*Samuel
Antes que eu consiga falar algo Cláudia me empurra para o banheiro e fecha a porta, Diana se vira assustada e ao me ver desvia o olhar e passa as mãos no rosto rapidamente.
- Ei, não fica assim. - me aproximo da mesma e seguro suas mãos, ela levanta o rosto e me encara com os olhos marejados. - Você sabe que não é verdade o que ela falou.
- Não precisa falar isso só para me agradar, Sam. - ela tenta se afastar, mas eu a impeço.
- Eu não estou falando isso para te agradar e sim porque é a verdade. - seguro seu rosto com delicadeza e a beijo, a mesma retribui, mas logo coloca as mãos em meu peito e se afasta.
- Me desculpa, mas eu não posso. - ela fala olhando em meus olhos e eu sinto um nó se formar em minha garganta.
- Não, eu que peço desculpas, eu só... - ela recua para trás. - Eu pensei que... - ela me interrompe.
- Não podemos, Sam. - ela suspira. - Eu sinto muito. - a mesma passa por mim e sai do banheiro, me escoro na pia e suspiro frustrado.
Me sinto um completo idiota por pensar que talvez ela sentisse o mesmo.
Respiro fundo e quando vou sair do banheiro, Sérgio entra no mesmo.
- O que aconteceu? - ele pergunta de forma séria. - Diana passou por nós chorando e nem a Cláudia sabe o que aconteceu, os meninos estão tentando descobrir e eu sei que é algo relacionado a você.
Olho o mesmo que me encarava de braços cruzados e conto tudo o que aconteceu, meu irmão suspira assim que eu termino de contar.
- Eu estou apaixonado por ela e acho que estraguei tudo.
- Eu não acho que seja isso. - ele fala dando um tapinha em meu ombro. - Tudo vai se resolver e se for para vocês ficarem juntos, vai rolar.
O mesmo força um sorriso e sai do banheiro, suspiro frustrado e lavo o rosto antes de sair do banheiro.
*Quarta-feira - 10 de junho de 1995*
Acordo com uma claridade invadindo o quarto, abro os olhos e vejo Cláudia abrindo a janela.
- Bom dia, bonitão. - ela sorri e eu reviro os olhos. - 'Bora, levanta logo.
- Pra que? - resmungo colocando o travesseiro no rosto.
- O Sérgio está tomando banho e pediu para te acordar. - ela se senta na beirada da minha cama e puxa o travesseiro do meu rosto. - O Júlio ligou e disse que precisava falar urgente com todos vocês, vamos nos reunir na casa do Dinho.
- O que aquele cabeção tem pra falar de tão urgente que não pode esperar?
- Já são onze horas da manhã menino e é melhor você levantar logo, sabe que teu irmão não é carinhoso como eu e vai te arrancar da cama. - ela fala rindo e eu reviro os olhos, a mesma continua me encarando por alguns segundos e força um sorriso. - Posso conversar contigo?
- Já não esta fazendo isso? - pergunto e ela me dá um tapa na coxa. - Aí, não precisa me agredir. - me sento e passo a mão no local do tapa. - Fala aí.
- Eu não deveria estar falando isso, ela vai me matar se descobrir. - ela fala apreensiva. - Mas eu preciso te contar... - ela morde o lábio nervosa.
- Clau, você está me deixando nervoso.
- Tenha paciência com a Diana, essas coisas são muito novas pra ela e... - a interrompo.
- Quais coisas? - pergunto confuso.
- O amor, Sam. - ela responde e eu sinto o coração acelerar. - Porra, vocês dois juntos não dão um de tão burros que são. - ela fala estressada e se levanta. - Ela não percebe que você é louco por ela e você não percebe que ela é apaixonada por você, eu estou quase desenhando e colando o desenho na testa dos dois.
- O que você disse?
- Que vou colar o desenho na testa dos dois?
- Não, antes. - me levanto, sentindo o coração disparado. - Antes da porra do desenho. - falo nervoso e ela suspira e se aproxima, a mesma segura meu rosto e olha em meus olhos.
- A Diana é apaixonada por você, ela sempre foi e todo mundo sabe disso.
- Mas então porque ela me disse que... Ai, estou com dor de cabeça. - volto a me sentar na cama e ela se senta ao meu lado.
- O que eu falo morre aqui e você finge que nunca ouviu, só estou dizendo porque a amo e te conheço como a palma da minha mão e sei que não vai ser maldoso ou usar essa informação com maldade. - ela fala e aperta meu ombro. - Ela é muito insegura, colocou na cabeça que não é o suficiente e... Ela me contou o que aconteceu ontem.
- Contou?
- Sim, ela disse aquilo porque estava com medo e assustada... Ela acha que não é o suficiente pra você.
- Mas ela é! - falo incrédulo e minha cunhada assente.
- Da tempo ao tempo e vocês vão se resolver. - ela fala e me abraça. - Eu amo vocês e quero ver os dois felizes, mas pra isso você precisa entender o tempo dela.
- Eu não sei o que seria da minha vida sem você. - retribuo o abraço e escuto ela rir.
- Eu também não e por isso ela é minha namorada, larga. - Sérgio fala entrando no quarto com uma toalha enrolada na cintura. - Nossos pais ligaram e aparentemente estão se divertindo bastante, mamãe perguntou umas quinze vezes se estamos comendo. - ele fala abrindo o guarda-roupa e pegando uma calça e uma blusa.
- Vão ficar até domingo mesmo? - pergunto e ele dá risada.
- Estou quase duvidando que eles vão vir embora, agora some daqui e vai tomar banho.
- Esse quarto também é meu. - resmungo e ele assente.
- Eu sei disso, mas vou usar o quarto agora. - ele sorri de forma maliciosa e agarra Cláudia caindo por cima dela na cama.
- Meu Deus, eu não precisava dessa informação. - resmungo e saio do quarto ouvindo os dois darem risada.
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Escrito: 06.12.2023
Postado: 31.12.2023
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Teen FictionO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...