te dava amor, Cláudia. - ele fala e a mulher a sua frente o encara com as lágrimas escorrendo por seu rosto.

- Vocês não entenderiam. - ela fala e Sérgio segura sua mão.

- Não mesmo, eu nunca vou entender como virou a cara para aquela que chamava de irmã quando ela mais precisou de você. - ele fala e Sérgio se levanta.

- E você, Dinho? VOCÊ É O IRMÃO. - ele fala irritado. - Você deveria ter percebido o que estava acontecendo, o Júlio nos alertou, o Júlio TE alertou e você ignorou porque estava preocupado demais com a banda ou a namorada. - Valéria se encolhe no sofá ao ouvir. - Ou ignorou por que não aceita que Diana esta doente novamente?

Dinho investe em Sérgio e quando estão prestes a brigar, escutam um soluço vindo da ponta da escada.

- Não briguem, por favor.

- Amor! - Samuel que estava em silêncio até então segue até a namorada e a abraça. - Vamos subir.

- Me desculpem, eu não queria que isso acontecesse... Por favor, não briguem. - Diana pede olhando para Sérgio e Dinho.

- Vem, Di. - Samuel a puxa com delicadeza pela cintura e ambos sobem as escadas.

- Porque ao invés de ficar jogando a culpa de um para o outro não pensamos no que vamos fazer? Eu quero que se foda o culpado, eu só quero ver a minha irmã bem. - Bento fala irritado. - Quando decidirem o que vamos fazer, me avisem.

Ele segura a mão de Aninha e se levanta, ambos sobem as escadas e Júlio suspira.

- O Bento tem razão, agora não é hora de achar um culpado e sim uma solução. - ele fala e se levanta. - Vou ir buscar a Simone e mais tarde pedimos algo pra comer e conversamos todos juntos, pode ser?

- Pode. - Valéria responde pelo namorado, Júlio assente e sai da sala, seguindo para a garagem.

- Eu vou deitar, estou com dor de cabeça. - Dinho fala e sobe.

- Perdoem ele, ele só está nervoso. - Valéria fala para Sérgio e Cláudia.

- Nós também estamos, ele não é o único a se preocupar com a Diana, ela também é minha irmã. - o Reoli fala irritado.

- As coisas vão se resolver, só precisamos ter paciência. - Valéria fala e sorri para os dois. - Vou subir, nos vemos mais tarde.

A garota sobe, deixando o casal na sala.

- Eu não posso continuar te defendendo se eu não sei o que está acontecendo, Cláudia. - Sérgio fala e a namorada suspira. - Você ainda não me disse o motivo dessa sua briga com a Diana.

- Não teve briga, Sérgio.

- Pois é, então porque está ignorando ela? - ele pergunta e ela suspira.

- Eu não quero falar sobre isso.

- Uma hora você vai ter que falar sobre isso, Cláudia. - ele fala e ela assente. - Eu sou seu namorado, se não confia em mim, vai confiar em quem?

- Sérgio não é fácil desse jeito.

- Você precisa de ajuda? Porra, Clau! - ele segura as mãos dela. - Eu estou aqui, meu amor.

- Eu não posso... - ela deixa a frase no ar ao sentir o nó se formar em sua garganta. - Eu sinto muito.

Sérgio suspira e assente.

- Tudo bem, estarei aqui quando precisar conversar.

...

Diogo sorri orgulhoso ao ver a pilha de revistas a sua frente. Ricardo, por outro lado, parecia nervoso.

- Eu quero entender como isso vai me ajudar, Diogo. - ele fala irritado.

- Eles não vão ficar juntos, Ricardo. - Diogo responde o irmão com certa ironia. - E aí caminho livre pra você pegar o que é seu.

- E se ela não quiser?

- Ela vai querer! Você tem algo que vai prender ela a você para o resto da vida.

- Não sei, acho que pegamos pesado. - Ricardo suspira frustrado. - Eu ouvi você falando com o pessoal da gravadora, ouvi eles falando que ela estava mal e... - ele é interrompido pelo irmão.

- Não dá pra voltar atrás, tem muita gente envolvida nisso. - Diogo fala de forma estressada e Ricardo resolve não insistir no assunto.

- Como conseguiu por essa matéria nessa revista?

- O dono me devia um favor, mas foi difícil. - ele resmunga e coloca os pés sobre a mesinha de centro. - Disse que os Mamonas Assassinas eram o novo fenômeno musical e que não queriam se indispor com a banda, mas nada que uma grana a mais não resolva. Só pequei em não ter percebido a aliança de noivado na mão de Cláudia antes de enviar o texto para eles.

- Eles estão realmente noivos?

- Sim, mas por pouco tempo.

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Capítulo escrito: 22.03.2024

Capítulo postado: 22.03.2024

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें