Capítulo 25

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- Parece que tudo está correndo muito bem - disse Emma no sábado.

Mais cedo naquele dia, Mike e Julie haviam se encontrado com Henry e Emma em Harker's Island. Eles carregaram os barcos com coolers de comida e cerveja, protetor solar, toalhas e chapéus, cubos de gelo e equipamentos de pesca suficiente para pegar tudo o que se aproximasse do barco.,  Inclusive Moby Dick, Orca e o próprio Tubarão. No meio da manhã, no braço de mar perto de Cape Lookout, Mike e Henry estavam de pé, juntos, segurando molinetes engajados numa competição que só poderia ser descrita como profundamente infantil. Sempre que um deles pegava um peixe, erguia uma garrafa de cerveja, apontando para o outro. Em um dos tonéis já haviam cavalas e linguados suficientes para alimentar um exército de focas famintas; Os dois já haviam tirado as camisas empapadas de cerveja e as pendurado na grade para secar.

Julie e Emma estavam sentadas em pequenas cadeiras de jardim perto da cabine, agindo de um modo um pouco mais maduro. O sol as banhava. Como ainda não estavam no verão, a umidade era suportável.

- Está, sim - concordou Julie. - Na verdade, melhor do que isso. A última semana fez com que eu me perguntasse do que tive tanto medo durante todo esse tempo.

O modo como ela disse isso, fez Emma parar.

- Mas?

- Mas o quê?

- Tem alguma coisa incomodando você, não tem?

- Está tão óbvio?

- Não. Mas não precisa. Eu a conheço a tempo suficiente para perceber os sinais. Tem a ver com Mike?

- Não. De modo algum.

- Você o ama?

- Sim, amo.

- Então o que é?

Julie pousou cuidadosamente a cerveja no deque.

- Tenho recebido alguns telefonemas estranhos.

- De quem?

- Não sei. Ninguém diz nada.

- Ouve respirações ofegantes?

- Não. Nem isso. Não há absolutamente nenhum som.

- E você sabe quem está ligando?

- Não. Quando digitei o código para identificar o número, a gravação disse que era confidencial, então liguei para a companhia telefônica. Tudo o que eles puderam me dizer foi que os telefonemas eram feitos de um celular. Mas o número não é registrado, portanto não podem rastreá-lo.

- Como isso é possível?

- Não tenho a menor ideia. Eles explicaram, mas eu não estava prestando muita atenção. Depois que disseram que não podiam ajudar, eu meio que saí do ar.

- Tem alguma ideia de quem poderia ser?

Julie se virou e observou Mike lançando sua linha de novo.

- Acho que poderia ser Richard. Não posso provar, mas tenho essa sensação.

- Por quê?

- Acho que por causa do momento. Quero dizer, não consigo pensar em ninguém mais. Não me encorei com  ninguém novo além dele e... não sei... só acho que é Richard. A maneira como ele reagiu quando eu lhe disse que estava tudo acabado e o modo como fica aparecendo em minha vida.

- Como assim?

- São só pequenas coisas. Esbarrei nele no supermercado e depois ele foi ao salão cortar o cabelo. E sempre que nos vemos parece que ele está querendo ter outra chance comigo.

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