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*Narrador

O contrato estava assinado.

Os convidados da EMI naquela confraternização foram a loucura com os meninos no palco e até os mais caretas giraram quando eles cantaram Vira-vira pela terceira vez. Mamonas Assassinas estavam oficialmente contratados por uma das gravadoras mais importantes do país.

A volta para Guarulhos surpreendeu o motorista que já estava irritado antes de entrar na van imaginando o longo trajeto que teria com as crianças de vinte anos, mas ao ver os oito jovens em silêncio estranhou, não pareciam as mesmas pessoas que estavam fazendo baderna naquela mesma van a algumas horas atrás. A verdade é que eles estavam gratos demais para sequer dizerem algo, o máximo que faziam era trocar olhares uns com os outros, os rostos molhados devido as lágrimas de emoção e um sorriso fraco, que transmitia uma única coisa:

"Nós conseguimos."

Diana estava deitada com a cabeça no colo de Samuel e de olhos fechados, quando sentiu um beijo em sua testa e ouviu o mesmo sussurrar.

- Feliz aniversário, meu amor. - ela abre os olhos ao ouvir sua voz e o encara confusa por alguns segundos, Samuel que sorria para mesma levanta a mão e mostra o relógio no pulso que marcava meia noite. - Eu amo você.

Ela se senta e se aninha nos braços do mais velho, ele beija seu rosto mais uma vez e passa um de seus braços por seu ombro, a puxando para mais perto. A garota deita a cabeça em seu peito e sorri.

- Eu amo você. - ela retribui a frase e sente o mesmo a apertar.

Diana olha para janela e quando começa a reconhecer onde estava, ela sorri. Observa os carros, e as ruas por onde a van passada e repassa tudo o que aconteceu em sua vida em vinte dias. Era surreal, era inacreditável e ela sentia a felicidade pulsando dentro da mesma.

O motorista estaciona a van e Dinho abre a porta da mesma, os jovens descem em silêncio e quando todos estão em frente a casa dos Reolis e a van já havia partido, eles se abraçam e se permitem chorar. Ali naquele abraço coletivo e cheio de emoção, eles repassaram tudo o que viveram juntos, os tempos bons e os tempos ruins, todos as apresentações que fizeram como Utopia e todas as vezes que levaram um "Não" na cara, mas nunca soltaram as mãos e sempre estiveram juntos. A amizade e o amor que eles nutriam um pelo o outro era a verdadeira razão do sonho deles estar sendo realizado.

Após uns minutos de choradeira, Dinho se afasta e passa as mãos no rosto, limpando as lágrimas.

- Que horas são aí, meu fio? - ele pergunta para Samuel que estende o pulso para o amigo. - Eu não consigo enxergar, não vê que estou emocionado?

- Meia noite e quinze, cabeçudo. - Samuel responde rindo.

Dinho arregala os olhos e olha para a irmã, ele corre em sua direção e a abraça a tirando do chão.

- PARABÉNS, PITCHULA. - ele grita a girando no ar, foi só o mesmo gritar que todos os outros se aproximaram e foram abraçar/sufocar a menina. - Calma que 'ceis tão me sufocando junto.

Dinho resmunga e empurra um por um até conseguir sair da muvuca. Ele se aproxima de Samuel que estava encostado no portão e observava os outros parabenizando Diana.

- Ansioso? - Dinho pergunta para o amigo que assente, nervoso.

- Muito. - Samuel responde e se vira para Dinho. - Conseguiu pegar?

- Sim, só você para me fazer acordar oito horas da manhã e ir buscar isso. - ele resmunga e Samuel dá risada. - Obrigado, Sam.

- Eu que tenho que te agradecer, só você e a Cláudia sabem sobre amanhã.

- Não é sobre isso, burro. - Dinho fala e Samuel o encara confuso. - Eu nunca vi Diana tão feliz como ela está essas últimas semanas.

- Fazer o quê? Eu trago a felicidade para a vida das pessoas. - Sam fala de forma convencida e Dinho revira os olhos e da um soco no braço do amigo.

- Retiro o obrigado. - ele resmunga.

- Vocês podem fazer o favor de soltar a minha mulher? - Sam pergunta se aproximando do grupinho e puxando Diana dos braços de Sérgio.

- Eu estou com fome. - Aninha resmunga e Bento a abraça de lado.

- Eu também estou com fome. - Cláudia resmunga. - E preciso ir no banheiro.

- Vamos entrar. - Sérgio fala abrindo o portão da casa. - Mas façam silêncio que nossos pais estão dormindo.

Ele avisa e todos concordam, ao entrarem na casa e deixarem Sérgio sozinho trancando o portão, Bento já se joga no sofá com a namorada ao lado, Cláudia vai para o banheiro e Dinho e Júlio se jogam no outro sofá.

Samuel segue para a cozinha e Diana fica na porta esperando Sérgio terminar de trancar o portão. Ele sorri ao se virar para entrar e ver a mesma, ele deixa um beijo na testa da garota e fecha a porta da sala.

- É por isso que eu te amo, pitchula. - ele fala e Diana sorri. - Cadê o Sam?

- Não sei. - ela olha ao redor e só vê os meninos assistindo TV. - Deve ter ido ao banheiro ou no quarto.

- No banheiro ele não tá. - Cláudia fala aparecendo na sala.

Antes que Diana pudesse falar algo, Samuel entra na sala segurando uma bandeja com vários pães com mortadela e no meio dos pães uma vela branca simples acesa.

- Parabéns pra você. - ele canta baixinho e Diana não consegue evitar a risada ao ver a cena. Todos se juntam e começam a cantar o parabéns.

- Com quem será, com quem será... - Júlio começa e Samuel o encara.

- Se você não falar o meu nome vai se arrepender, Rasec. - ele resmunga e Júlio da risada.

Diana se aproxima e assopra a vela, tira a bandeja das mãos de Samuel e entrega para Dinho. Ela puxa Sam pelo pescoço e beija o mesmo, quando eles se afastam percebem o silêncio que estava na sala.

- Que cena de filme. - Cláudia fala e dá risada, Samuel começa a se abanar.

- Nem eu esperava por isso. - ele fala dando risada. - Me deixou todo coisado.

- Me senti assistindo tela quente. - Dinho fala de boca cheia e todos se viram para ele, encontrando o mesmo com metade de um pão na boca. - O quê? Não era pra comer?

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Obrigada pelos 8K, amo vocês demais.

Gratidão por tudo.

Capítulo escrito: 16.12.2023

Capítulo postado: 12.01.2024

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora