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*Narrador

Dinho caminhava pelo corredor com dois copos de café na mão, quando estava a  alguns metros do quarto escutou Diana gritar. Ele larga os copos instantaneamente e corre em direção ao quarto, quando o mesmo se aproxima ele vê a mãe saindo aos prantos.

- Eu não posso, eu não consigo. - ela fala e Manoel a abraçava.

- Ela acordou. - seu pai fala com a voz rouca. - Mas vão sedar ela novamente.

- O quê? Não! - ele entra no quarto e olha para a enfermeira. - Não vão sedar ela, ela só está assustada.

- Ela retirou os acessos de forma bruta e se machucou, está nervosa e agitada e... - ele a interrompe.

- Ela só está assustada! - ele repete e segue até a irmã, Diana estava mais pálida que o normal e o pavor estava estampado em seu rosto. - Hey, Di. - ele acaricia o rosto dela e como se saísse de um transe, Diana o encara.

- Dinho? - ela pergunta confusa. - Por que estamos no hospital? Eu não quero ficar aqui, me leva embora.

Ele suspira ao ver ela se agitar novamente, a enfermeira observa ele subir na cama e deitar ao lado dela.

- É normal ela não lembrar do que aconteceu, os acontecimentos devem estar confusos na mente dela. - Anna fala e ele suspira. - Acha que consegue manter ela assim?

- Eu tenho certeza. - ele responde e olha para Diana que tinha o olhar perdido, o mesmo acaricia a testa dela e ela fecha os olhos. - Dorme, minha pequena, não vale a pena despertar.

A loira se surpreende ao ver ele cantar Chico Buarque, ela observa a cena encantada e em poucos minutos Diana estava dormindo.

- Como? - ela pergunta confusa. - Seus pais não conseguiram acalmar ela.

- Nós temos... Diana tem medo de hospital. - ele explica. - E isso da música é algo nosso, ninguém sabe, além de você. - ele a encara e ela sorri.

- Então ninguém sabe. - ela pisca pra ele. - Você daria um grande anjo da guarda, sabia?

Dinho abre a boca para responder, mas Anna sai do quarto antes e o deixa confuso.

Ele olha para Diana que dormia e suspira, seu olhar passa pelos hematomas visíveis e ele sente um nó se formar em sua garganta. A porta do quarto é aberta e Samuel entra no mesmo e encara o amigo.

- Também se sente culpado? - ele pergunta e Dinho assente. - Eu não consigo ficar com ela por muito tempo, porque me sinto responsável.

- Sabe que a culpa não foi sua.

- É a Diana! Como eu pude acreditar que ela nos deixaria? É a Diana! - ele fala e Dinho suspira.

- Todos nós erramos, Sam. - ele se levanta com cuidado e deita a cabeça de Diana no travesseiro. - Consegue ficar aqui? Preciso ir ver os meus pais, mas tenho medo dela acordar e entrar em desespero novamente.

- Eu fico. - Samuel fala e coloca a maleta sobre a poltrona. - Eu só não entendi o porquê ela passou por isso se ela não o amava.

- Do que você está falando? - Dinho pergunta confuso e Samuel tira as cartas de Diana da maleta e o entrega, o mais velho pega as mesmas e passa o olhar rapidamente. - Se eu ver aquele filho da puta mais uma vez, eu juro que o mato.

- Isso se não matarem ele antes. - ele fala e Dinho o encara. - Dinho, o policial que foi comigo sabia de alguma coisa, ele apontou a arma pra mim e aí... - ele respira fundo. - O Ricardo chegou e acertou ele com alguma coisa e me mandou correr.

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora