Dezessete

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Começou a caminhar até onde seus pais estavam, Edmundo decidira que não falaria mais daquele assunto. Ao menos não naquele momento. Josefine e Cole anunciaram a chegada de seus filhos com largos e orgulhosos sorrisos.

— Lenoir, estes são meus filhos. Tóquio e Edmundo.

— Oh sim, é uma garota linda — O homem ergueu-se, sorri e beija o dorso da mão de Tóquio. Depois, vira-se para Edmundo e cumprimenta-o com um aperto de mão.

— É um prazer conhece-lo, senhor. — Edmundo diz formalmente.

— Não seja tão formal, meu rapaz. Estamos entre amigos aqui.

Edmundo sorriu de forma desajeitada, mas assentiu. Os irmãos Blake se sentaram á mesa. Os assuntos foram variados, negócios e mais negócios, Tóquio, apesar de ter uma expressão leve, sentia que poderia morrer de tédio a qualquer momento.

Lenoir não ficara por muito tempo ali, logo, dissera que precisava ir conversar com alguns convidados. Apesar de Cole permanecer neutro após a saída do grande empresário, Tóquio sabia que seu pai havia conseguido algo e que estava se forçando a matar o próprio sorriso. Estava contendo-se diante dos olhares curiosos. Após falar com mais algumas pessoas e beber um pouco, o patriarca Blake intimava a sua família para ir, sendo pego de surpresa com a declaração de seu filho mais velho:

— Tóquio irá para o meu apartamento esta noite.

— Como?— Josefine estava chocada.

— Nós... precisamos de um tempo de irmãos — Ele sorriu para a loira. Nem de longe fora convincente — Eu a levarei para a escola amanhã. Passaremos em casa e pegaremos suas coisas. Não é, irmãzinha? — Seu olhar afiado sobre ela.

Tóquio assentiu, sorria de forma incerta.

— Sim.

Edmundo verificou a hora em seu relógio de pulso, já se passava da meia noite.

— Fiquem — Disse a seus pais — Eu já pedi que trouxessem meu carro. Tóquio e eu vamos na frente. Aproveitem a noite.

— Tem certeza? — Cole questionou, seu cenho estava levemente franzido. Edmundo sorriu brevemente enquanto maneava a cabeça.

Sob o olhar desconfiado de Josefine,  esta que não engoliu a desculpa esfarrapada de seu filho, Tóquio e Ed caminharam juntos para fora dali. Ela sabia que algo estava muito errado mas preferiu não criar caso naquele ambiente. Abraçou a seu filho e despediu-se de Tóquio com um sorriso. Edmundo não trocara uma palavra sequer com Tóquio enquanto o carro deslizava pelas ruas e tudo o que tinham era o silêncio.

Tóquio sabia onde ficava o apartamento de seu irmão mais velho, mas nunca tinha de fato estado lá. Passaram na mansão Blake e o homem sequer se deu o trabalho de descer do carro, instruiu a irmã para buscar as suas coisas, disse que a esperaria. Em frente ao prédio em que ele morava, Edmundo pediu para que levassem seu carro para a garagem com um sorriso gentil no rosto, tão logo sua carranca estava de volta. Passaram pela recepção e seguiram para o elevador. Edmundo morava na cobertura. Quando a porta do elevador se abriu, a loira seguiu um pequeno corredor acompanhando o irmão, este que destravou a porta e adentrou o lugar de uma só vez.

Tóquio estava encantada com o amplo e moderno espaço, mas não surpresa. Apesar de tudo e da distância, ainda conhecia o gosto de seu irmão. A decoração ia do cinza ao preto. Sem flores, apenas cactos. Ela soltou um riso baixo e nasalado.

— Cactos?

— São bonitos e fáceis de cuidar. — Deu de ombros.

Edmundo parou no meio da sala, seu olhar sobre a irmã era cortante e afiado.

Petricor| RETA FINALWhere stories live. Discover now