Capítulo 36

3 0 0
                                    

Em Denver, o detetive Larry Cohen pensou sobre os telefonemas.

A policial Romanello queria informações sobre Richard Franklin, e embora ele tivesse procurado sem sucesso na base de dados, sabia que já ouvira esse nome. Como dissera a ela, o nome era familiar.

Podia ter sido qualquer pessoa, é claro. Uma testemunhas em uma das centenas de casos em que Cohen estivera envolvido; ele podia até mesmo ter visto o nome no jornal em um determinado momento. Podia ter sido um estranho com quem topara em uma festa ou alguém que conhecera de passagem.

Contudo, tinha a sensação de que o nome estava relacionado com assuntos policiais.

Mas, se ele não tinha sido preso, o que era?

Levantando-se da escrivaninha, Cohen decidiu perguntar aos colegas. Talvez alguém pudesse esclarecer aquilo.


                                       ***

Uma hora depois, Morrison saiu de seu escritório com os registros de telefonemas  e as informações que Richard originalmente enviara à J.D.Blanchard. Incluindo no fax estava o currículo dele e os projetos nos quais trabalhara como consultor.

Pete se encarregou dos registros  telefônicos; Jennifer pôs as fotografias de lado e começou a examinar as informações da construtora.

No alto do currículo, Richard pusera num endereço de um apartamento em Columbus; porém, abaixo disso, estava uma mina de ouro. Para quem ele havia trabalhado  e quando, listas de associações, experiência anterior e formação acadêmica.

- Peguei você - sussurrou Jennifer.

Após ligar para o serviço de informações, discou o número da Lentry Construction, em Cheyenne, Wyoming, a última empresa em que Richard trabalhara antes de abrir a sua própria. 

Depois de se identificar para a telefonista, foi transferida para Clancy Edwards, vice-presidente, que estava na empresa havia quase vinte anos.

- Richard Franklin? É claro que eu me lembro - disse Edwards quase imediatamente. - Ele foi um ótimo administrador  aqui. Realmente era bom no que fazia. Não fiquei surpreso quando foi trabalhar por conta própria.

- Quando foi a última vez que falou com ele?

- Ah, puxa... deixe-me pensar. Sabe, ele se mudou para Denver. Acho que foi oito ou nove anos atrás. Estávamos trabalhando em... ah, deixe-me ver... isso seria em 1995, certo?  Acho que era um projeto em...

- Descupe-me, Sr. Edwards, mas sabe me dizer se ele era casado?

Demorou um momento para Edwards perceber que ela fizera outra pergunta.

-  Casado?

- Sim. Ele era casado?

Edwards riu baixinho.

- Sem chance. Todos nós estávamos praticamente convencidos de que ele era gay...

Jennifer aproximou mais o telefone do ouvido, querendo saber se tinha entendido direito.

- Espere. Tem certeza?

- Bem, não cem por cento. Não que ele tivesse dito alguma coisa a esse respeito, é claro. Nós também não perguntamos. A vida pessoal de um homem não interessa desde que ele cumpra suas obrigações. Sempre foi assim que agimos. Fazemos um bom trabalho de ação afirmativa em nossa empresa. Sempre fizemos.

Jennifer mal o ouviu quando ele continuou:

Wyoming progrediu muito, mas não é São Francisco, se entende o que eu quero dizer, e isso nem sempre foi fácil. Mas os tempos estão mudando, até mesmo aqui.

O GuardiãoOn viuen les histories. Descobreix ara