*Samuel
Não espero Luíza responder e sigo para a cozinha, Diana estava arrumando as coisas sobre a mesa e jogando as embalagens fora.
- Diana. - a chamo e ela me olha. - Eu sinto muito, não era a minha intenção trazer ela pra cá.
- Tudo bem. - ela segue até o lixo e coloca o saco de pão vazio, me aproximo da mesma e a puxo pela cintura.
- Não está tudo bem, você está chateada.
- Não estou chateada com você, Sam. - ela me olha nos olhos e suspira. - Estou chateada comigo mesma.
- Por que? - pergunto e ela desvia o olhar, mas logo volta a me encarar.
- Você disse para eu não esconder mais nada de você e sempre te contar as coisas, não é? - ela pergunta e eu assinto. - Eu só estou com ciúmes e você não tem culpa disso, me desculpa.
- Não precisa pedir desculpas por sentir ciúmes, é algo normal. - coloco uma mexa de seu cabelo atrás de sua orelha.
- Não gosto de pensar em você com ela, quem dirá transan... - ela mesmo se interrompe e nega, balançando a cabeça. - Mas eu estou bem. - ela força um sorriso. - Só não quero voltar pro mesmo cômodo que ela.
- Então não voltamos... O que acha de irmos tirar um cochilo? Considerando que não vamos dormir juntos hoje. - falo e ela sorri. - Está sendo difícil dormir sem você essa semana.
- Eu sei, mas meu pai reclamou de estarmos dormindo fora todos os dias. - ela fala e eu suspiro. - Ele reclamou pro Dinho na verdade e por isso dormimos a semana inteira em casa.
Ela fala se soltando de meus braços, seguro sua mão e a guio em direção ao meu quarto, ao passarmos pela sala é possível ouvir risadas do pessoal e Luíza já não estava mais lá.
Abro a porta do quarto e nem acendo a luz, Diana segue em direção a minha cama e deita na mesma, fecho a porta do quarto novamente e sigo até ela, me deitando ao seu lado. Coloco um braço por baixo de sua perna e a puxo rapidamente em minha direção, ela suspira quando nossos corpos se chocam, coloco sua perna sobre a minha e abraço sua cintura.
- Acho que nem se passasse cola em você e grudasse em mim seria perto o suficiente. - falo e ela dá risada.
- Aí amor que lindo e... brega. - ela fala e eu sorrio. - Você acha que vai dar certo isso de morarmos juntos? Quero dizer, sei que somos adultos... Mas acha que nossos pais vão aceitar numa boa?
- Meus pais eu sei que sim, eles já esperam por isso. - respondo e acaricio seu rosto, ela fecha os olhos e se aninha em meus braços, deitando sua cabeça em meu peito. - Acredito que todos vão concordar, nossos pais precisam viver a vida deles e relaxar um pouco.
- Espero que dê certo. - ela fala e eu beijo sua testa.
- Já deu tudo certo, amor.
...
19h30 P.M
Ouço baterem na porta, viro o rosto devagar e vejo que Diana ainda dormia.
- Entra. - falo e alguém abre a porta e acende a luz. Quando consigo me acostumar com a claridade vejo Dinho parado na porta. - Fala, cabeçudo.
- Eu vou te denunciar por cárcere privado, narigudo. - ele resmunga e eu dou risada. - Vim buscar a minha irmã, precisamos ir para casa.
Me levanto com cuidado e Diana se encolhe abraçando meu travesseiro.
- Então você comete o crime de acordar ela, porque eu não tenho coragem. - bocejo e ele revira os olhos.
O mesmo se aproxima e se senta na beirada da cama, não consigo evitar um sorriso ao ver ele acariciar o rosto de Diana. Os dois eram o maior exemplo de irmãos que eu já vi na vida, assim como eu e Sérgio eles eram inseparáveis.
- Pitchula. - ele a chama baixinho, ela abre os olhos e encara o irmão ainda sonolenta. - Precisamos ir para casa, já são sete e meia.
- Cadê o Sam? - ela pergunta com a voz rouca e Dinho se levanta.
- Puta que pariu, só pensa nessa praga. - ele resmunga e eu dou risada. - 'Vambora logo, bela adormecida.
Diana se senta na cama e se espreguiça, Dinho sai do quarto resmungando algo.
- Eu queria que você ficasse. - falo e ela sorri.
- Eu também queria ficar, amor. - ela se levanta e vem em minha direção, a mesma entrelaça os braços em meu pescoço e me da vários selinhos. - Mas amanhã nos vemos de novo, eu preciso ficar um pouco com meu velho.
- Eu sei. - quando ela vai se afastar seguro o rosto da mesma e roubo mais um selinho.
- Não vai me dar um beijo de verdade? - ela pergunta confusa.
- Não, porque se eu te der um beijo de verdade não vamos sair do quarto.
- Besta. - ela dá risada e me da um tapa no braço.
- 'BORA, DIANA. - Dinho grita e ela revira os olhos e sai do quarto, sigo a mesma até a sala.
- Adoro essas nossas reuniões que marcamos para comer e dormir juntos. - Júlio fala e eu dou risada. - Agora falando sério, nós já temos quatro músicas novas.
- Chopis Centis, 1406, Débil Metal e a nova que o Dinho escreveu e ainda não tem nome. - Sérgio fala e eu olho para Dinho.
- Que tal Jumento Celestino? - sugiro e ele me encara confuso.
- Por que Celestino?
- Sei lá, olhei pra você e lembrei do Geraldo e Celestino é um nome bom. - respondo e dou de ombros.
- Jumento Celestino então. - Júlio fala e Bento da risada.
- Ai a criatividade é uma dádiva. - ele fala rindo. - Tem também a que eu e o Samuel estamos escrevendo, mas ainda não terminamos.
- Estão escrevendo juntos? - Sérgio pergunta e eu fuzilo Bento com o olhar.
- Qual parte do "Não contar pra ninguém até estar pronta" que você não entendeu? - pergunto incrédulo e ele sorri sem graça. - Agora fala tudo né, cabeçudo.
- É em homenagem as pitchulas da nossa vida. - ele fala abraçando Aninha de lado. - É para a minha linda namorada, minha irmã adotada e a mãe de todos.
- Mãe de todos? - Cláudia pergunta confusa e Sérgio da risada.
- É você amor. - ele responde e Cláudia da um tapinha na cabeça dele. - Falta muito para terminar?
- Pouca coisa, mas nós mostramos para vocês amanhã e vocês nos ajudam. - aviso e eles assentem. - Quando terminarmos ela, avisamos o tio João e já marcamos para gravar o restante das músicas no estúdio.
- Tio João disse que vamos ter que mixar as músicas e que não vai ser no estúdio do Rick. - Dinho fala. - Mas também não disse onde seria.
- Inclusive, nós precisamos de um empresário, o que acham de falar com o Rick? - Júlio sugere.
- Eu acho uma ótima ideia, mas resolvemos isso amanhã, pode ser? Precisamos ir pra casa. - Dinho fala e Diana me abraça mais uma vez. Dinho da um abraço e um beijo no rosto de Cláudia e Aninha e se vira para mim, puxando Diana pelo braço. - Mas será possível que não se largam por um minuto?
- Da próxima vez deixa teu irmão em casa, Diana. - resmungo e ela dá risada e se aproxima dos meninos, de Cláudia e Aninha, abraçando e se despedindo.
- Até amanhã, amo você. - ela me dá um selinho demorado e segue até a porta.
- Também amo você.
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Capítulo escrito: 04.01.2024
Capítulo postado: 21.01.2024
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Teen FictionO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...