Vinte e seis

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[ Caros leitores, LEIAM ESTA NOTA!
Primeiramente: pode haver gatilhos neste capítulo, cenas delicadas de ataque de pânico.
Continuando:
Este capítulo estará em terceira pessoa, como o livro é escrito normalmente, e nele o tão esperado jogo acontecerá. Então depois dele teremos mais três capítulos em primeira pessoa, onde os personagens que ainda não ganharam o capítulo em primeira pessoa narrarão seus pontos de vista sobre os fatos que ocorrerão no jogo. Espero que compreendam, isso é necessário. Depois dos três próximos capítulos não haverá mais primeira pessoa em Petricor.]

Logan estava sozinho no final do corredor em que os armários e equipamentos estavam. Ele sempre revia todo o uniforme, e era exatamente o que fazia enquanto os outros estavam mais à frente. Quando questionado sobre o distanciamento a sua única resposta fora que precisava manter a cabeça no lugar.

Ficar frio.

Contudo, o motivo era totalmente o contrário. Não pensava muito no jogo, a loira de olhos verdes tinha completamente sua atenção. Tóquio não deu mais qualquer notícia, ele não a viu na escola embora tenha a procurado. Ele estava nervoso porque o seu sumiço repentino naquela noite realmente poderia ser pelo fato de que Tóquio ouviu a sua ótima conversa com quem ele chamava de pai.

Não mandar Elliot se foder naquela noite exigiu cada gota de autocontrole de Logan, tanto que ele precisou criar mais um pouco para não ir até a casa da loira. A ideia de Tóquio ter ouvido aquela conversa era tão desesperadora que por toda a noite o segundo maior questionamento do Marshall foi sobre se aquele sentimento realmente deveria ser tão urgente e em proporções tão grandes. Olhando para o nada, bloqueando e desbloqueando o celular várias vezes, Logan não conseguiu estar quieto um minuto. Ela nem mesmo respondia as suas mensagens.

Estava sentado no banco entre os armários a sua frente e aos que ficavam atrás de si, seus cotovelos apoiados nos joelhos e a postura desajeitada. Conseguia ouvir o burburinho das pessoas nas arquibancadas, era um jogo importante e todos estavam animados. Haviam olheiros da faculdade, Josiah alertou firmemente a todos sobre isso e sobre como um jogador universitário pode crescer no futebol se esse for realmente o seu desejo.

Já haviam repassado a jogada daquela noite, Logan reviu o ponto eletrônico em seu capacete que o permitia se comunicar com o treinador, essa era uma vantagem dos quarterbacks.

— Ei, Logan, tá na hora — Ryan chamou pelo garoto, o loiro também vestia devidamente o uniforme. Suas sobrancelhas franziram-se levemente ao observar o amigo.

— Tá tudo bem mesmo, cara? — Joseph apareceu ao lado de Ryan, questionava a Logan.

O garoto de fios castanho escuro ergueu-se, seu celular ainda em uma das mãos e o capacete na outra, apoiado em sua cintura. Assentiu, não queria criar mais caso acerca da situação.

— Só estou um pouco preocupado com, bom, vocês sabem. Mas o foco agora é o jogo — forçou um sorriso de lado — Vamos logo.

— Vai ficar tudo bem, Logan — Ryan assegurou, deu alguns passos à frente e depositou a mão no ombro do amigo. Joe estava escorado no armário ao seu lado, os braços cruzados.

Logan voltou a assentir, abria a boca para falar algo mas Josiah os chamou da forma mais grotesca possível. Fechou a boca outra vez.

— Vão vir ou preferem ficar enfiados na porcaria do vestiário? Andem logo! — gritou.

Os três garotos gargalharam porque era exatamente daquela maneira irritada que o treinador ficava todas as vezes antes de algum jogo. Ryan e Joseph já se moviam, Logan iria apenas deixar o celular na mochila quando o mesmo vibrou. De súbito seu coração acelerou um pouco, seu lábio inferior foi castigado com força e não melhorou nada quando desbloqueou o aparelho.

Petricor| RETA FINALWhere stories live. Discover now